quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Que saúde é essa?

Confesso que este não é o melhor assunto para escrever no penúltimo dia do ano. Mas fui motivada por uma indignação... Que saúde é essa? Enquanto o presidente-estrela se preocupa com a repercussão de seu filme, que estreia nesta sexta, (Lula, o filho do Brasil), eu me pergunto: quem se preocupa com nosso sistema de saúde, e, detalhe, não é o Público (inexistente), é o Privado!

Pagar um plano de saúde é apenas uma segurança de que você não terá que dormir dias em uma fila para conseguir “marcar” uma consulta. Pagar um plano de saúde é apenas uma segurança de que você será atendido o mais rápido possível. Pagar um plano de saúde é apenas uma segurança de que você conseguirá realizar os exames necessários. Certo?

Errado! O sistema privado de saúde está caótico... As emergências estão sempre lotadas e apenas um médico para o atendimento. Marcar uma consulta de urgência, impossível. Os exames, me refiro aos básicos, são demorados e ineficientes. Os mais elaborados necessitam da autorização do plano de saúde, que muitas vezes, não autorizam no momento que você precisa.

O nível dos profissionais é outro ponto questionável... Não existe mais o curso de Enfermagem? Porque você só encontra técnico em enfermagem nos hospitais privados e essa “catigoria” é complicada. Não sabe se sequer tirar sangue... “te fura” duzentas vezes pra “achar” a sua veia. Os médicos não conseguem te dar um diagnóstico preciso... “Você pode estar com caxumba, rubéola ou mesmo uma forte inflação na garganta”. Pasmem, não é piada, escutei isso!

O resumo dessa ópera é que no Brasil o discurso é velho: falta Educação, Saúde, Comida e Esperança pro povo. Mas mesmo faltando tudo, o que a gente percebe no “discurso” do presidente-estrela é que o Brasil está crescendo, que será uma potência... Agora em 2010, teremos mais promessas com os candidatos nas eleições. Saúde e Educação estão em primeiro lugar... Que país é esse?

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Boas Festas


Um Feliz Natal para os cutucadores!

E que em 2010, nós possamos cutucar ainda mais... Na esperança de fazer a diferença!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Vou estar investigando

O dito popular garante: Arruda é excelente para combater o “mau-olhado”, a inveja, sentimentos ruins... Mas, mesmo carregando o nome da planta, o governador do DF, José Roberto Arruda, não teve sorte e “de novo” o cara se meteu em um grande escândalo. Agora, o esquema é propina, ou como já está sendo chamado o caso, Mensalão de Brasília.

“Vou estar lembrando”. Arruda ganhou fama com o escândalo no Senado em 2000, quando violou o painel da Casa durante uma votação secreta, que cassou o mandato do senador Luiz Estevão. Quando descoberto, a saída do senador Arruda foi renunciar ao cargo. “Vou estar me afastando do Senado”.

Já no governo do DF, entre as atitudes tomadas, uma delas chamou muito a atenção. “Arruda demitiu o gerúndio de todos os órgãos do Distrito Federal e ficou proibido o uso do gerúndio para desculpa de ineficiência”. Pra quem demitiu o gerúndio, “estar sendo investigado”, não deve ser fácil!
E também não deve ser nada fácil explicar tantos vídeos com revelações de propina... “Vou estar comprando panetones para famílias carentes”. E eu vou estar encaminhado cartinhas para o Papai Noel...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Cena do próximo capítulo


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Com que roupa eu vou?

Sexta-feira. Aula na faculdade no turno da noite. 20 anos. Jovem e comum. Com que roupa eu vou? Depois do acontecido na semana passada, quando uma aluna foi hostilizada pela roupa que usava, acredito que esta seja a pergunta mais frequente entre as estudantes da Universidade Bandeirante de São Bernardo do Campo (SP). A “confusão” ganhou espaço na Imprensa e, claro, veio acompanhada de diferentes opiniões.

Alguns contra a universitária. “Ela estava com roupa insinuante”. O chocante é que a jovem não foi atacada na rua nem no ônibus que pegou para chegar à aula. Outros perguntaram pela democracia, pelo direito de usar o que quiser... Muitos pontos foram questionados, mas senti falta de apenas um detalhe: nossas jovens não são influenciadas pela televisão? Já paramos para relembrar como se vestem as alunas de “Malhação”?

Independente da influência, essa questão não se resume ao tipo de roupa que a jovem estava usando; mas ao comportamento dos alunos. Isso não seria vandalismo? Não acredito que aquela multidão masculina nunca tenha visto uma mulher pelada para ficar tão excitada com um vestido curto...
O pensamento coletivo é algo perigoso. E se não há limites nem punição para ele... Da mesma forma que esses alunos ficaram excitados por um vestido curto e causaram baderna, deixando a própria Universidade sem controle, eles podem ficar “excitados” para matar um colega, violentar uma mulher, espancar um professor... E aí? Chama a polícia, de novo?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Da janela


No fim de semana, um jornal da cidade trouxe uma notícia sobre assaltos no Sudoeste, bairro onde moro. Os bandidos adotavam um método antigo, apertar o interfone e checar se há alguém em casa. Sem resposta, eles invadiam o prédio e assaltavam os apartamentos vazios. Não há novidade nesse tipo de notícia... Nem mesmo informação se a segurança no local foi reforçada.

Pra mim, estaria tudo tranquilo se não fosse meu interfone tocar às cinco da manhã. Acordei com ele “disparado” e fiquei branca... Acredito que o sangue parou de circular por um minuto. E ao mesmo tempo percebi que um minuto é tempo suficiente para se pensar em muitas coisas... “Cadê o porteiro?” “Quem está interfonando?” “Incêndio?” “Assalto?”

Agarrei o celular e fui para a varanda de minha casa. Se abrirem minha porta, eu pulo da janela! No visor do telefone já estava o número 190. Alguns minutos se passaram e eu escutei alguém batendo na porta da vizinha. Ufa, era o louco o ex-namorado dela. Quase que liguei mesmo para o 190, foi uma briga de tremer o prédio. Mas, eu só pensava em parar de tremer minhas pernas e voltar a respirar...


O interessante de tudo isso não é esse episódio do meu condomínio, mas as influências que as notícias causam em nosso dia a dia. Somos bombardeados com notícias de assaltos, assassinatos, sequestros... O medo ele existe, nem que seja no inconsciente. Mas dá mesma forma que a mídia provoca essa sensação, ela também pode influenciar o maníaco. Quando lemos detalhes de um crime, matamos nossa curiosidade. Mas, talvez, os detalhes atiçam a imaginação do criminoso... Espero que nem o meu, nem o seu interfone toque nesta madrugada.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Triplo

Nos últimos dias, um triplo assassinato, em Brasília, roubou a cena e conseguiu despachar a gripe suína do noticiário. Ninguém aguentava mais a tal gripe e os especialistas com suas recomendações. O triplo assassinato é mais atraente... é uma novela, sabe... São capítulos. Há mais de 15 dias, os brasilienses acompanham passo a passo as “diligências” (repórter adora essa palavrinha) da polícia e as especulações dos meios de Comunicação para tentar desvendar o crime, que parece “perfeito”.

No fim de agosto, um casal de advogados e sua empregada doméstica foram mortos brutalmente com mais de 70 facadas em um apartamento no Plano Piloto. Os corpos só foram encontrados três dias depois. Por quem? Pela neta do casal, que trabalha no escritório dos advogados... No dia, ela estava com seu namorado, perito da Polícia Federal.

Coisa de família! É a polícia também diz isso: “nossa linha de investigação suspeita o envolvimento de algum familiar ou mesmo alguém muito próximo à família”. Não cabe nenhuma avaliação sobre a investigação da polícia, mas vale alguns questionamentos: em que outro caso a polícia precisou fazer mais de 10 perícias para tentar achar algo? Nem no caso Nardoni... Não seria coincidência um prédio, em pleno Plano Piloto, não ter câmeras de segurança? Tá, tem mas não filma. O que adianta? O assassino não saberia disso? Se a polícia tem a linha de investigação, por que fica pedindo ajuda de testemunhas? Ainda faltam provas? Ou a verdade é que a polícia está mais perdida que cego em tiroteio...
Não, não teremos as respostas. Até porque, especulação dá Ibope. Eita, guerra local... Cada veículo de Comunicação tentando andar com a melancia na cabeça. Bom para o telespectador brasiliense que tem uma novela exclusiva. Eu nem vejo “Viver a vida”, “Bela a feia”, “Paraíso”; mas te confesso que não perco um capítulo do “Triplo assassinato”...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Encontro cantado


No fim de semana passado, o presidente da República se encontrou com o ex-ministro da Fazenda. E sabe o que o presidente disse ao ilustríssimo ex-ministro?


“Você não vale nada, mas eu gosto de você...”

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Maquiagem especial

Rita sempre foi diferente das outras meninas. Não era nem um pouco previsível e os seus gostos não dava mesmo para comentar. A escolha da profissão foi um momento como ela: imprevisível. Quase matou a mãe do coração... “Se mamita tivesse morrido seria um incentivo pra colocar a mão na massa”. Rita decidiu ser maquiadora de defunto, como os populares gostam de dizer.

Talento ela tinha. Todos os mortos que pintava deixa com cara de vivo. “Parece até que dormiu maquiado”, comentavam nos velórios. Para ela, a profissão era como qualquer outra, a diferença era suportar o monólogo. “Gosta dessa sombra? E o batom pode ser vermelhinho, você tá muito pálida. Vai usar óculos?”

