terça-feira, 30 de setembro de 2008

Os esquecidos

30 de março acordamos com a notícia nos jornais de que uma menina de cinco anos havia caído de um prédio em São Paulo na noite anterior. O caso mais tarde ia se transformar e revelar as cenas de um crime que chocou a sociedade. O pai e a madrasta de Isabella Nardoni são os principais suspeitos em jogar a menina pela janela do sexto andar. Durante semanas, a mídia só soube falar desse crime. Foram entrevistas “exclusivas” com a mãe de Isabella e com os principais suspeitos. Isso me fez lembrar do filme “Assassinos por natureza”, onde criminosos viram celebridade.

Depois da máxima exploração, seis meses se passaram e quem sabe o que aconteceu com o casal suspeito? E com o avô paterno que também estava sendo acusado de ter modificado o local do crime? Parece que no Brasil as coisas têm prazo de validade. Casos como o de Isabella são esquecidos, mas isso não muda a realidade do país. O problema é quando a mídia revela esquemas como o do Mensalão e tudo acaba no esquecimento. A notícia também tem prazo de validade.

Alguém aí lembra dos policiais que se envolveram com a morte de três jovens no Morro da Providência, no Rio de Janeiro? Foi capa de vários jornais, inclusive dos internacionais. O papel da mídia é esse mesmo: noticiar... Cabe a sociedade cobrar as respostas. Ainda não dá para esperar um Brasil diferente. Por quê? “Prefiro não comentar”.

A memória é tão curta que o atual governador do Distrito Federal foi um dos senadores que estavam envolvidos na confusão da votação que cassou o ex-senador Luiz Estevão. Entre lágrimas, ao renunciar, ele disse: "Não é o fim, mas um novo começo". (Aspas retiradas da matéria “Arruda renuncia ao mandato de senador” – Folha de São Paulo, 24 de maio de 2001).

Realmente, foi um novo começo. De senador a governador. Quantos mais serão e deverão ser esquecidos?

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O senador e a síndrome de Wally










Quem não se lembra do Wally...
cara bacana, personagem central de uma série infantil criada pelo ilustrador britânico Martin Handford. Wally usava uma camisa listrada em vermelho e branco e um gorro – também vermelho e branco. Magrinho, ele sempre aparecia com uma bengala e óculos. Wally vivia muitas aventuras e eu, particularmente, adorava caçar o cara.

Wally é bem mais antigo que o último presidente do Senado. A diferença é que a gente não se lembra das aventuras do senador. Em setembro do ano passado, ou seja, exatamente um ano atrás, o presidente do Senado ficou livre de ter seus direitos políticos cassados. Você lembra o porquê? É... hum... é... hum... Porque se meteu em uma aventura onde suas despesas pessoais foram pagas por um lobista. Despesa pessoal, tipo, pensão alimentícia para uma filha que teve fora do casamento, com uma jornalista. Eita aventura! Nem Wally eu vi numa dessa...




O cara de vermelho e branco continua nos livros. E o senador no Senado. Um passarinho "falou" que o ex-presidente do Senado está se preparando para mais uma aventura: as eleições de 2010. Parece que o “homem” vai “sair” a governador “de Alagoas”. E será que vai usar blusa vermelha? Enquanto as eleições não chegam, o senador vai vivendo a síndrome de Wally. Só acha quem procura!

sábado, 27 de setembro de 2008

Cutucada da semana

Uma mulher traída conseguiu na Justiça de Goiânia o direito de receber da amante do seu ex-marido uma indenização de pouco mais de R$ 31 mil por danos morais. A decisão é da primeira instância e a amante, portanto, ainda pode recorrer.

A professora Fátima Cristina Oliveira acreditava numa união de 21 anos, e seu marido, segundo ela, era “acima de qualquer suspeita”. “Era uma pessoa caseira. Era sete da noite e ele já estava em casa”, recorda.

