quarta-feira, 20 de maio de 2009

Sabatina

O jornal Folha de São Paulo inovou este ano e tem explorado bem os temas polêmicos no projeto Sabatina na Folha, onde “celebridades” são sabatinadas por colunistas do jornal. A primeira “celebridade”, deste ano, que colocou a carinha a tapas foi nada mais, nada menos que o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, ministro Gilmar Mendes. Temas como o Habeas Corpus de Dantas, grampos telefônicos e capangas arrancaram vaias do público.

Na sexta-feira passada (15), Ronaldo – o Fenômeno, também participou do projeto. O atacante do Corinthians estava como um bobo na corte. Cadê os assessores desse moço? Fico impressionada todas as vezes que vejo uma entrevista de Ronaldo... Fala mal, não conclui os pensamentos e ri de tudo. Pra mim, ri demais é desespero e deve ser mesmo, veja as respostas que ele foi capaz de dar:

*Sobre o episódio com travestis: o jogador admitiu que este foi um erro em sua vida, mas aproveitou para reforçar que não deve explicação sobre sua vida pessoal. Ok, Ronaldo! Já entendemos, mas dá próxima vez pague pelos serviços que usou...

*Ao falar de Ronald, seu filho: o jogador disse que ele é europeu! Educado, doce e não fala palavrões. A plateia gritou que Ronald é brasileiro... “Sim, ele é brasileiro, tem passaporte brasileiro; mas prefiro que ele tenha amiguinhos europeus do que amiguinhos brasileiros. Os brasileiros são muito malandros”, afirmou o personagem daquela famosa propaganda: “Sou brasileiro e não desisto nunca!" Que pisada de bola, heim Ronaldo...

A sorte do atacante é que o povão não vê esse tipo de programa e isso nem aparece no Jornal Nacional. Aí, Ronaldo continua sendo o fenômeno do futebol... Em boca fechada não entra mosquito, viu?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mais uma de Lulinha


“Alguém levantar a ideia de uma CPI contra a Petrobras é, no mínimo, ser pouco patriota. É, no mínimo, ser pouco responsável com o Brasil!”

Essa foi a pérola que Lulinha, o presidente do Brasil, soltou ao criticar a criação da CPI contra a Petrobras.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sem palavras, sem habilitação


Indignação! Este é o único sentimento para expressar os fatos que envolvem o deputado do Paraná, Fernando Carli Filho. Na semana passada, o representante do povo se envolveu em um acidente de trânsito que resultou na morte de dois jovens. Depois do susto, o surto! O deputado estava com a habilitação (leia-se carteira de motorista) suspensa desde julho do ano passado. Carli Filho tinha 30 multas e mais de 130 pontos na carteira, a principal causa: velocidade acima da permitida.

Nesta semana, mais uma novidade sobre o caso. O policial que prestou os primeiros socorros afirma que o deputado tinha “hálito etílico” (leia-se estava bêbado). Mais indignação! O teste do bafômetro não foi feito... é apenas uma suspeita! Como deve ser suspeita a eficácia da lei Álcool Zero. O bafômetro só funciona para quem toma apenas dois copos de chopp e tem cara de babaca!

O povo quer justiça... mas fica em casa, vendo televisão! De certo, a justiça cai do céu. Por que não organizar manifestações? Por que não pedir a cassação desse representante do povo? Por que não fazer vigília e cobrar justiça? Vigília mesmo só pra Amazônia, com atores para dar Ibope... Indignação! Sem palavra, sem habilitação para mudar a ignorância!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Nova pergunta Tostines



Na semana passada, o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) disse a seguinte frase: “Parte da opinião pública não acredita no que vocês (imprensa) escrevem. Vocês batem, mas a gente sempre se reelege”. O deputado Sérgio Moraes é simplesmente o relator do processo contra o deputado Edmar Moreira (aquele, majestade do Castelo Monalisa)... A nova pergunta Tostines é: a imprensa não entendeu o que ele falou ou o que ele falou não foi entendido pela imprensa?

Porque um direito de resposta ao deputado Sérgio Moraes valeria, a não ser que ele tenha falado a pura verdade. O que adianta noticiar durante uma semana um escândalo e na semana seguinte os fatos se perdem como pó ao vento. Uma das explicações seria que novas informações aparecem? Ou não adianta falar muito, o povo esquece mesmo?

A culpa não é só da imprensa, mas do povo também, que não cobra, que não luta por seus direitos... O que adianta dizer que no município tal não tem escola? O povo por lá se rebela? O que adianta mostrar que os deputados usam indevidamente passagens áreas? O povo faz manifestações pedindo o dinheiro de volta? É... Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Assunto proibido?

Nesse fim de semana, abri um jornal local e uma notícia me chamou a atenção. O título era Vidas interrompidas. Num primeiro momento, imaginei que leria algo sobre aborto, porque apesar do título remeter a ideia de suicídio, sabemos que a mídia fecha os olhos para tal tema. A surpresa foi tamanha! Há muito tempo que não lia uma excelente matéria sobre suicídio.

Na capital do país, tem um shopping que, desde sua inauguração, ficou conhecido como ponto de suicidas. Várias vidas foram interrompidas por lá; mas a imprensa nunca noticiou se quer uma delas. É a convenção! O acordo. Não falamos de suicídios por ética, porque podemos influenciar os outros desequilibrados. Mas noticiamos casos de pedofilia, sequestros e estupros (!?!)

A matéria alertava que os suicídios, nesse shopping, já viraram caso de segurança pública. Um levantamento, na notícia, mostrava que de 2001 até o dia 9 de março deste ano, 12 pessoas se jogaram do shopping... No local, o assunto é proibido e quando alguém se joga, a segurança está preparada para abafar o caso e o morto... Foi o que revelou a matéria.
Não me interessaria ler uma reportagem sobre um empresário que deu um tiro na boca por uma desilusão amorosa, mas me interessa ler uma matéria como essa que comento. Não foi apenas uma pessoa que se jogou, o fato sempre se repetiu no local. O shopping é um estabelecimento privado e como tal deve zelar pela vida das pessoas que por ali circulam. Por lá, não existem cercas de proteção nem telas... E as cercas que existiam na imprensa, parece que estão sendo quebradas! Talvez, o assunto deixe de ser proibido e as vidas deixem de ser interrompidas.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Sem acento e assentos


Já não é novidade. Com a nova regra ortográfica, o voo perdeu o acento. A novidade é o assento que os parlamentares perderam no voo. Nesta semana, a Mesa Diretora da Câmara colocou um ponto final na farra das passagens áreas dos deputados. Claro que a exclamação apareceu... Os românticos deputados tentaram defender "seus" direitos dizendo que não poderiam deixar de ver suas esposas e famílias. No discurso faltou a vírgula para complementar que eles também não poderiam deixar de visitar suas amantes e belas cidades estrangeiras.

A interrogação entre as novidades é por que sempre aceitamos a anistia? Nessa farra, o dinheiro "do povo" foi pelo ralo. E os nossos defensores, ou melhor, nossos deputados, disseram que o passado é passado. Eita filosofia barata, mas só faltaram os dois pontos para finalizar a frase: "e quem vive de passado é museu". E o povo vive de impostos, que poderiam ser reduzidos se, pelo menos, metade desse dinheiro voltasse para os cofres públicos.

Só um parentese! Mais de 70% da população não faz ideia do que significa a farra das passagens áreas, disse uma comentarista de Política em um programa de rádio. E ela deve estar certa quanto ao número, porque me parece que junto com o povo tranquilo, que perdeu o trema; se perdeu a esperança também. Se ainda veremos um Brasil diferente? Só nos resta a reticência.