Os amigos de Rita tinham pavor de tocar na mão dela. “Quanto analfabetismo...” A moça era feliz e desenvolveu um dom: o de falar sozinha. Se o dom vem para o bem, é o que ninguém sabe responder. Depois de deixar um defunto prontinho para ser velado na manhã seguinte, Rita seguiu para um ponto de ônibus. No meio do caminho, tinha um assaltante. Quanto mais ela falava, mais o bandido pedia silêncio. “Ta doidona? Ta falando só?” Ela respondia: “tô, desenvolvi esse dom porque sou maquiadora de defunto.” Ele replicava: “tu vai virar defunto.”

A promessa se concretizou. O bandido desistiu de aguentar Rita falando só. Dois tiros! “Tá lá o corpo estendido no chão”. Choque para a família e amigos. Mas trágico mesmo foi o enterro de Rita. Sem base, sem pó compacto, sem sombra, sem batom, sem perguntas... Parece que a única maquiadora de defunto tinha dormido e se esqueceu de levantar pra trabalhar.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O começo


Ele publicitário. Eu jornalista. Nós... sentados em um restaurante, almoçando e curtindo nosso domingo. Ele me escutava... eu falava dos planos, das ideias. Falava da vontade de expor minha opinião de uma forma abusada. Falava da vontade de cutucar, ainda que não significasse nada para os outros, mas para mim seria importante. Talvez, a minha parte estaria sendo feita...

As horas passaram. Conversamos muito! Eu escutava, ele falava. Incentivava meus planos, dava dicas, sugestões para que minhas vontades virassem realidade. Do restaurante seguimos para o Jockey Club. Inesquecível! Enquanto os cavalos corriam e o publicitário ganhava as apostas, meus pensamentos corriam para fecundar a ideia... Quando voltasse para Brasília, criaria um blog. Foi assim a “concepção” do Cutucando.

O publicitário foi o primeiro a ver e ler as coisas do blog. Depois, tive que ampliar o acesso. Alguns amigos, “eternos professores”, leram a primeira bateria de texto. Ih, quantas edições! Minha irmã, advogada, também editava. Para ela, tudo era motivo de virar ação judicial contra mim. Enquanto os primeiros cutucadores se manifestavam, eu buscava especialização, inclusive, sobre “as leis da internet” (que descobrir não existir)...

28 de agosto de 2008. Cutucando o Ponto entrou no ar! E eu entrei em um mundo virtual de satisfação pessoal e profissional. Foram mais de 100 textos publicados neste primeiro ano, inúmeros seguidores e cutucadores. Foram amigos de longe conquistados (especial André e Gabi), foram novas descobertas, novas tendências, novos desafios. E nesse mundo de novidades, a mesma certeza: amo escrever. E é muito mais prazeroso quando não há edições, não há censura, não há estilo, não há regras. O que há é o desejo de dizer algo para alguém... Obrigada a todos!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Personagem


Um amigo me perguntou se colecionava algo. Eu disse: sim, histórias. E esta é mais uma delas. Já atuei como produtora de telejornal local. E sempre pautava os leilões do Detran – Departamento de Trânsito do DF. Carros e motos velhos são vendidos por um preço menor do que o de mercado, por causa da situação dos veículos. Nossa reportagem sempre mostrava o factual ou o serviço. Mas o meu desespero era maior, encontrar um personagem, uma pessoa, que comprou alguma coisa no leilão e explicar o motivo daquela conquista...


Dia desses fiquei de cara com o meu tão sonhado personagem. Conheço um grupo de músicos e, mais que o som, foi a criatividade que me deixou apaixonada por ele. Sentamos em um café da cidade e lá vem a história. O grupo curte um samba e em cada bar, café, esquina que ele para, vira atração. E vira motivo pro local cobrar couver... (que pagamos com orgulho)

De couver em couver, o grupo enche a poupança. Em um anúncio do leilão, os integrantes resolveram participar... Saíram de lá com uma “van”. O dinheiro aplicado foi suficiente para quitar as dívidas do veículo e transformá-lo. A “van” virou instrumento para uma novidade na cidade: o Samba móvel.

Atualmente, o grupo divulga em um e-mail, de contatos “selecionados”, dizendo onde estará estacionado o “Samba móvel”. E lá começa o som... “Foram me chamar, eu estou aqui o que é que há. Foram me chamar, eu estou aqui, o que é que há. Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho, mas eu vim de lá pequenininho, alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho...”

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Sem nome

Afonso chegou em Brasília em 1983. Deixou pra trás apenas seus pais na cidade de Araxá, Minas Gerais. A capital do país sempre foi atrativa por causa das excelentes chances de bons empregos. E com ele não foi diferente. Em menos de 20 dias, Afonso já estava empregado. Começou servindo cafezinho no gabinete de um “amigo” senador mineiro. Depois de dois meses, Afonso já era uma espécie de assessor no Senado Federal...

Os pais de Afonso não se continham de tanto orgulho. Um menino, de infância difícil, sem muito estudo, hoje era assessor no Senado. Na verdade, nem Afonso entendia bem o cargo e a função dele. Imagina os pais! Mas o que importava mesmo era o contracheque e o sobrenome “Afonso, servidor do Senado”.

Em 2003, Afonso tinha um salário de dar inveja. Conseguiu comprar imóvel em Brasília e em Minas. Tinha carro. Já falava bonito e até frequentava faculdade. Claro, o “amigo” senador mineiro já tinha deixado o cargo... “Vão se os anéis e ficam se os dedos”. Afonso estava em outro gabinete, outra função... Ainda sem entender.
Anos depois, um dos maiores escândalos no Senado. Nomeações que nem mesmo os senadores conseguem explicar. O nome de Afonso estava em uma delas. Mas quem é Afonso diante dos escândalos? O gabinete, em que ele trabalha, não é de repercussão nacional, a função dele não é importante, o salário que ele recebe é apenas mais um gasto... Ou seja, Afonso é só mais um “sem nome” diante da imprensa, mas com a aposentadoria segura.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Mafalda


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Seriados


Como já era esperado, na primeira sessão do Senado, nesta semana, não faltou o “bate-boca” oficial. Os senadores estão ficando cada vez melhores... Futuros atores! Profissão certa para quando precisarem renunciar. Essas discussões não passam de palavras soltas... Mas ganham vida porque a imprensa está lá!

Destes seriados “nacionais”, o que me choca é ver um ex-presidente da República que sofreu um impeachment, acusado de corrupção, sentado em uma das cadeiras do Senado. Tomando decisões ao lado de um ex-presidente do Senado que renunciou para não ter os direitos políticos cassados...

Ontem (quinta-feira), mais um seriado... Novamente, o ex-presidente da Casa. Sempre tem aqueles personagens principais... Oh, gente, não tem um roteiro melhor? O pior é que, no Brasil, esse tipo de seriado ainda dá Ibope...


* Foto Valter Campanato/Agência Brasil, retirada do site Terra

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Cada macaco no seu galho

Ultimamente, não temos outro assunto a não ser a família real Sarney... Na semana passada, nós (jornalistas) ficamos estarrecidos com a decisão do desembargador Dácio Vieira, do TJDFT, que proibiu o jornal O Estado de S. Paulo de publicar reportagens com informações sobre o filho de Sarney, envolvido na Operação Boi Barrica.

Alguns disseram censura! Outros direito... e outros nem entenderam o que aconteceu. A “confusão” pode ter começado quando o jornal publicou trechos de uma conversa telefônica “cotidiana” de família. A neta pedindo ao avô para arrumar emprego para o namorado. Nada demais, se não fosse o avô o presidente do Senado...

Antes que a dinamite estourasse, surgi o bombeiro (ops, desembargador) Dácio Vieira e, com uma liminar, impôs um fim provisório. Vieira determinou aplicação de multa de R$ 150 mil para cada reportagem publicada. A defesa do Jornal informou que vai recorrer da decisão. Para ela: “há um valor constitucional maior, que é o da liberdade de imprensa, principalmente quando esta liberdade se dá em benefício do interesse público”. Até que ponto a Justiça deve interferir na linha editorial de um veículo de Comunicação? Será que, depois dos retrocessos assistidos no primeiro semestre deste ano, viveremos uma nova fase: a da Censura Indireta?
Não vamos nos esquecer daquele velho ditado... Cada macaco no seu galho!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Exemplo do presidente



“Não é problema meu. Eu não votei para eleger Sarney presidente do Senado, nem votei para ele ser senador no Maranhão... Quem tem que decidir se ele continua presidente do Senado é o Senado, não sou eu.”

Essa frase foi dita pelo presidente da República, quando questionado sobre a permanência de Sarney no cargo. Para nós, brasileiros leigos, foi um ótimo incentivo. A gente nunca sabe mesmo em quem votou e muito menos qual é a função de cada um deles: prefeito, governador, senador, deputado, presidente... A única certeza que nós temos é: corrupção é o princípio básico para se governar o Brasil.

Há meses o Senado vem sendo bombardeado e perdendo a moralidade por escândalos e denúncias. A mídia faz questão de revelar um por um, de chamar a atenção... Mas este tipo de informação não é de interesse do povo... é interesse “privado”. São poucos os que realmente entendem o que está acontecendo no Senado.


É... em certos momentos é melhor mesmo seguir o exemplo do presidente da República: “não é problema meu!” Só uma dúvida: de quem, então, seria o problema?


** Ilustração retirada da internet.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Retrocesso

Confesso que demorei a escrever sobre o tema porque ainda não tinha digerido mais um retrocesso dos nossos políticos... No dia 6 deste mês, todos os jornais locais divulgavam uma notícia... O título basicamente era: Flanelinha no DF vira profissão regularizada. Fiquei mais assustada ainda quando vi que o tema virou notícia nacional. Lá estavam os “flanelinhas de Brasília” no Jornal Nacional, O Globo, Estadão...