Um telefonema, porém, mudou a vida da professora. Ela descobriu que estava sendo traída e a notícia chegou pela própria amante. Fátima entrou em depressão, e, desorientada, ficou sem o emprego. Quando tudo parecia perdido, ela decidiu reagir.
A professora entrou na Justiça contra amante, alegando danos morais. Primeiro, ela tentou salvar o casamento, mas preferiu o divórcio depois que percebeu que o marido pagava as despesas do advogado da amante.

Sem condições emocionais de continuar morando em Goiânia, Fátima recomeçou a vida em outro lugar, a 200 km de distância: foi para Brasília, onde morou antes do casamento. Arrumou um novo emprego e até voltou a estudar, enquanto aguardava uma decisão sobre o processo na Justiça de Goiânia.

75 salários mínimos
Na sentença, o juiz condenou a amante a pagar indenização de 75 salários mínimos, ou seja, R$ 31.125,00. Ele justificou a decisão com base nas ameaças que a amante teria feito contra a professora e no sofrimento pelo qual Fátima havia passado. A amante, que trabalha como vendedora, não foi encontrada em casa para falar sobre o assunto.

Alerta
O advogado da professora acredita que a decisão do juiz abre precedente jurídico para outros casos. “A decisão basta para realmente quebrar barreiras”, disse Éder Francelino Araújo. Ele também alerta aqueles que andam traindo os parceiros. “Amantes que se cuidem!”, afirmou.
Matéria retirada do G1, com informações do Jornal da Globo - 24.09.08

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Ado, a, ado

Ado, a, ado, tá todo mundo arrepiado.
É melhor ficar calado.
Ado, a, ado, presidente grampeado.
Foi o primeiro cutucado.
Ado, a, ado, quem mais vai ser enquadrado?
Não seja retardado.

Ado, a, ado, tem mais segredo pra ser revelado!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ficção ou realidade?

Um amigo de Florianópolis me enviou o vídeo. Alguns vão rir, outros vão chorar...








quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A condenação

Silêncio no corredor do hospital. O único barulho era do bip do rádio da repórter que aguardava em frente ao quarto 69. Dentro do quarto, estava ele – João de Santo Cristo, baleado. O primeiro tiro acertou o joelho. Ele agüentou a dor. O segundo foi no ombro. Também foi possível superar o sangue escorrendo. Mas o terceiro acertou o saco escrotal de João de Santo Cristo, que na hora desmaiou. Estava acordando agora, às 8h30. Sua boca estava seca e a dor ainda o incomodava.

Do lado de fora, a repórter continuava escutando o editor. “Você vai entrar ao vivo no segundo bloco. Vê se consegue falar logo com ele. Eu preciso das informações para fechar o link”. Ao lado dela, o advogado de João de Santo Cristo. Ambos esperavam o encontro com o homem baleado. Uma terceira pessoa chegou. Dr. Wilson. O médico que iria cuidar e examinar João de Santo Cristo. Ele entrou. Examinou, conversou e em palavras complexas disse “você ficou brocha”.

O advogado entrou depois do Dr. Wilson. João de Santo Cristo estava sem cor. O que acabou de escutar doeu tão profundamente quanto o tiro no saco. Sem prolongar o assunto e sem dar chances para o que João de Santo Cristo dizia, o advogado resumiu: se você falar que é culpado, a pena pode ser menor. Por fim, a repórter entrou. João de Cristo estava transparente. Já nem sabia mais o que dizer. Brocha e condenado por algo que jurava não ter feito. Mesmo assim, respirou fundo e contou o que lembrava da noite anterior.

12h50. Jornal no ar. “Boa tarde, Maia. João de Santo Cristo deu entrada de madrugada em um hospital da cidade. Ele está baleado e sob escolta de um policial. João de Santo Cristo atirou contra uma amiga e o ex-namorado dela ontem à noite. Os três estavam em uma casa no Guará. Os vizinhos escutaram os tiros e chamaram a polícia. Quando o socorro chegou na casa, encontraram Lúcia morta. Voltamos ao estúdio!”


