segunda-feira, 13 de abril de 2009

O BBB nosso de cada dia

Fico impressionada com o sucesso que o programa Big Brother Brasil fez (e faz). O povo adora espiar a “loucura” dos anônimos que, de repente, viram famosos. “Prendem” não sei quantos participantes em uma casa, que perdem a noção do tempo e acham que vale tudo para ganhar um milhão (e deve valer mesmo)...

Mas se o BBB fosse com ex-presidiários? Com pacientes morrendo nos corredores dos hospitais públicos? Ou com crianças em tratamento de câncer? Teria a mesma repercussão? Milhares de televisões ligadas, pessoas comprando os canais 24 horas para assistir a tudo que acontece dentro da “casa mais espiada?” Como você, eu também sei a resposta.

O que ainda não percebemos é que também temos o BBB nosso de cada dia... A imprensa noticia diariamente imagens que foram “flagradas” pelas câmeras escondidas, mostra a realidade de um povo que tenta sobreviver. Mas isso não é bonito e nem tem patrocinador, talvez, essa espiada não seja mesmo interessante. Imagina o que poderia ser feito com um milhão em um presídio? Em um hospital? Em uma escola? Com o transporte público?

Em todas as edições do BBB, não vi nenhum ganhador ajudar uma ONG, construir algo que ajude a população onde mora, ajudar um vizinho que passa necessidade... Claro, não gostamos de espiar a vida do próximo. Só a vida de quem aparece na TV.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mas que texto mais intenso, hein? Acho que você estava em um dia de revolta com o BBB!

Mas você tem razão. Nem tudo é "vendável" nesta vida. A parte boa do BBB é analisar a parte psicológica das coisas, como as pessoas reagem em momentos de total ansiedade e angústia.

A parte podre do programa é exatamente o que você disse: sua existência apenas pela existência. Poderia haver um propósito mais nobre, talvez.

Quem sabe o milhão não pudesse ser repassado a uma instituição?

Beijos,
Zethi (do Totalmente Sem-Noção).

Rodrigo Otávio disse...

Gostei do primeiro BBB pela novidade. Achei as pessoas mais reais. Depois, foi um sessão de exibicionismo. Pessoas superficiais, vazias. Este último, foi o ápice. Repugnante. Mas, esse tipo de programa reflete bem o tempo em que vivemos. Uma era de mediocridade. E os brasileiros, são voyers, adoram dar uma espiadinha. Aí, as emisssoras aproveitam e "jogam lenha na fogueira". Tenho brigado muito com a tv. Agora, são raros os momentos que ficamos juntos. Quando era criança, tinha muitas coisas legais. TV Cruj, Timão e Pumba, Doug. Não tinha esse bombardeio de animes e programas bizarros que tomou conta de tudo. Informação? Só as mesmas. Grade de programação? A nacional é muito ruim, a local pior ainda. Esse ciclo vicioso de sensacionalismo-audiência-patrocínio tem acabado com a qualidade da tv. As emissoras pensam que sentimos fetiche por violência e pornografia. A alternativa é boicotar. Desligar a TV e procurar outra fonte de informação e entretenimento. Prestigiar somente as boas produções e o que gostamos de assistir. Não podemos ficar submissos diante das futilidades da TV. Vamos ler um livro!