Flanelinha é o nome para lavador de carros, guardador de carros QUE se você não paga pelo “serviço” (óbvio imposto por ele), você tem o carro riscado, amassado, quebrado... Simples assim: em qualquer estacionamento público, ops, isso não existe mais em Brasília... em qualquer estacionamento tem, NO MÍNIMO, uns dez malinhas (ops, flanelinhas) para olhar o seu carro.

O governo, eficiente como sempre, em vez de dar um fim na história desses malinhas; regulariza a profissão e diz que está fazendo um favor para a sociedade! Levanta o dedo aí quem nunca teve problemas com esse tipo de profissional? Um secretário do DF disse: “eles vão ser cadastrados e quem tiver qualquer problema poderá denunciar na delegacia.” Então, meu caro secretário, deixa eu te contar... meu carro é todo riscado, não tenho mais limpador traseiro e quase todo mês tenho que repor as peças traseiras, porque não dou dinheiro pra flanelinha. O estacionamento DEVERIA ser público! Já fiz inúmeras reclamações nas delegacias da cidade. Alguém te ligou? Pois é, pra mim também não.

Decisão errada do governo! Já pagamos impostos suficientes. Em vez de regularizar a malandragem, o governo deveria PROIBIR esse tipo de atividade em ESTACIONAMENTOS PÚBLICOS... Cadê o direito de deixar seu carro sem ninguém ficar enchendo o saco pra lavar, pra cuidar? Cadê a segurança para inibir esses malinhas? Cadê o povo pra reclamar desses retrocessos? Ah, esqueci... estamos no Brasil!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Os três porquinhos (versão atualizada)


Em uma cidade planejada, viviam três porquinhos: Agaciel, Timothy e Edmar. Os três eram felizes e despreocupados. Tinham uma vida calma e segura. Na mesma cidade, vivia também um lobo-mau, chamando Imprensa. Os três porquinhos tinham algo em comum: cargos poderosos na cidade e imóveis luxuosos...

O porquinho Agaciel ganhou tanto dinheiro, que ficou com medo de revelar a quantia. Mas soube aproveitar bem. Entre as mordomias, ele comprou uma casa em um bairro nobre da cidade planejada. A pequena mansão foi avaliada em R$ 5 milhões. Com tantos zeros assim, impossível não despertar o lobo-mau. “Toc toc toc”. Era a Imprensa à porta do porquinho Agaciel. O porquinho ficou sem teto...

O porquinho Timothy gostava mesmo era do luxo e não media esforços para tê-lo. O porquinho foi audacioso, e como Agaciel, desviou recursos públicos para mobiliar e reformar sua casa. Timothy gastou cerca de R$ 470 mil... Comprou abridor de latas de R$ 190, saca-rola de R$ 859, lixeiras de mil reais e tinha até um escorredor de pratos de R$ 549. Imagina então os custos com eletrodomésticos... Casa moderna e atrativa para o lobo-mau Imprensa. Segundo porquinho sem teto...


Edmar era o porquinho mais corajoso dos três. Ele foi o único que teve coragem de falar para o lobo-mau que não tinha medo dele. Também foi o mais esperto: construiu sua casa bem distante da cidade planejada. A casa, ou castelo, tem mais de sete mil metros quadrados de área construída, oito torres, 36 suítes, 18 salas, piscina com cascata, fontes, espelhos d’água e 275 janelas. Estrutura forte demais para o lobo-mau, que até chegou perto da casa. Mas diferente dos outros porquinhos, Edmar não ficou sem teto e o lobo-mau teve que se calar diante dele!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Um adeus


Nessa terça-feira (7), o mundo parou para dizer “tchau” ao rei do pop: Michael Jackson. E nós, imprensa, também paramos e mostramos que estamos ficando bons em “coberturas especiais”. Diante do “espetáculo da morte”, assistimos a excelentes matérias, lemos completos históricos e até ouvimos curiosidades sobre a vida do pop “negro-branco”.

Desde o último dia 25, quando Jackson morreu, cada emissora foi atrás do inusitado... Foram produções maravilhosas. Uma mexida no arquivo “vivo-morto” de um rei. A entrada de uma equipe brasileira no Neverland foi o máximo. Matéria bem produzida, detalhada. O telespectador tinha a impressão de ser amigo íntimo de Michael.

Em dia de festa, porque acho que funeral de Jackson pode ser definido assim, não existem problemas. Concordo! Estava tudo lindo. Mas a curiosidade... pra essa não existe censura (por enquanto). O corpo do pop estava mesmo dentro do caixão? Então, por que o caixão fechado e coberto de flores. Se é despedida, a gente quer ter a última lembrança do rosto da pessoa amada...


Os fãs “amam” seus ídolos. Mas por que essas 18 mil pessoas não estavam na porta do Tribunal quando Jackson foi acusado de pedofilia? Trajetória polêmica, o rei do pop deixou... O cinquentão partiu e, talvez, nem imaginava que também seria polêmico no último dia de vida. Mas até na partida, ele acertou no tom. Os astros são assim... surgem, passam e deixam história para as próximas gerações!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Dois mil e dez

O próximo ano promete... Copa do Mundo e eleições. Os dois grandes eventos serão marcados por disputas. No futebol, o desafio será a vitória. Nas eleições, o desafio é do Tribunal Superior Eleitoral, que tenta “definir” as regras do uso da internet pelos candidatos.

Por enquanto o que temos é uma bíblia eleitoral, que não acompanha a modernização. Estamos no século da tecnologia. Mas nas últimas eleições (em 2008), nada de campanha na internet! Por que? E como tentar definir regras na internet, se ela própria não tem regras. É o espaço mais democrático que conheço... gratuito e sem punição. Basta lembrar dos casos de pedofilia, de racismo e rixas de gangue na rede.

Como “bons fiéis”, os políticos tentam interpretar e respeitar a bíblia eleitoral... Em vez de campanha, criam blog, twitter, orkut, e-mail... Nada de mais, não é? São apenas sites pessoais e uma forma de se aproximar do eleitor como um cidadão comum.

E agora TSE? É proibido ter um blog, onde o candidato não se apresenta como “tal”, mas sim como um cidadão que tem um espaço gratuito (na internet) para divulgar suas ideias? E o eleitor como vai agir? Está preparado para ser "bombardeado" com essas inovações em 2010?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Receita de Jornalista

Quitute Literário (ideal para ser saboreado em dias úteis, das 10 às 19 horas)

Ingredientes
3400 toques compostos por itens da língua portuguesa
1 pitada de criatividade
1 1/2 dose de bom senso
100% de conhecimento gramatical
1 lead fresco
1 título marcante
1 linha fina bem construída
2 ou 3 intertítulos curtos
3 aspas de impacto
1 furo
2 fontes
Gancho para dar liga
1 foto
1 foca para dar gosto

Modo de Preparo: Atenção ao deadline, pois a matéria pode ficar fria. Junte todos os ingredientes, misture tudo, separe o joio do trigo, seja imparcial, ouça sempre os dois lados e coloque tudo em papel manteiga. Tenha certeza de que o texto foi bem mastigado e o repasse para o editor dar uns palpites. Certifique-se de que você cumpriu seu papel: informar com idoneidade. Pronto! O próximo passo é emplacar sua matéria, para ter o prazer de abrir o jornal no dia seguinte e ver uma chamada logo na primeira página. Saboreie a leitura com café preto, logo pela manhã.

DICA: NÃO ACEITE JABÁ E NÃO USE NARIZ DE CERA.
Nota do autor: Este é o resultado sério de jornalistas que, como eu, somos todos cozinheiros.
** Recebi esse texto pelo e-mail. Não tem o autor... Mas vale a publicação! Muito bom!!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

"Tá na Mídia"

UnB forma a primeira índia pelo sistema de cotas, mas para jornalismo
Camila de Magalhães

A pernambucana Maria Amazonir Araújo da Cruz Ferraz, 28 anos, é a primeira indígena a se formar na Universidade de Brasília (UnB) por meio do sistema de cotas, iniciado em 2004. Ela acaba de concluir o curso de Comunicação Social, habilitação em jornalismo. A jovem confessa que pensou em não entregar seu trabalho final após saber da decisão do Supremo Tribunal Federal, que aboliu a obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão. "Quando soube disso, me deu uma louca, quase peguei uma passagem e fui embora para a aldeia", conta ela, lembrando que o que a impediu foi responsabilidade com o governo.
Para ela, foi uma decepção saber que o diploma não era mais necessário. "Acho que desvalorizou a profissão e desmereceu o tempo de estudos na universidade", opina ela, dizendo que poderia ter feito outro curso, caso soubesse antes. "Lutei tanto durante cinco anos e hoje o diploma não serve mais". Amazonir produziu um programa piloto de televisão sobre questões indígenas. Reuniu psicólogos, educadores, alunos e até o reitor da UnB para debater sobre saúde, política e educação de indígenas como cidadãos comuns, e não pintados, como no ritual. "Quero levar a questão indígena para ser discutida no mundo todo, de forma realista, para ser respeitada".
A apresentação para a banca examinadora será no início de julho. Dependendo do resultado da avaliação, ela pretende levar o projeto adiante e executá-lo para trabalhar na mídia em prol de seu povo. Agora quer passar um período na aldeia enquanto aguarda a aprovação do pedido de dupla habilitação em audiovisual. Amazonir também pretende fazer um mestrado em psicologia ou ciências políticas. Depois, voltará para a comunidade para disseminar sua bagagem e mostrar que é possível realizar um sonho. "Sei que sou a primeira do convênio a se formar, mas isso não é algo incrível". "Não é uma coisa extraordinária um índio estudar alguma coisa", defende.
Para ela, o maior problema é a oportunidade, diferenciada pela oferta de educação, situação geográfica, financeira e social. Na avaliação dela, o convênio tenta suprir uma desigualdade sem querer discriminar. "Precisamos de algo desigual para poder entrar".
** Matéria publicada no Correio Braziliense, 25.06.09

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Lei seca

No último sábado, a famosa Lei seca “comemorou” o primeiro aniversário. A imprensa fez questão de destacar os números que revelaram um resultado “positivo”. Foram divulgados dados do Ministério da Saúde, da Justiça, dos Departamentos de Trânsito, das polícias... Enfim, todos reforçando a importância da lei.