Dois meses depois... A repórter estava de novo em frente ao quarto 69. O advogado procurava uma casa no Riacho Fundo. Lá deveria morar um cliente que o devia R$ 69. E João de Santo Cristo estava fazendo um 69 com sua namorada. A condenação de nenhum deles, do médico, do advogado e da repórter, não foi verdadeira. Brocha ele não ficou. Culpado ele não foi. Muito menos atirou contra Lúcia. Naquela noite, João de Santo Cristo conversava com Lúcia quando o ex-namorado dela chegou atirando. Ele tentou segurar o braço dele. João de Santo Cristo nem teve tempo de perceber que o primeiro tiro pegou no pescoço da amiga. Os outros três, ele preferia não lembrar.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Café com papel


Sentamos. “Por favor, uma jarra de limonada suíça e um sanduíche de carne assada”. Parece que falamos a palavrinha mágica. Eles surgiram. Entre uma frase e outra, papéis “brotavam” em nossa mesa. A garçonete voltou com a jarra. Mexe daqui, limpa dali... “ainda tem um espacinho”... E quando veio o sanduíche, pedimos: uma nova mesa, por favor. Em Brasília, bares, restaurantes e até sinais de trânsito foram invadidos pelos “entregadores de panfletos”. Será que a publicidade vale? E pra onde vai tanto papel?

Tenho uma amiga que coleciona panfletos. É a única pessoa que vejo guardar os papéis. De resto, a maioria dá uma olhadinha e deixa lá mesmo... Já contei 80 panfletos em uma noite. Cada “panfleteiro”, geralmente, tem duas divulgações e entrega um, dois, três e até quatro para cada pessoa sentada à mesa. Multiplica aí... uma mesa com seis pessoas, cada uma recebe, a cada três minutos, no mínimo, dois panfletos. Depois de quatro horas, quantos panfletos vão estar na mesa?

Você já perdeu a conta? Mas não dá para perder a noção do desperdício. É muita tinta, é muito papel. Tem alguém que paga, e pode pagar por isso, mas quem paga o preço pelos papéis que, na maioria das vezes, viram lixo no chão somos nós. E o pior é que muitos motoristas jogam pela janela do carro o montão de papel que receberam no sinal... Nos bares, o lixo some rapidinho. Tem empregado pra limpar. Nas ruas, demora um pouquinho mais. O SLU (Serviço de Limpeza Urbana) tem escala de limpeza...

Outro dia conversei com uma diretora de uma associação de catadores do Riacho Fundo (cidade satélite de Brasília). Ela me falou da importância do papel para o processo de reciclagem, mas também revelou que os donos de bares e restaurantes não permitem que os catadores circulem pelas mesas e peguem os panfletos. Questionei qual era a diferença, porque a gente vê: vendedores de panos de prato e chicletes, os entregadores, os pedintes... Por que não os catadores? Não tivemos resposta. Na verdade, tive um esclarecimento de um amigo gerente de um bar famoso de Brasília: não permitimos que a pessoa “meta” a mão na mesa dos clientes.

Então, seu cafezinho vai ser com açúcar ou com panfleto?

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ser telespectador

Que tipo de telespectador você é? Eu descobri que sou chata. Chata mesmo, converso com a televisão o tempo inteiro, questiono tudo e ainda aproveito a era da internet para me comunicar com todos os produtores e responsáveis pelos programas que vejo. Dias atrás, um programa semanal começou a exibir uma série de reportagens sobre jovens problemáticos nos Estados Unidos, Canadá e outros lugares. Pensei: temos poucos problemas no Brasil que precisamos importar os de fora! Imagina, nem temos jovens viciados aqui, jovens que matam, que roubam... sem falar dos jovens de classe média que botam fogo em índio porque acham que é mendigo, ou aqueles que espancam uma empregada doméstica porque ela se parece com uma prostituta.

Talvez seja mais interessante para uma emissora mostrar a situação de fora. A série de reportagem comprada pode ser mais barata do que produzir algo aqui no Brasil. Quanto custaria colocar um jornalista, um psicólogo, uma autoridade, um especialista e filmadoras ligadas o dia inteiro dentro da casa de uma família de classe média em Brasília, que tem um filho viciado, que já espancou a família inteira e vendeu tudo da casa por causa do crack?

