segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Da janela


No fim de semana, um jornal da cidade trouxe uma notícia sobre assaltos no Sudoeste, bairro onde moro. Os bandidos adotavam um método antigo, apertar o interfone e checar se há alguém em casa. Sem resposta, eles invadiam o prédio e assaltavam os apartamentos vazios. Não há novidade nesse tipo de notícia... Nem mesmo informação se a segurança no local foi reforçada.

Pra mim, estaria tudo tranquilo se não fosse meu interfone tocar às cinco da manhã. Acordei com ele “disparado” e fiquei branca... Acredito que o sangue parou de circular por um minuto. E ao mesmo tempo percebi que um minuto é tempo suficiente para se pensar em muitas coisas... “Cadê o porteiro?” “Quem está interfonando?” “Incêndio?” “Assalto?”

Agarrei o celular e fui para a varanda de minha casa. Se abrirem minha porta, eu pulo da janela! No visor do telefone já estava o número 190. Alguns minutos se passaram e eu escutei alguém batendo na porta da vizinha. Ufa, era o louco o ex-namorado dela. Quase que liguei mesmo para o 190, foi uma briga de tremer o prédio. Mas, eu só pensava em parar de tremer minhas pernas e voltar a respirar...


O interessante de tudo isso não é esse episódio do meu condomínio, mas as influências que as notícias causam em nosso dia a dia. Somos bombardeados com notícias de assaltos, assassinatos, sequestros... O medo ele existe, nem que seja no inconsciente. Mas dá mesma forma que a mídia provoca essa sensação, ela também pode influenciar o maníaco. Quando lemos detalhes de um crime, matamos nossa curiosidade. Mas, talvez, os detalhes atiçam a imaginação do criminoso... Espero que nem o meu, nem o seu interfone toque nesta madrugada.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Triplo

Nos últimos dias, um triplo assassinato, em Brasília, roubou a cena e conseguiu despachar a gripe suína do noticiário. Ninguém aguentava mais a tal gripe e os especialistas com suas recomendações. O triplo assassinato é mais atraente... é uma novela, sabe... São capítulos. Há mais de 15 dias, os brasilienses acompanham passo a passo as “diligências” (repórter adora essa palavrinha) da polícia e as especulações dos meios de Comunicação para tentar desvendar o crime, que parece “perfeito”.

No fim de agosto, um casal de advogados e sua empregada doméstica foram mortos brutalmente com mais de 70 facadas em um apartamento no Plano Piloto. Os corpos só foram encontrados três dias depois. Por quem? Pela neta do casal, que trabalha no escritório dos advogados... No dia, ela estava com seu namorado, perito da Polícia Federal.

Coisa de família! É a polícia também diz isso: “nossa linha de investigação suspeita o envolvimento de algum familiar ou mesmo alguém muito próximo à família”. Não cabe nenhuma avaliação sobre a investigação da polícia, mas vale alguns questionamentos: em que outro caso a polícia precisou fazer mais de 10 perícias para tentar achar algo? Nem no caso Nardoni... Não seria coincidência um prédio, em pleno Plano Piloto, não ter câmeras de segurança? Tá, tem mas não filma. O que adianta? O assassino não saberia disso? Se a polícia tem a linha de investigação, por que fica pedindo ajuda de testemunhas? Ainda faltam provas? Ou a verdade é que a polícia está mais perdida que cego em tiroteio...
Não, não teremos as respostas. Até porque, especulação dá Ibope. Eita, guerra local... Cada veículo de Comunicação tentando andar com a melancia na cabeça. Bom para o telespectador brasiliense que tem uma novela exclusiva. Eu nem vejo “Viver a vida”, “Bela a feia”, “Paraíso”; mas te confesso que não perco um capítulo do “Triplo assassinato”...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Encontro cantado


No fim de semana passado, o presidente da República se encontrou com o ex-ministro da Fazenda. E sabe o que o presidente disse ao ilustríssimo ex-ministro?


“Você não vale nada, mas eu gosto de você...”