Algumas autoridades até afirmaram que a Lei seca mudou a vida do brasileiro. Hã? Quem quer combinar álcool com direção, não se sente intimidado pela lei. Basta lembrar dos últimos acontecimentos: um deputado alcoolizado foi responsável pela morte de dois adolescentes em um acidente de trânsito... Um subprocurador alcoolizado bateu no carro de uma pessoa e fugiu. Quando encontrado, foi parar na delegacia e ameaçou policial e quem mais passasse na frente dele... Um ex-delegado alcoolizado também provocou um acidente de trânsito... Pior foi o jovem que atropelou um adolescente de 16 anos que ia para escola em um sábado. O jovem motorista tinha bebido tanto que nem viu o que fez!

A Lei seca não proibe ninguém de beber. O texto da lei afirma que é proibido dirigir depois de ter ingerido bebida alcoólica... Mas como comprovar que a pessoa bebeu, se ela pode se recusar a fazer o teste do bafômetro? Em muitos casos, a impunidade só aumenta porque não há provas de que o motorista estava alcoolizado.

A conscientização sobre os perigos de dirigir embriagado foi uma saída para o resultado positivo, não a Lei. Porque se as leis tivessem o poder de mudar atitudes, o Congresso Nacional não seria o que é...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Profissão: jornalista



Esperei o susto passar para tentar escrever sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que “considerou inconstitucional a exigência de diploma para o exercício do jornalismo”. Nunca na história deste País se viu tamanho “retrocesso”. E o mais trágico ou mais cotidiano foi que, mais uma vez, assistimos a tudo de braços cruzados.

Nós, jornalistas, não nos mobilizamos contra o absurdo, contra o abuso... mas depois da decisão, ficamos indignados. A indignação é por que fomos comparados com “chefs de cozinha” ou por que agora não temos profissão?


Quando abri os jornais ontem, senti falta de editoriais sobre a polêmica... por que nos calamos? Acatamos a decisão? Cadê as matérias sobre as consequências? Muitas perguntas ainda não foram respondidas e, talvez, nem serão. Hoje, o Palocci já ocupa as manchetes! E espero que amanhã a apresentadora do jornal não seja a Mulher Samambaia...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Dúvida


A revista Veja trouxe um título que considerei forte:

Os mortos falam.

Será que falam mesmo? No caso do voo AF 447, o que se viu (ou leu) até agora foram especulações e possibilidades...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

No quintal do Lula

A notícia é trágica e prova que a violência está em qualquer lugar. No quintal do pobre e no quintal do presidente da República. Na última quarta-feira, depois de uma discussão entre “colegas” de trabalho, um deles sai ferido e não resiste aos ferimentos. Os colegas de trabalho são nada mais, nada menos que militares responsáveis pela segurança da casa do presidente da República.

Depois do crime, a informação que a mídia recebeu é que o processo de seleção dos integrantes da guarda presidencial será modificado. Atualmente, eles são escolhidos por meio de testes físicos, psicológicos e de tiros.

A solução para o presidente foi dada. E para o povo brasileiro que diariamente fica refém da violência? Talvez, o soldado que atirou não estava “bem psicologicamente”. Mas quantos não estão “assim” convivendo conosco? Quando desequilibrados são responsáveis por sequestros-relampago, roubos, assassinatos? Quantos culpados que deveriam estar presos estão nas ruas, aumentando o índice da violência?

E se fosse no seu quintal...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Frase

"Acho que o Real Madrid pode me proporcionar, junto com a seleção brasileira, voltar a ganhar os prêmios individuais importantes".
Kaká, o mais novo jogador do Real Madrid.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Público ou privado?


Semana passada, as fotos do primeiro-ministro da Itália, Sílvio Berlusconi, publicadas no jornal espanhol El Pais, reavivaram a discussão entre o interesse público e o privado. As fotos mostravam o primeiro-ministro, em sua casa na ilha da Sardenha, na companhia de convidados nus ou com pouca roupa e mulheres fazendo topless. Sinceramente, qual é o lead dessa notícia, ou seja, os pontos mais importantes?

A publicação de fotos inéditas da privacidade de uma pessoa pública não passa de espetáculo! O primeiro-ministro não estava nu, fazendo a festinha, em seu gabinete... A mídia sabe bem diferenciar o interesse público do privado; mas nesse ponto explora esse tipo de “notícia” porque os espetáculos aumentam a venda do jornal.

Não dá pra ser irônico e utópico... o interesse é claro! Mas cabe uma boa avaliação antes de publicar essas coisas, porque daqui uns dias as manchetes dos jornais poderão ser as autoridades sentadas em um vaso sanitário... Coitados! Só eles fazem merda mesmo, não é?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Sabatina

O jornal Folha de São Paulo inovou este ano e tem explorado bem os temas polêmicos no projeto Sabatina na Folha, onde “celebridades” são sabatinadas por colunistas do jornal. A primeira “celebridade”, deste ano, que colocou a carinha a tapas foi nada mais, nada menos que o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, ministro Gilmar Mendes. Temas como o Habeas Corpus de Dantas, grampos telefônicos e capangas arrancaram vaias do público.

Na sexta-feira passada (15), Ronaldo – o Fenômeno, também participou do projeto. O atacante do Corinthians estava como um bobo na corte. Cadê os assessores desse moço? Fico impressionada todas as vezes que vejo uma entrevista de Ronaldo... Fala mal, não conclui os pensamentos e ri de tudo. Pra mim, ri demais é desespero e deve ser mesmo, veja as respostas que ele foi capaz de dar:

*Sobre o episódio com travestis: o jogador admitiu que este foi um erro em sua vida, mas aproveitou para reforçar que não deve explicação sobre sua vida pessoal. Ok, Ronaldo! Já entendemos, mas dá próxima vez pague pelos serviços que usou...

*Ao falar de Ronald, seu filho: o jogador disse que ele é europeu! Educado, doce e não fala palavrões. A plateia gritou que Ronald é brasileiro... “Sim, ele é brasileiro, tem passaporte brasileiro; mas prefiro que ele tenha amiguinhos europeus do que amiguinhos brasileiros. Os brasileiros são muito malandros”, afirmou o personagem daquela famosa propaganda: “Sou brasileiro e não desisto nunca!" Que pisada de bola, heim Ronaldo...

A sorte do atacante é que o povão não vê esse tipo de programa e isso nem aparece no Jornal Nacional. Aí, Ronaldo continua sendo o fenômeno do futebol... Em boca fechada não entra mosquito, viu?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mais uma de Lulinha


“Alguém levantar a ideia de uma CPI contra a Petrobras é, no mínimo, ser pouco patriota. É, no mínimo, ser pouco responsável com o Brasil!”

Essa foi a pérola que Lulinha, o presidente do Brasil, soltou ao criticar a criação da CPI contra a Petrobras.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sem palavras, sem habilitação


Indignação! Este é o único sentimento para expressar os fatos que envolvem o deputado do Paraná, Fernando Carli Filho. Na semana passada, o representante do povo se envolveu em um acidente de trânsito que resultou na morte de dois jovens. Depois do susto, o surto! O deputado estava com a habilitação (leia-se carteira de motorista) suspensa desde julho do ano passado. Carli Filho tinha 30 multas e mais de 130 pontos na carteira, a principal causa: velocidade acima da permitida.

Nesta semana, mais uma novidade sobre o caso. O policial que prestou os primeiros socorros afirma que o deputado tinha “hálito etílico” (leia-se estava bêbado). Mais indignação! O teste do bafômetro não foi feito... é apenas uma suspeita! Como deve ser suspeita a eficácia da lei Álcool Zero. O bafômetro só funciona para quem toma apenas dois copos de chopp e tem cara de babaca!

O povo quer justiça... mas fica em casa, vendo televisão! De certo, a justiça cai do céu. Por que não organizar manifestações? Por que não pedir a cassação desse representante do povo? Por que não fazer vigília e cobrar justiça? Vigília mesmo só pra Amazônia, com atores para dar Ibope... Indignação! Sem palavra, sem habilitação para mudar a ignorância!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Nova pergunta Tostines



Na semana passada, o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) disse a seguinte frase: “Parte da opinião pública não acredita no que vocês (imprensa) escrevem. Vocês batem, mas a gente sempre se reelege”. O deputado Sérgio Moraes é simplesmente o relator do processo contra o deputado Edmar Moreira (aquele, majestade do Castelo Monalisa)... A nova pergunta Tostines é: a imprensa não entendeu o que ele falou ou o que ele falou não foi entendido pela imprensa?

Porque um direito de resposta ao deputado Sérgio Moraes valeria, a não ser que ele tenha falado a pura verdade. O que adianta noticiar durante uma semana um escândalo e na semana seguinte os fatos se perdem como pó ao vento. Uma das explicações seria que novas informações aparecem? Ou não adianta falar muito, o povo esquece mesmo?

A culpa não é só da imprensa, mas do povo também, que não cobra, que não luta por seus direitos... O que adianta dizer que no município tal não tem escola? O povo por lá se rebela? O que adianta mostrar que os deputados usam indevidamente passagens áreas? O povo faz manifestações pedindo o dinheiro de volta? É... Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Assunto proibido?