No programa semanal, o jovem problemático dá audiência. Primeiro, porque está em uma emissora "de peso" e segundo porque pode parecer algo distante. Imagina se na minha família isso acontece? Talvez na sua não, mas o vizinho que mora ao seu lado tem um filho assim ou em uma situação pior.


Ainda não descobri qual é a real preocupação das emissoras ao exibir esse tipo de notícia. Mas, muitas vezes, parece estar só na audiência. E a sua preocupação qual é? Eu continuo falando com a televisão e mandando e-mails sempre... quase nunca tenho respostas, mas responder aos telespectadores talvez não seja a preocupação...

sábado, 20 de setembro de 2008

Cutucada da semana



"O Brasil já estaria de quatro em outra situação..."

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, se referindo à postura da economia brasileira na crise internacional.

* Foto retirada do Banco de Imagens da Agência Brasil (www.agenciabrasil.gov.br)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Mudanças

E tudo mudou...
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por e-mail
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato, Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
De tudo.
Inclusive de notar essas diferenças.


** Recebi um e-mail com esse texto, que está assinado como de Luís Fernando Veríssimo...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Tradicional com molho de tomate




Depois de um dia de trabalho, eles resolveram jantar. Já passavam das dez da noite. O lugar estava vazio. A lei seca realmente afastou o povo.

Dino: Por favor, três guaranás!

Garçom: Ué, doutor. Pode tomar um "chopis". Num tem um amigo da vez na mesa?

Dino: Amigo da vez eu vou precisar pra amanhã! Traga os guaranás.

Silvia: O que pegou?

Dino: Me pediram pra fazer um levantamento sobre as CPIs. Acho que vai rolar uma matéria especial. Cara, nesse país já rolou CPI de tudo (risos).

Quintas: Caralho! Não tem coisa pior que esses levantamentos... A gente é obrigado a lembra de tanta merda. Hoje, eu só saberia falar da CPI dos Cemitérios...

Silvia: Nem me fale dessa. Cobri toda. Reuniões e reuniões. Visitas a todos os cemitérios do DF. Denúncias. Pra chegar no final e ver o que a gente tá vendo.

Dino: Mas não é só a dos Cemitérios que vai se enterrando. A CPI dos grampos também. Já misturaram tanto os assuntos que até nossos colegas estão trocando as bolas. CPI dos grampos é uma coisa. Operação Satiagraha é outra. Beleza que o Dantas foi grampeado, mas com esse tumulto de grampos ilegais, o cara ainda pode sair impune. Se a gente confunde, imagina o povo...

Quintas: O povo não tem memória e nem o costume de pesquisar no google (risos)... Caralho! Me lembrei da CPI do Apagão Aéreo. Deram uma apagada geral. Quem foi indiciado?

Silvia: Num lembro. Mas no próximo acidente aéreo, o assunto volta. E a que pé está a CPI da Pedofilia?

Quintas: Caralho, gente. Vai dando uma depressão de pensar em tantas CPIs... Ou a depressão é porque a gente sabe que vai acabar em...

Garçom: Com licença! O pedido?

Dino: Pizza tradicional com molho de tomate!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O inverso

Quando criança, a “tia” da escola era uma pessoa querida e admirada. Alguém que sabia de vários assuntos, que contava tantas histórias legais. Ela me ensinava a ler, me ensinava os nomes dos planetas... Ainda me lembro: “Minha velha traga meu jantar, sopa, uva, nozes e pão”. Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urânio, Netuno e Plutão... A “tia” mostrava as gravuras e eu e meus amiguinhos de classe berrávamos: boi, b-o-i; gato, g-a-t-o; casa, c-a-s-a; zebra, z-e-b-r-a.

Deu zebra! Parece que as crianças de hoje não têm a mesma sorte que antes. Semana passada li uma matéria no Correio Braziliense (Professores terão 14º, editoria Cidades, 12/09/08). O governador do Distrito Federal pretende sancionar a lei que dará um “incentivo extra no fim do ano aos professores, se as escolas em que trabalham alcançarem metas de melhoria na qualidade da educação”.

