terça-feira, 23 de setembro de 2008

Café com papel


Sentamos. “Por favor, uma jarra de limonada suíça e um sanduíche de carne assada”. Parece que falamos a palavrinha mágica. Eles surgiram. Entre uma frase e outra, papéis “brotavam” em nossa mesa. A garçonete voltou com a jarra. Mexe daqui, limpa dali... “ainda tem um espacinho”... E quando veio o sanduíche, pedimos: uma nova mesa, por favor. Em Brasília, bares, restaurantes e até sinais de trânsito foram invadidos pelos “entregadores de panfletos”. Será que a publicidade vale? E pra onde vai tanto papel?

Tenho uma amiga que coleciona panfletos. É a única pessoa que vejo guardar os papéis. De resto, a maioria dá uma olhadinha e deixa lá mesmo... Já contei 80 panfletos em uma noite. Cada “panfleteiro”, geralmente, tem duas divulgações e entrega um, dois, três e até quatro para cada pessoa sentada à mesa. Multiplica aí... uma mesa com seis pessoas, cada uma recebe, a cada três minutos, no mínimo, dois panfletos. Depois de quatro horas, quantos panfletos vão estar na mesa?

Você já perdeu a conta? Mas não dá para perder a noção do desperdício. É muita tinta, é muito papel. Tem alguém que paga, e pode pagar por isso, mas quem paga o preço pelos papéis que, na maioria das vezes, viram lixo no chão somos nós. E o pior é que muitos motoristas jogam pela janela do carro o montão de papel que receberam no sinal... Nos bares, o lixo some rapidinho. Tem empregado pra limpar. Nas ruas, demora um pouquinho mais. O SLU (Serviço de Limpeza Urbana) tem escala de limpeza...

Outro dia conversei com uma diretora de uma associação de catadores do Riacho Fundo (cidade satélite de Brasília). Ela me falou da importância do papel para o processo de reciclagem, mas também revelou que os donos de bares e restaurantes não permitem que os catadores circulem pelas mesas e peguem os panfletos. Questionei qual era a diferença, porque a gente vê: vendedores de panos de prato e chicletes, os entregadores, os pedintes... Por que não os catadores? Não tivemos resposta. Na verdade, tive um esclarecimento de um amigo gerente de um bar famoso de Brasília: não permitimos que a pessoa “meta” a mão na mesa dos clientes.

Então, seu cafezinho vai ser com açúcar ou com panfleto?

4 comentários:

Marina Amaral disse...

Essa foi pensando em você, Beto!! Boa risadas, boas experiências... os planfletos estão guardados. Pelo menos, uma vez!

Oh, sorteeeeeee!
Te adoro!!

Katrine disse...

Então, eu tenho a acrescentar que também detesto quem entrega panfleto no sinal. Tem uma empresa de cursos de informática que é uma verdadeira praga! Às vezes, eles entregam dois por parada no sinal! Aff...
Parabéns pelo blog!
Beijos

Felipe disse...

Eu detesto panfleto em sinal de trânsito. Nunca, jamais pego. Sem constrangimento. Digo "não, obrigado" a todos que me entregam(ou tentam entregar). Viraria lixo no meu carro. Um amigo mané diz que pega pra manter o emprego dos lixeiros.

Talvez ele tenha razão, porque o primeiro emprego de quem deixa a mendicância normalmente é catador de lixo. E esses panfletos dsitribuídos em bar, confesso, até têm algum efeito. Ja descobri varios shows e festas com base nos mesmos. E eu mesmo ja andei panfletando festinhas do blog uma vez.

Mas dá muita preguiça, isso é verdade!!

Beijos

Anônimo disse...

Quando pego folheto, já é automático, só jogar para o banco do passageiro. Uma vez eu contei, foram 35 folhas em uma semanas! Tenho dó das pessoas que ficam distribuindo. Fico pensando: "Tenho que ajudar a acabar logo com os folhetos para eles irem embora"!! =)
Muito legal o blog... tem a sua suavidade, parece você falando!! Bem calminha!
Beijos