Nesse fim de semana, abri um jornal local e uma notícia me chamou a atenção. O título era Vidas interrompidas. Num primeiro momento, imaginei que leria algo sobre aborto, porque apesar do título remeter a ideia de suicídio, sabemos que a mídia fecha os olhos para tal tema. A surpresa foi tamanha! Há muito tempo que não lia uma excelente matéria sobre suicídio.

Na capital do país, tem um shopping que, desde sua inauguração, ficou conhecido como ponto de suicidas. Várias vidas foram interrompidas por lá; mas a imprensa nunca noticiou se quer uma delas. É a convenção! O acordo. Não falamos de suicídios por ética, porque podemos influenciar os outros desequilibrados. Mas noticiamos casos de pedofilia, sequestros e estupros (!?!)

A matéria alertava que os suicídios, nesse shopping, já viraram caso de segurança pública. Um levantamento, na notícia, mostrava que de 2001 até o dia 9 de março deste ano, 12 pessoas se jogaram do shopping... No local, o assunto é proibido e quando alguém se joga, a segurança está preparada para abafar o caso e o morto... Foi o que revelou a matéria.
Não me interessaria ler uma reportagem sobre um empresário que deu um tiro na boca por uma desilusão amorosa, mas me interessa ler uma matéria como essa que comento. Não foi apenas uma pessoa que se jogou, o fato sempre se repetiu no local. O shopping é um estabelecimento privado e como tal deve zelar pela vida das pessoas que por ali circulam. Por lá, não existem cercas de proteção nem telas... E as cercas que existiam na imprensa, parece que estão sendo quebradas! Talvez, o assunto deixe de ser proibido e as vidas deixem de ser interrompidas.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Sem acento e assentos


Já não é novidade. Com a nova regra ortográfica, o voo perdeu o acento. A novidade é o assento que os parlamentares perderam no voo. Nesta semana, a Mesa Diretora da Câmara colocou um ponto final na farra das passagens áreas dos deputados. Claro que a exclamação apareceu... Os românticos deputados tentaram defender "seus" direitos dizendo que não poderiam deixar de ver suas esposas e famílias. No discurso faltou a vírgula para complementar que eles também não poderiam deixar de visitar suas amantes e belas cidades estrangeiras.

A interrogação entre as novidades é por que sempre aceitamos a anistia? Nessa farra, o dinheiro "do povo" foi pelo ralo. E os nossos defensores, ou melhor, nossos deputados, disseram que o passado é passado. Eita filosofia barata, mas só faltaram os dois pontos para finalizar a frase: "e quem vive de passado é museu". E o povo vive de impostos, que poderiam ser reduzidos se, pelo menos, metade desse dinheiro voltasse para os cofres públicos.

Só um parentese! Mais de 70% da população não faz ideia do que significa a farra das passagens áreas, disse uma comentarista de Política em um programa de rádio. E ela deve estar certa quanto ao número, porque me parece que junto com o povo tranquilo, que perdeu o trema; se perdeu a esperança também. Se ainda veremos um Brasil diferente? Só nos resta a reticência.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Alguma coisa está fora de ordem


A Suprema Corte foi palco de um barraco... os ministros usaram bem o dito popular: roupa suja se lava em casa.
A ministra da Casa Civil vai à mídia dizer que está com câncer... ela só esqueceu de lembrar dos outros cânceres desse governo: do José Alencar, do Mensalão, da passagens áreas, das horas extras, dos grampos telefônicos. Haja quimioterapia!
A gripe suína chegou ao mundo... que coisa, não. Bem na semana que o Ministério da Saúde Brasileiro investe na Campanha de Vacinação de Idosos contra a gripe...
O atual presidente dos Estados Unidos aparece sem camisa em um jornal americano. O flagrante foi no Havaí, quando o político estava de férias e nem tinha assumido o cargo. Ainda bem que o presidente de lá está mais em forma do que o nosso...
E tem presidente colecionando processos de paternidade! O que chamou a atenção da imprensa e de todos é que o político era ex-bispo... Esse bispo com certeza era do Paraguai.
É, alguma coisa está fora de ordem... fora da nova ordem mundial...
Até o Cutucando o ponto está fora de ordem (das atualizações)...

sábado, 25 de abril de 2009

Cutucada da semana - Sem casamento

Faltando cerca de um mês para o casamento e no dia de chá-de-panelas, noivo rompe relacionamento e terá de indenizar a noiva em R$ 3 mil por danos morais. O decidido pela 5ª Câmara Cível do TJRS modifica, parcialmente, a sentença da Juíza Luciana Beledeli, da comarca de Tapes, levando em conta o sofrimento e o dissabor causados à mulher.
O ex-noivo ainda terá de ressarcir, a título de danos materiais, R$ 896,20 relativos a gastos com os preparativos da cerimônia, como a compra do bolo, confecção dos convites, parcelas de aluguel do vestido etc.
O compromisso foi desfeito, segundo depoimento da apelante, com um telefonema, e no dia em que se realizava o “chá de panela”. Razões essas que, agregadas à proximidade do casamento, justificam o pleito pelo dano moral, argumentou.
De sua parte, o homem justificou-se dizendo que evitava, com o rompimento, um casamento infeliz.
De acordo com o Desembargador Jorge Luiz Lopes do Canto, diante das circunstâncias, o cancelamento das núpcias ocasionou constrangimentos à mulher que vão além de meros dissabores cotidianos. Citou a data do rompimento, causadores de “surpresa e desesperança”, e o fato de viverem os envolvidos em uma cidade pouco populosa.
Mesmo observando que o matrimônio deva ser fruto de manifestação livre e espontânea da vontade, o relator salientou o caráter pré-contratual da promessa de casamento e a imprudência do homem.
“É perfeitamente passível de ressarcimento o dano moral, afirmou o Desembargador Lopes do Canto, decorrente de situação constrangedora causada pelo réu, mediante o rompimento desmotivado do noivado, poucos dias antes da data marcada (...), tal medida abusiva resulta na violação ao dever de respeitar esta gama de direitos inerentes a personalidade de cada ser”.
Ao fixar a indenização em R$ 3 mil, o magistrado esclareceu que o valor não pode ensejar enriquecimento ilícito, tampouco deixar de punir, prevenir novos deslizes e considerar a condição econômica das partes envolvidas.
* Decisão publicada no site do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul - www.tjrs.jus.br

terça-feira, 21 de abril de 2009

49 anos


Antes de chegar aos cinqüenta, elas já sumiram com as linhas de expressão. As tecnologias cada vez mais avançadas deixam os traços iguais aos de quando ainda era uma menina. Diferente das mulheres brasileiras, que apostam nas plásticas e inovações, a capital do País chega aos seus 49 anos com os mesmos traços, com as mesmas linhas.

Brasília parece não ter medo de envelhecer. E enquanto as mulheres querem ficar sempre novas, Brasília, com os seus problemas, parece ser bem mais velha. A cidade já enfrenta desafios de capitais que tem mais de 100 anos. Trânsito parado, invasões (que são verdadeiras favelas), violência, falta de segurança, de serviços essenciais, desemprego, mendigos a cada esquina... São problemas que marcam a trajetória de uma cidade que foi planejada e sonhada como um paraíso.

Ainda na adolescência, aos 17 anos, Brasília conquistou sua autonomia para escolher seus governadores; mas parece que até hoje a pobre capital não conseguiu colocar no Poder alguém que reconhecesse a importância de preservar sua história, de valorizar o povo que aqui começou e os candangos que nasceram e serão raízes dessa capital...

A festa no coração de Brasília (Esplanada dos Ministérios) já está preparada. O povo vai “em peso” para um dos granados mais belos do Brasil. Neste dia, as lágrimas são de alegria ao ver os ídolos, grandes shows e espetáculos pagos com o dinheiro do povo, mas isso é segredo – pra que lembrar disso em dia de festa. O ano é 2009, mas a festa promete ser de majestades. No coração da capital vão estar duas rainhas: a dos baixinhos e a do Axé. A visita custou aos cofres públicos R$ 500 mil para cada uma.

O banquete é para o povo, mas só de sol, calor e alegria. Brasília, 49 anos...

** Foto da jornalista Regina Sousa - grande parceira de trabalho.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O BBB nosso de cada dia

Fico impressionada com o sucesso que o programa Big Brother Brasil fez (e faz). O povo adora espiar a “loucura” dos anônimos que, de repente, viram famosos. “Prendem” não sei quantos participantes em uma casa, que perdem a noção do tempo e acham que vale tudo para ganhar um milhão (e deve valer mesmo)...

Mas se o BBB fosse com ex-presidiários? Com pacientes morrendo nos corredores dos hospitais públicos? Ou com crianças em tratamento de câncer? Teria a mesma repercussão? Milhares de televisões ligadas, pessoas comprando os canais 24 horas para assistir a tudo que acontece dentro da “casa mais espiada?” Como você, eu também sei a resposta.

O que ainda não percebemos é que também temos o BBB nosso de cada dia... A imprensa noticia diariamente imagens que foram “flagradas” pelas câmeras escondidas, mostra a realidade de um povo que tenta sobreviver. Mas isso não é bonito e nem tem patrocinador, talvez, essa espiada não seja mesmo interessante. Imagina o que poderia ser feito com um milhão em um presídio? Em um hospital? Em uma escola? Com o transporte público?