Incentivar os profissionais é uma iniciativa que dá resultados. O 14º salário já existe na maioria das empresas privadas, mas incentivar para cumprir o dever... isso é inverso. O professor tem a obrigação de ensinar, de ser um facilitador da educação. Se ele não cumpre esse papel, tem algo errado. Imagina, vamos oferecer o 14º para que os engenheiros construam prédios que não caiam. Queremos construções seguras. Mas isso já não é a obrigação do engenheiro?

Na classe, a “tia” também educava. Quando a gente errava alguma palavra ou letra, nós tínhamos que pagar uma prenda... “Não sabe, não sabe, vai ter que aprender...”

** Conheça as “metas de melhoria na qualidade da educação” que a escola deve cumprir:
(texto retirado da matéria Professores terão 14º - Correio, Cidades.)
- Diminuição dos índices de repetência em 20%, a partir do ano letivo de 2008;
- Elevação do desempenho individual da escola, medido a partir do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2005;
- Redução em 20% no percentual dos alunos defasados em idade x série, a partir dos dados do Censo Escolar de 2006;
- Aumento do índice de aprovação em 20% a partir do ano letivo de 2008;
- Diminuição da evasão escolar em 20% ao ano a partir do ano letivo de 2008.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Terça-feira tenho compromisso







As noites de terças-feiras são sagradas pra mim. Não perco uma edição do Profissão Repórter. A paixão pelo programa começou quando vi que era mais um projeto de Caco Barcellos, que eu considero ser um dos grandes jornalistas investigativos do Brasil. O primeiro contato com o trabalho do jornalista foi por meio de seu livro Rota 66. Impossível não se apaixonar. Depois de um tempo, lá estava Barcellos no Fantástico com o quadro Profissão Repórter, que agora é semanal e colírio para os meus olhos e de muitos jornalistas que ainda acreditam na profissão.

Para um repórter não tem coisa melhor do que poder destrinchar o fato, apurar, fazer associações, investigações, pensar no texto, abusar das palavras e das idéias. A equipe do Profissão Repórter me emocionou várias vezes, mas este ano, ela bateu recorde com o programa sobre transplantes, “À espera de um coração”. Quem não viu, vale a pena. Os arquivos estão no site (www.globo.com.br/profissaoreporter). A edição do texto e das imagens foi perfeita. Nas cenas, a narração de quem espera por um milagre. Ele acontece. E bate e jorra o primeiro jato de sangue. Impressionante poder ver aquelas imagens.

Alguns amigos jornalistas dizem que o programa é uma ilusão. Eu não concordo. A equipe do Profissão Repórter faz um trabalho que valoriza o jornalismo. Claro, é um trabalho diferenciado da realidade da massa “jornalística”. Pra mim, ilusão é ter quer ler ou ver notícias “editadas” de acordo com a "linha empresarial"...

“Sofro muito, choro e tento esconder das câmeras”, Caco Barcellos, apresentador do Profissão Repórter, confessando no Marília Gabriela Entrevista (do GNT) que se sensibiliza com várias reportagens que exibe no programa.

** Foto retirada do site www.profissaoreporter.globolog.com.br

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sem condição

Fiquei uma semana sem carro em Brasília. Algum mutante resolveu levar a lateral do “marimóvel”. Tudo bem, cenas do cotidiano. Fui deixar o carro na oficina. Em frente à loja tem várias paradas de ônibus. Fui até uma pegar o “busão”. Sem condições! Depender do transporte público em Brasília ainda é uma missão desafiadora. Fiquei quarenta minutos na parada até descobri que o ônibus que eu tinha que pegar só passava no ponto da frente. Atravessei a rua. Depois, esperei mais trinta minutos pelo ônibus. Quando achei que a saga estava no fim, soube que o ônibus não ia parar onde eu queria. Resultado: tive que entrar em dois “busão” pra chegar em meu destino final.

Nas paradas, não existe informação de que ônibus você pode pegar nem de que ônibus pára ali. Nos “busão”, o percurso também não aparece. Imagina um turista aqui, gente? Talvez, ele fique bem perdidinho... Eu que moro na cidade fiquei!