Em todas as edições do BBB, não vi nenhum ganhador ajudar uma ONG, construir algo que ajude a população onde mora, ajudar um vizinho que passa necessidade... Claro, não gostamos de espiar a vida do próximo. Só a vida de quem aparece na TV.

sábado, 11 de abril de 2009

Cutucada da semana - Adriano, perdemos

Desde a última sexta-feira, os boatos sobre o atacante Adriano, da seleção brasileira e do Inter de Milão, se multiplicaram.
Nesta quinta-feira, ele resolveu falar e anunciou uma decisão importante, como conta o repórter Tino Marcos. Chinelo, bermudas. É assim que ele quer daqui para a frente. Adriano, aos 27 anos, parou com o futebol. Até quando, nem ele sabe. Sim, ele sorriu. Mas Adriano tinha muitos nãos a dizer. “Falaram que eu uso droga, que eu sou alcoólatra, que eu sou isso, que eu sou aquilo. Eu nunca tive contato com droga e não sou alcoólatra”, afirmou Adriano. Ele confirmou que na semana passada, depois de se desligar da seleção, passou três dias na favela onde foi criado. “Eu gosto de ir para lá, eu ando descalço, de bermuda, então isso me deixa muito à vontade de tomar o Adriano de antes, aquele Adriano que gostava sempre de brincar, de rir”, contou o jogador. Negou envolvimento com traficantes. “Se eu falar para vocês que eu nunca vi, que eu não conheço, eu estou mentindo porque eu fui nascido e criado lá dentro. Agora, conhecer é uma coisa, se envolver é outra”, disse ele. Adriano tem mais um ano de contrato com o Interzaionale e abre mão dos salários que teria a receber. Deve rescindir o contrato. Só não explicou claramente o que o fez decidir parar de jogar. “Eu perdi o brilho, perdi a vontade, então isso foi uma das coisas que me fizeram a fazer isso. Peço desculpas ao Inter, já pedi, já conversei com eles e estou aqui, como homem e falando que assumo todas as responsabilidades, de multas, de qualquer tipo de coisa que eles possam vir a fazer comigo porque eu sei que foi uma decisão de uma maneira errada da minha parte que foi pensada, não foi de um dia para o outro e, com certeza, eles entenderam a minha situação”, declarou Adriano. Ele reconhece que agiu mal ao não se reapresentar ao clube e sequer comunicar que não voltaria. “Pela maneira que eu fiz é claro que eu sei que foi errado, eu deveria realmente comunicar e perguntar, mas acho que chega um momento na vida que você realmente não agüenta mais e chegou no meu limite”, disse. Nega estar deprimido e garante: não fará tratamento. “Eu não vou para clínica nenhuma, até porque eu não sou doente, eu não estou doente, eu não estou precisando de nada. Eu estou precisando estar perto da minha família, perto dos meus amigos, perto do meu país”, comentou Adriano. Coração ferido? Paixão não retribuída? Também não é isso que justifica a tristeza, segundo ele. “Eu não estou sofrendo com namorada e isso nunca aconteceu. A única mulher na minha vida que eu me apaixonei e fico mal por ela até hoje são as duas mulheres que eu tenho na minha vida, que é a minha mãe e a minha vó”, disse o jogador. Adriano disse que a súbita mudança de vida, de menino pobre a homem rico acabou provocando sérios problemas para ele. “Eu saí daqui muito cedo, com 19 anos, e a minha vida virou muito rápido. Eu não tinha nada, eu morava na Vila Cruzeiro na Penha e daqui a pouco eu já era o Adriano, daqui a pouco Imperador. Então, a minha vida aconteceram essas coisas, muito rápido”, lembrou ele. Futuro? Essa resposta, por enquanto, ainda é um tanto vaga. “Acho que o importante agora é ser feliz”, resumiu Adriano.
*Matéria veiculada no telejornal Jornal Nacional, 09.04.09

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sapatos voadores


Ontem, entrei na redação e abri o G1 (site de notícias). Na página principal mais uma notícia sobre sapatos voadores, ou seja, aqueles que saem de nossos pés e com a ajuda de nossas mãos vão “de encontro” à cara de alguém. A vítima ontem foi um ministro indiano. Durante uma entrevista, um jornalista ficou irritado ao ouvir as declarações do ministro sobre o massacre de rebeldes pelo exército indiano em 1984.

Outra vítima recente de sapatos voadores foi nada mais, nada menos que George W. Bush. O “atacante” também era um jornalista e estava em uma entrevista coletiva. Se essa moda pega. Imagina aqui no Brasil? Eu mesmo faria meu sapato voar muito.

A violência não é a melhor forma de manifestação; mas porque temos que ficar de braços cruzados enquanto muitos políticos pintam e bordam com a nossa cara, com nosso dinheiro, com nosso patrimônio? A resposta seria: “porque somos educadamente sedentários e nos envolvemos pouco com as questões do país?”

É muito dinheiro público, muito dinheiro do povo escorrendo pelos “dedos” de alguns. Em Brasília, na capital do país, falta remédio, falta leito, falta médico para quem depende do SUS; mas sobra dinheiro para que o secretário de saúde “tenha” dois motoristas do governo fazendo “serviços” pessoais (denúncia feita pelo jornal Correio Braziliense, em 07.04.09)...


Sorte de muitos que por aqui, no Brasil, os sapatos ainda não voam!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Exceção

Ontem, segunda-feira, deveria ter publicado uma cutucada quentinha; mas não foi possível. Aí pensei: “que falta de respeito com os cutucadores que acessam o blog na segunda para ler algo novo...” Tentei me consolar, dizendo: “ah, foi uma exceção. Só desta vez...” O fato me levou a uma reflexão...

Nós, brasileiros, adoramos uma exceção. Na fila do banco, encontramos um amigo e lá vamos nós com a cara mais lavada e pedimos para “o amigo” pagar a conta. Coitado dos outros seres que estão a horas na fila esperando. E ainda falamos: “pôxa, quebra o galho aí só desta vez...” Nos estacionamentos, também abrimos uma exceção para ocupar as vagas de idosos e deficientes físicos. O consolo é: “vou ali rapidinho...” e nesse rapidinho, o vovô ficou sem vaga!

Nesses casos, a coisa parece simples. E se essa exceção acontece dentro de um hospital público. Milhões de pessoas esperando uma vaga para conseguir uma cirurgia, mas você conhece o médico e quer ajudar sua empregada doméstica. “Oh, doutor, ajuda aí... Ela não pode esperar tanto tempo...” A complexidade fica ainda maior quando o assunto é política. O contrato não pode ser assinado, a verba não pode ser distribuída, o cargo não pode ser transferido, mas “é só desta vez, uma exceção...”
Com essa filosofia brasileira “é só desta vez”, a gente permite que a exceção vire regra!

sábado, 4 de abril de 2009

Cutucada da semana - A frase


"Você não acha muito chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI?"

Frase dita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em coletiva de imprensa durante a reunião do G20.
* A charge foi retirada da capa do jornal Correio Braziliense, 03.04.09

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Dia da mentira


Em Marte, um marciano conta para outro:
Num país distante, presidente não tem diploma.
Num país distane, político corrupto não vai pra cadeia.
Num país distante, governador cassado permanece no cargo até o último “jeitinho brasileiro”.
Num país distante, senadores e deputados renunciam para não perder mandato.
Num país distante, político paga pensão para filha com dinheiro público.
Num país distante, pai violenta sexualmente filha, mas continua livre – não foi pego em flagrante.
Num país distante, preso mata preso em uma cadeia de segurança máxima.
Num país distante, sonegadora de impostos foi condenada a 90 anos de prisão, mas não fica nem dois dias.
Num país distante, “a galera” vai pra CPI com HC (habeas corpus) debaixo do braço, assim pode ficar calado e não sai preso.
Num país distante, escutas telefônicas são permitidas, desde que não seja da corte.
Num país distante, férias em janeiro é sinônimo de hora extra.
Num país distante, polícia atira em cidadão e não é condenada.
O marciano que escuta a história diz: "ainda bem que hoje é dia da mentira"...

segunda-feira, 30 de março de 2009

Cadê o diploma?

Se o presidente Lula fosse iniciar esse texto, provavelmente, ele diria: “Nunca na história desse País, o Supremo Tribunal Federal julgou tantos casos polêmicos...” E eu concordaria com ele. Nesta semana, mais um “caso polêmico” será “decidido” na Corte: a exigência do diploma para jornalistas.

A polêmica começou quando o Ministério Público Federal entendeu que, baseado no artigo 5° da Constituição – que fixa o direito do livre trabalho e da livre expressão da atividade intelectual e de comunicação, não seria necessário o diploma para os jornalistas. Em 2001, uma liminar da Justiça suspendeu a obrigatoriedade do diploma para exercer atividades jornalísticas. E agora caberá ao STF “bater o martelo”.

Se a Corte entender que para ser jornalista não é preciso sentar no banco de uma universidade, quantas outras profissões seguiram o mesmo caminho? Já basta a de “presidente do Brasil”. E quem dedicou sua vida aos estudos da comunicação, da ética, da Lei da Imprensa, lutou por uma formação acadêmica... será indenizado pela Justiça por tanto tempo perdido? E como fica a situação de quem ainda está na faculdade, lutando pelo diploma?

A discussão é, no mínimo, polêmica. E não me assustaria se o diploma de jornalista fosse banido. E isto abriria precedentes para que outros diplomas sejam “rediscutidos”. O julgamento será nesta quarta-feira, dia 1° de abril, dia da mentira. Até lá, espero ver mais notícias sobre o assunto nos jornais, quem sabe manifestações, jornalistas discutindo o assunto... Se o presidente Lula fosse finalizar esse texto, ele diria: “nunca na história desse país se viu tanto jornalista sedentário.” E eu concordaria com ele!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Será que ela é?


"Nem amarrada respondo!"


Esta foi a resposta que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, deu, ontem, em uma entrevista ao telejornal "Bom dia Brasil" quando foi questionada sobre a candidatura para as eleições de 2010.

Para bom entendedor, o silêncio, também, basta!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Júri popular para os Nardonis

Domingo passado, enquanto assistia uma matéria no Fantástico que falava da pequena Isabella Nardoni, meus olhos encheram de lágrimas ao tentar imaginar o sofrimento da mãe e da família. Os acusados ainda não confessaram o crime e ninguém, por enquanto, sabe de fato o que aconteceu naquele trágico dia 29 de março de 2008. Depoimentos, perícias, especulações, imaginação... os fatos e os passos que levaram Isabella à morte ainda não foram revelados. A dor de quem perdeu permanece, não tem remédio. A dúvida e o mistério ainda estão com a polícia. E a nós, fica a curiosidade!

Ontem, a Justiça determinou que o casal acusado (pai e madrasta) vá a Júri Popular, provavelmente no segundo semestre deste ano. Apesar de ver os passos da Justiça, fico me perguntando se ela não é tardia? Depois de um ano, o casal senta no banco dos réus. Quantas “coisas” que poderiam ajudar a desvendar os fatos não se perderam nesse tempo? Os inúmeros recursos e o “vai-e-vem” dos processos permitem que o tempo entre o fato e o banco do réu fique cada vez mais longo.

Justiça seja feita! E revista. Por que você acha justo que um pai que joga a filha do sexto andar de um prédio, fique na cadeia, recebendo alimentação, cuidados... tudo com o seu dinheiro? E se tiver "bom comportamento" ainda tem a pena reduzida? Talvez, o Brasil precise de penas mais firmes e não alternativas. A violência precisa ser combatida. E para isso, é necessário um exército de mudanças!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Índios na Corte


Quem cobre o Judiciário, conhece bem as “regras” para acompanhar uma sessão plenária. Calça jeans, blusa de manga curta, joelhos de fora, nada é permitido. Homens sem gravata e sem terno também não. Mas na semana passada, a sessão plenária da Suprema Corte abriu uma exceção e permitiu que roupas diferentes fossem usadas. Os seios de fora das mulheres indígenas não foram permitidos, mas os índios puderam entrar na corte como vivem em suas reservas.

Esta cena, pra mim, representou apenas o começo de um passo histórico e polêmico no Brasil: a demarcação de terras. Os índios estavam no Supremo Tribunal Federal para acompanhar o julgamento sobre o caso Raposa Serra do Sol – arrozeiros contra indígenas lutando por um pedaço de terra, já demarcado em Roraima. Os índios saíram vitoriosos. Por dez votos a um, os ministros entenderam que os índios deveriam permanecer na terra. Eu disse permanecer, porque a terra “de fato” não é deles. O processo foi finalizado com 19 ressalvas, entre elas: os índios não podem cobrar pedágio, não podem explorar a mineração da área, as Forças Armadas tem total liberdade para entrar na reserva. Ou seja, os índios permanecem na terra e sobrevivem como primatas?

Disse que o tema é polêmico... A área da Raposa Serra do Sol faz fronteira com a Venezuela. Nada mais que justo ter o controle das Forças Armadas por lá. Imagina o que não entraria no país? Não defendo a inocência dos índios, até porque não acredito nela. Mas fico me questionando como será a sobrevivência dos 18 mil índios que estão na região, já que os grandes agricultores terão que deixar a reserva? A Funaí, sinceramente, é um órgão falido (e por que não esquecido)...

A Justiça julgou e recomendou, mas quem vai fiscalizar? Este julgamento servirá de base para outras questões envolvendo demarcações. Não tenho dúvidas de que foi um marco histórico; mas ainda existem outros pontos polêmicos neste assunto que não cabe apenas a Justiça decidir, mas a nós, brasileiros, refletir...

“Quem me dera ao menos uma vez, explicar o que ninguém consegue entender que o que aconteceu ainda está por vir e o futuro não é mais como era antigamente...”

sábado, 21 de março de 2009

Cutucada da semana - Onde fica o Paraguai?

A educação no Brasil anda mal. O país está classificado entre os que menos se preparam em matemática e ciências, por exemplo. Não é para menos: os professores ganham pouco e são mal preparados. Mas o que não se podia supor é que os livros contenham erros graves. Mudam até a geografia. São países trocados e nomes errados. Esses livros estão nas mãos de milhares de crianças e não serão recolhidos.
Milhares de estudantes da sexta série da rede pública estadual de São Paulo vão continuar usando um material que deveria ser didático. Muitos outros podem ser afetados, porque esses livros acabam em bibliotecas e são consultados por outras pessoas. Para alunos, pais e professores, trata-se de um absurdo. Para a secretaria de educação, foi um erro menor.
Bolívia e Paraguai são um país só? Existem dois Paraguais? Outro Paraguai aparece embaixo do Rio Grande do Sul, banhado pelo mar, como ele nunca foi. A geografia, às vezes, não tem limites. Assim é a América do Sul para o aluno de sexta série da rede pública estadual de São Paulo. Um mapa está impresso em um livro distribuído pela Secretaria da Educação como material de apoio.
“Parece que não houve revisão do material. Apesar de a gente tentar minimizar, como é que você inverte o Paraguai com o Uruguai colocando o nome do Paraguai dentro da Bolívia? Você acaba criando uma confusão, sobretudo, no aluno que está em processo de formação”, disse o professor de geografia Alexandre Zanin.
“Está faltando um país também. É difícil”, comentou o estudante João Gabriel Anchieta.
“Ninguém descobriu isso. Acho que é uma coisa de responsabilidade não só pelos alunos e para eles que estão vendo que está errado e não corrigem. Ele tem que aprender o certo, e não o errado”, reclamou a avó do estudante, Filomena Cabral Moreno.
“Ele atinge um público impensável. Mesmo aquele livro que está destinado a um aluno de sexta serie pode ficar depois numa biblioteca, ele pode atender a pesquisa de menino da quinta serie. Uma dona-de-casa pode ter uma informação. Multiplica-se esse erro, que parece pequeno, pelo número de alunos que vão usar esse livro hoje e tantos que possam ter acesso a esse livro durante anos seguidos. Um livro didático não pode ser um jogo de sete erros ou um complexo de pegadinhas”, observou a especialista em educação Silvia Gasparian Colello.
A equipe de reportagem do Bom Dia Brasil produção pediu uma entrevista à Secretaria Estadual de Educação, que preferiu enviar uma nota em que diz que os livros não serão recolhidos, porque os professores foram informados dos erros e devem avisar seus alunos. Ainda segundo a nota, esses erros ocorreram devido a falhas da Fundação Vanzolini, que fez os mapas e o projeto gráfico da cartilha.
A Fundação Vanzolini, também em nota, disse que a versão correta do mapa foi colocada na página da internet, que serve de comunicação entre os professores da rede estadual. Difícil é convencer pais e alunos dessa explicação.

* Matéria veiculada no telejornal Bom dia Brasil, 17.03.09

sexta-feira, 20 de março de 2009

Clodovil

Polêmico sim!
Lendário não!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Pague para estacionar

Levanta o dedo quem não se irrita com os flanelinhas nos estacionamentos. A gente para o carro e eles já chegam gritando, intimando, pedindo para vigiar. Mas vigiar o que? O estacionamento é perigoso? Eles são policiais para evitar furtos? O estacionamento que é público virou local privado, você é intimado a dar moedinhas para esses bacanas. E aí se você der uma moeda de 25 centavos... É pouco! Os vigias querem mais.

Não existe um estacionamento, pelo menos aqui em Brasília, que não tenha essa máfia de flanelinhas. Você não tem mais paz para deixar seu carro sem que um "vigia" fique no seu pé. Eu me recuso a dar dinheiro. Primeiro, porque o estacionamento é público e segundo porque o cara não está me prestando serviço algum. Na maioria dos furtos em estacionamentos há um conhecido desses vigias envolvido. Quando seu carro aparece riscado ou sem o limpador de vidro, provavelmente, é um aviso de que é preciso pagar pelo trabalho "árduo" do vigia.

Sinceramente, não acredito que o governo não possa fazer nada. O mais chocante é que nem a polícia faz. Já fui duas vezes registrar queixa contra flanelinhas. Em um dos casos, não dei a moeda e o pilantra começou a chutar meu carro. E no segundo, o homem quase entrou dentro do carro... Eu chamaria isso de sequestro. Depois das reclamações, ele continua lá. Eu é que não tenho coragem de deixar meu carro no "estacionamento privado do flanelinha".

Conseguir uma vaga na tão falada cidade planejada é um sufoco. Desafio maior ainda é aguentar os flanelinhas que mandam e desmandam. Não temos mais estacionamentos públicos...

segunda-feira, 16 de março de 2009

O nó ortográfico


Entre o caos e a tranquilidade, o que gosto mesmo é escrever. Desde que as novas regras ortográficas entraram em vigor, 1° de janeiro deste ano, o meu maior desafio tem sido enfrentar as correções do Word. Agora mesmo, escrevia tranquilidade sem trema, mas o programinha pop insistia em colocar trema. Tive uma ideia: adicionar as “novas” palavras no dicionário do Word. Aliás, ele ainda não foi informado sobre as mudanças em nossa Língua Portuguesa. E o prazo é longo, temos até 2012 para se adaptar às “transformações”.

Na minha opinião, nós, brasileiros, aceitamos bem as mudanças. Não reclamamos dos aumentos dos impostos, não reclamamos dos péssimos serviços oferecidos, não reclamamos dos políticos, não reclamamos das estradas esburacadas, não reclamamos quando falta luz e perdemos um eletrodoméstico. Por que iríamos reclamar da mudança ortográfica?

Desde que fui alfabetizada, aprendi que ideia se escreve com acento. Mas sabe-se lá por que um presidente teve uma ideia de assinar um acordo ortográfico e mudar uma das coisas mais belas que nós (brasileiros) temos: a Língua. E a partir de agora, cai o acento de ideia, estreia, voo, enjoo, para (pára), pelo (pêlo). Tira hífen, tira trema, dobra letra, vai fazendo uma verdadeira salada de letras...