Quantas vezes eu mesma já produzi matérias sobre a falta de ônibus e o caos que é o transporte em Brasília. A impressa mostra o problema diariamente, mas o que muda? Por enquanto, pouca coisa. A população continua convivendo com ônibus sucateados, atrasos e falta de paradas decentes. É porque tem ponto de ônibus que nem “teto” tem. Você fica lá debaixo de sol, de chuva... E fica, no mínimo, trinta minutos.

Depois de uma semana, estava com o marimóvel. Mas não me esqueci dos brasilienses que precisam de um “busão” para chegar ao trabalho, para levar um filho ao médico, para ter um dia de lazer no parque da cidade. É preciso tentar mudar a realidade enquanto dá tempo. Amanhã, talvez, você fique sem sua diarista. O ônibus não passou. E você perdeu a reunião...

sábado, 13 de setembro de 2008

Cutucada da semana

Lula pede que julgamentos do STF não sejam transmitidos ao vivo

Da Redação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que a TV Justiça edite os julgamentos e veicule apenas os trechos considerados mais importantes. Lula avalia que a TV virou “um elemento a mais” nos julgamentos, transformando-os em espetáculo.

Segundo o presidente, os ministros aproveitam a transmissão ao vivo para fazerem “discursos inflamados”. Além disso, a TV estimula os ministros a falarem mais sobre os processos e fazerem mais críticas ao governo.

A TV Justiça está no ar desde agosto de 2002 e transmite, ao vivo, a íntegra dos julgamentos realizados no STF às quartas e quintas-feiras. Apesar das críticas do presidente, não há sinais de que a programação será alterada. O ministro Gilmar Mendes é favorável às transmissões sem edição.
(*) Com informações do O Estado de S. Paulo.

Édison Mendes de Almeida [09/09/2008 - 00:16]
Mas Presidente! A TV não é "um elemento a mais"! Não!São milhares, milhões de cidadãos, telespectadores da administração e dos administradores do Brasil!Aliás, com o tremendo avanço da tecnologia da informação e das redes de dados, o senhor deveria providenciar a instalação de câmeras em todos os gabinetes públicos do país (a começar pelo seu, claro, para dar o bom exemplo). Conectadas à internet elas permitiriam aos quase 200 milhões de cidadãos brasileiros acompanhar ao vivo e a cores, e aplaudir, e se emocionar, e alçar vivas aos heróicos esforços, aos imensos sacrifícios, à lisura e à seriedade com que são tratados os interesses mais caros à vida e ao futuro deste povo varonil, que Portugal pariu!Já pensou? 400 milhões de “olhos olhando” para o senhor, 24 horas por dia? E 200 milhões de vozes ecoando e fazendo tremer a América aos gritos de “Olha o Lula lá! Olha o Lula lá! Fazendo tudo o que prometeu para nós”!Vai ser uma festa e tanto! E o marketing, então!?Pense nisso!

** Texto e comentário retirados do site http://www.comuniquese.com.br/, dia 08/09/08 - Editoria Primeiro Caderno

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Seja um idiota




A semana acabou. E as cutucadas apenas começaram. Essa é de Arnaldo Jabor...

A idiotice é vital para a felicidade.
Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.

No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?hahahahahahahahaha!

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.

Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir... Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora? A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!



** Texto retirado do site: http://www.pensador.info/autor/Arnaldo_Jabor/

** Foto Banco de Imagens - http://www.fotosearch.com.br/

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Beatice, não!

Não pense que não tenho fé. Pelo contrário, leio a bíblia diariamente e faço minhas orações, mas da minha forma. E creio em Deus. Apesar de não aprovar as beatices que rolam por aí, já freqüentei diferentes igrejas e vi bastante coisa. Outro dia encontrei com um amigo que “mexe” com esses encontros de jovens. Resolvemos lanchar e ele insistia em me convencer a freqüentar um grupo de oração. Lá fui eu.

Uma semana, duas semanas, três semanas. Mil ave-marias, não sei quantos pai-nossos, salve-rainhas, que até decorei de tanto que “rezei”. Fiquei analisando aquele grupo. Fé assim é fácil. A gente se reúne, proclama umas palavras bonitas, de apoio e começa a “rezar”. Reza, reza, reza. “Ei, amigos, enquanto estamos aqui rezando, tem gente passando fome. Tem gente lá no Hospital de Base precisando de roupa, de sabonete, de lençóis. Tem crianças abandonadas nas creches, idosos que não recebem uma visita há anos”.

Não conseguimos formar um novo grupo para ajudar de fato o necessitado e mostrar que Deus também é caridade, é amor, é se esforçar para fazer algo diferente... além de rezar. Esse talvez seja só um exemplo dos milhares de grupos e milhares de cristãos que estão aí “rezando” para melhorar o mundo.

Ainda são poucos os que colocam a mão na massa e realizam um simples ato que muda a vida de alguém. Está difícil de encontrar pessoas que queiram dedicar uma hora de seu tempo a favor de quem precisa. Imagina, quem vai cuidar de doentes que nunca viu antes? Na porta da igreja tem pessoa que passa fome e frio. É, Deus já esteve nesse mundo...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Ponte dos remédios










Brasília é uma cidade linda. Tem cada monumento para ser admirado. Eu gosto muito da ponte JK, inaugurada em dezembro de 2002. A cima dela, três arcos... embaixo, o lago. Quando a ponte foi inaugurada, a impressa destacou as belezas do monumento. Mas pra onde foi a poeira da obra? Existe boato de que recursos da Saúde foram “remanejados” para a construção da ponte. O rap brasiliense Genival Oliveira Gonçalves, o Gog, participou da gravação do DVD MTV Acústico de Lenine e cantou (e contou) a história da ponte da capital. Ele está certo. Todas as contas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e o custo foi de R$ 174 milhões!

“Eu já atravessei a ponte do paraguai, um filme inspirou a ponte-do-rio-que-cai.
É sucesso em Campinas e na voz dos racionais, mas a ponte da capital é demais!
Projetada pra aproximar o centro, São Sebastião, o lago e o Paranoá.
Desafogar o tráfego na região, visitantes de chegada nova opção,
Fique ligado, acompanhe passo-a-passo,
Condomínios luxuosos por todos os lados, o congresso e o planalto colados,
Aqueles barracos ali ó, vão ser retirados.
A ponte é luxo, nada em mono só estéreo,
Mil e duzentos metros, louco visual aéreo.
Quem sobe é só pra regular a antena, reforce as pontes safena.
A ponte começou depois, mas terminou, bem antes que as obras do metrô.
Quem mora fora do avião, bate palma, aplaude, apóia, pede diversão.
A ponte é muito, muito iluminada, o pôr-do-sol numa visão privilegiada!
O povo que passa vê nela algo místico, a ponte virou ponto turístico.
A ponte é um vai-e-vem de doutor, tem ambulante, tem camelô.
Olha pra baixo vejo jet-ski e altos barcos, olha pra cima lá estão os três arcos.
A ponte saiu do papel virou realidade, novo cartão postal da cidade.
Um quer transformar em patrimônio mundial, outro num inquérito policial.
Então, então, então na sua opinião lenine,
Tá tudo normal ou existe crime?
Se souber um caminho de rocha me aponte,
(Lenine: Vai na fonte, vai na fonte!)
A ponte simboliza união, no nosso caso Brasília e sertão.
(Lenine: a ponte não de concreto, não é de ferro, não é cimento!)
É do vermelho, é do azul, é de cada elemento! Leva o nome de JK,
Que transferiu a capital do litoral pra cá,
Ah, lenine te peço mais um favor,
Conte a origem desse negro que se apresentou!
(Lenine: nagô,nagô, na golden gate).
(Lenine: Quem Foi?)
O projeto é do arquiteto Alexandre Chan.
(Lenine: pagaram??)
Todas as contas foram aprovadas pelo TCU
(Lenine: me diz quanto foi?!)Cento e sessenta e quatro milhões de reais!”