Talvez, o Volp (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), que chega nesta semana às livrarias (R$ 120,00), possa nos ajudar a entender um pouco mais sobre a reforma ortográfica e nos reeducar em relação à escrita. Por enquanto, eu sou brasileira e vou aceitando as mudanças. Mas se alguém me obrigar a escrever “pra mim fazer”, “mim monta barraca no Congresso Nacional”. A era tupi, sinceramente, já passou!

sábado, 14 de março de 2009

Cutucada da semana - Hora extra

O primeiro secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), pediu nesta terça-feira (10) um parecer ao advogado-geral do Senado, Luiz Fernando Bandeira de Mello, sobre o pagamento de horas extras para os funcionários no mês de janeiro, quando não houve sessão. O antecessor de Heráclito, senador Efraim Morais (DEM-PB), divulgou nota afirmando que o ato esta dentro da legalidade.
Heráclito afirmou que pretende levar o caso à Mesa Diretora. “Estamos mandando apurar os fatos. Pedi um parecer ao advogado-geral do Senado para levar depois à Mesa Diretora”. Ele diz ter sido surpreendido pela revelação feita pela reportagem da Folha de São Paulo de que o pagamento de horas extras em janeiro teria sido superior a R$ 6 milhões.
Para o primeiro secretário, não há irregularidade no pagamento se houve efetivamente o trabalho dos servidores. “É preciso apurar, porque é verdade que no recesso alguns trabalham, que existe o plantão. Receber hora extra por trabalho não tem nada de errado, nada de ilegal”.
O antecessor de Heráclito, por meio de nota, defendeu a ação. Morais afirma que o ofício assinado por ele três dias antes de deixar o cargo autorizando o pagamento está dentro da legalidade. Ele destaca que no ofício consta a expressão de que o adicional só deve ser pago aos servidores que efetivamente trabalharam. Morais afirma que cabe a cada gabinete informar que funcionários trabalharam, não sendo, portanto, decisão de sua alçada.
Para o atual primeiro secretário, as denúncias sobre servidores da Casa têm sido motivadas pelo descontentamento de alguns com a eleição de José Sarney (PMDB-AP) para a presidência do Senado. “Nós vamos apurar tudo, mas não pode continuar esta paranoia que existe em alguns setores no Senado que estimulam denúncias generalizadas que não levam a nada e paralisam o Senado”.
* Matéria publicada no G1, 11.03.09

sexta-feira, 13 de março de 2009

Salve-se, quem conseguir

Já estamos acostumados a abrir os jornais e ver notícias “estranhas” em relação aos fatos que acontecem em hospitais públicos do Brasil. Há duas semanas, estamos acompanhando a “confusão” da mulher que estava grávida de gêmeos; mas na hora de voltar para casa, levava apenas um bebê – que a própria mãe desconfia não ser o dela (e olha que intuição de mãe é forte). Outro caso que chamou atenção na semana foi o da paciente que teve o lado do cérebro operado por engano. E, claro, acabou morrendo!

Casos assim são mais comuns do que a gente imagina. Alguns são tão “bizarros” que conquistam espaço na imprensa. Mas tem aqueles mais “leves”, por exemplo, a paciente quebra a perna direita. A esquerda que é engessada. Uma mulher internada precisa tirar o apêndice, mas o que ela perde é um rim. As mortes por erro médico em hospitais públicos estão no topo dos principais problemas do nosso Sistema Único de Saúde. E se não há erro médico, há falta de leitos, de remédios, de aparelhos, de ambulâncias, de médicos, de enfermeiros... Elementos que podem fazer a diferença entre a vida e a morte.

O discurso do Ministério da Saúde e praticamente de todos os secretários de Saúde é sempre o mesmo: não está faltando nada! O SUS tem suas dificuldades, mas nada que os heróis da saúde não possam melhorar. Será que o ministro da Saúde já precisou ser atendido em um posto? E será que já precisou de um leito público? Passou a madrugada na fila para conseguir atendimento?
Salve-se quem conseguir, porque quando o assunto é saúde pública não há heróis! O que me deixa mais chocada é que, enquanto os hospitais públicos passam por esse caos, funcionários do Senado recebem horas extras por trabalhos feitos em pleno recesso de janeiro. É muita piada com a cara do brasileiro! Mas, afinal de contas... “Pimenta nos olhos do outro é colírio”.

quarta-feira, 11 de março de 2009

A volta do Fenômeno


Como se fosse um milagre (e pra muitos é), Ronaldo está de volta. O primeiro gol do jogador, depois de 13 meses afastados dos campos, fez tanto sucesso quanto o milésimo gol de Pelé. Sinceramente, fiquei impressionada com a cobertura e a importância que foi dada ao retorno do Fenômeno. Na última segunda-feira, Ronaldo foi destaque (e continua sendo) em todos os jornais, inclusive internacionais. A sensação que tive, como telespectadora, era de que Ronaldo tinha ressuscitado, assim como Lazaro (na bíblia)...

Mas conversando com alguns jornalistas, aceitei a repercussão. Claro, se Ronaldo tivesse voltado aos campos espanhóis, italianos, a cobertura teria sido outra. Mas o atacante fez sua brilhante estreia em campos brasileiros. Nada mais, nada menos do que no Corinthians. Um gol “fenomenal”, que nem ele mesmo esperava. Aliás, a cabeça não é mesmo o forte do atacante, basta lembrar dos últimos incidentes em que ele se envolveu...

Nesta hora de tanta alegria e paixão nacional, nada de lembranças de um passado recente e um pouco escuro... E nem perguntas indiscretas. Imagina deixar a “majestade” aborrecida. Para o rei Ronaldo, apenas elogios e um incentivo para continuar. Coberturas assim só reforçam a ideia de que a mídia coroa quem ela deseja. E, enquanto, novos reis vão sendo coroados, algumas majestades como Edmar Moreira (do Castelo Monalisa) e Agaciel Maia (da mansão em Brasília não declarada) saem pela porta de trás... “à francesa”, aliás, o reinado agora é de Ronaldo!

segunda-feira, 9 de março de 2009

O direito é seu (só no papel?)


Em resumo, a lei diz: é proibida a cobrança da taxa de boleto bancário... Em outra, a proibição já se refere ao cheque calção para atendimento em hospitais. Na constituição, nós temos direito à educação e à saúde. Mas você já tentou atendimento em um posto de saúde? Já ligou para o telematrícula para tentar uma vaga na escola? Já foi parar em um hospital particular depois de um acidente de carro e só foi atendido quando deu o cheque calção, porque a direção do hospital não conseguia a autorização com o plano?

Os seus direitos (na maioria das vezes) não são respeitados. Você, ainda, tem uma saída: procurar o Procon ou a Justiça. Procurar o Procon significa enfrentar uma fila para “formalizar” a reclamação. E aguardar os tramites de um processo. Já na Justiça, o tempo que você economizou na fila, você ganha na espera para que o seu caso seja julgado.

Com a mídia a gente aprende bem os direitos do consumidor... Se você ainda não aprendeu, fique atento. Nesta semana, aqui em Brasília, será realizada mais uma Semana do Consumidor. Teremos excelentes personagens, ótimas reclamações, povo indignado com o desrespeito aos direitos do cidadão, do consumidor... E as soluções? Os exemplos dos vitoriosos? “Fulano de tal deve procurar o Procon e formalizar a reclamação para que o órgão possa notificar a empresa.”

Enquanto a empresa espera para ser notificada por não respeitar o seu direito, ou enquanto o seu advogado corre para resolver o problema; você também espera (e se desgasta) para assegurar o direito que é seu!

sábado, 7 de março de 2009

Cutucada da semana - Aborto

A menina de 9 anos que teve a gravidez de gêmeos interrompida, no Recife, deve receber alta nesta quinta-feira (5). Na parte da manhã, ela passou por uma avaliação no hospital onde está internada. Segundo os médicos, ela passa bem, está tranquila e deve receber alta na parte da tarde. Por decisão do Ministério Público de Pernambuco, a criança não retornará para a cidade onde nasceu, no interior do estado. Ela permanecerá no Recife, sob proteção.
Excomunhão
Na quarta-feira (4) o arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, excomungou da Igreja Católica os médicos e todas as pessoas envolvidas na interrupção da gravidez, por entender que este procedimento é contra as leis de Deus.
De acordo com o médico Olímpio Moraes, se a gravidez continuasse, a saúde da menina poderia ser seriamente comprometida. “O risco poderia ser até de morte, ou uma sequela definitiva, fazendo com que ela não pudesse mais engravidar”, diz. No Brasil, a lei permite que o aborto seja realizado em caso de estupro, ou se a mãe corre o risco de morrer. “Ela está incluída nos dois casos. Como médicos, nós não podemos deixar que uma menina de 9 anos seja submetida a este sofrimento, ou até que ela pague com a própria vida”, diz Moraes. O arcebispo considera que houve crime. “A lei de Deus está acima da lei humana. Quando a lei dos homens é contrária à lei de Deus, esta lei não tem nenhum valor”, diz o arcebispo.
Violência
A gravidez foi descoberta na semana passada, depois que a menina reclamou de dores e foi levada a uma unidade de saúde. Os médicos classificaram a gestação como de alto risco, pela idade e por ser de gêmeos. Segundo os médicos, a mãe pediu para que o aborto fosse realizado.
O padrasto da menina foi preso, suspeito de ter abusado da garota e ser pai dos bebês que ela esperava. De acordo com a polícia, a menina sofria violência sexual desde os 6 anos. O mesmo homem é suspeito de abusar da enteada mais velha, uma adolescente de 14 anos.
* Matéria retirada do site G1, publicada em 05.03.09