*Trecho da música A ponte, composição Lenine – MTV Acústico, participação Gog// Foto retirada do site http://www.geocities.com/

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Quem entende?

Aprovaram as propagandas “informativas” sobre as eleições 2008, que estão sendo veiculadas na televisão. A primeira que vi foi do "tal cometa" passando lá atrás e o mocinho perdendo o momento tão esperado. Será que todo mundo entendeu? Será que sabe o que significa "Quatro anos é muito tempo"? Acho que muita gente não compreendeu. Nem essa, nem as outras propagandas eleitorais.

Outro dia no salão, escutei uma cliente comentar que estava colocando algodão no ouvido, porque viu uma coisa na televisão de um “homem que estava sentando no parque e uma abelha entrou na orelha dele. Ele teve de conviver com o inseto durante quatro anos”. Hã, piada? Porque não foi você quem escutou. Não vou me assustar se daqui uns dias as pessoas começaram a sapatear ou andar em círculos no meio da rua.

Gastar tanto dinheiro assim, pode ser desperdício de verba pública. A propaganda não atinge seu objetivo. Os candidatos precisam prestar conta da verba gasta com a campanha. Será que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou os gastos com essa publicidade? Enquanto isso, a realidade política no Brasil continua a mesma.

De quatro em quatro anos, a gente vai pagando mais caro pelas escolas que deixam de ser construídas, pela saúde que não existe, pelos nossos direitos que são sonegados, pelos asfaltos que nunca saíram do papel, pelo saneamento básico que é apenas uma promessa de campanha e pelo povo que empobrece a cada ano. A vaga pra ser político no Brasil está ficando concorridíssima. Só este ano, o TSE registrou 318.331 pedidos de candidatura. O seu voto não tem preço, a nossa ignorância tem!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Favorita a que?




Não vejo novelas, mas eu sou uma exceção.
A maioria dos brasileiros vê e se for da Globo, (ih) vira tema de discussão nas ruas. Chegar em casa e ligar a TV no canal 10 para assistir ao Jornal Nacional e depois à novela “das oito” é um costume que vem de anos. Sozinho, com a família, amigos ou mesmo com o cachorro, sempre tem alguém com a televisão ligada e os olhinhos grudados nas cenas da novela.

Até aí nada de “anormal”. É apenas um cotidiano. A moda agora é falar da Flora, personagem de Patrícia Pilar, e da Donatela, personagem de Cláudia Raia. As duas já viraram favoritas dos "noveleiros". De tanto escutar as estórias das personagens, resolvi dar uma espiadinha na novela. O enredo é sempre o mesmo. Impressionante! Uma vilã que faz coisas que até deus duvida. A injustiçada que sofre, mas nunca perde a esperança de vencer o mal. O marido que bate na mulher, o filho que é rebelde, o casal que se ama, mas só fica junto no último capítulo. E por aí vai...

Vai subindo a audiência da emissora e a gente perdendo a noção de conceitos básicos. Já reparou que em A Favorita (e tantas outras novelas) não existe uma família estruturada? Que traição é a coisa mais natural que existe? Que os temas abordados como a situação carcerária, casa de prostituição e políticos picaretas não são ficção? As novelas não relatam mais aquelas estórias românticas e comédias. Mas também pra que escrever sobre isso, já não dá mais tanto Ibope. As pessoas se acostumaram a ver a corrupção, o crime, o tráfico, a pedofilia, o assédio, a injustiça, a fome, a traição... e acham normal.

É normal mesmo. Diariamente, somos informados sobre policiais que atiraram contra o carro de uma família no Rio de Janeiro, crianças encontradas em vídeos pornográficos e abusadas sexualmente, juízes que são pagos para votar a favor de alguma malandragem, deputados que recebem lobistas em seus gabinetes, policiais envolvidos com traficantes e tantas outras “normalidades”. A diferença é que não dá para mudar o canal. Essa é a nossa novela. Cabe a cada um escolher o seu personagem.


(Foto de divulgação - retirada do site A Favorita)