quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009




Feliz Ano Novo!


Adeus ano velho,


Que tudo se realize no ano que vai nascer!


Muito dinheiro no bolso, saúde pra dá e vender...

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Mais uma do Lula

"É muito fácil alguém ficar sentado num banco da Suíça dando palpite no Brasil ou na África do Sul".
Frase do presidente da República, quando recebeu a crítica da ONU sobre a produção de biocombustíveis.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Menina Maisa


Geneticamente programados para se desmanchar diante de crianças, adultos passaram o ano virando espuma ante os cachinhos e a estranha precocidade de MAISA SILVA. Do alto de seus 6 anos, a apresentadora é um fenômeno em expansão: além de comandar dois programas infantis no SBT nas manhãs de sábado e domingo e dividir um quadro com Silvio Santos, acaba de fazer seu primeiro comercial, para uma marca de esponjas de aço. Na gravação, foi a espontânea exuberância de sempre – mostrou a língua para uma produtora que lhe passou a fala errada, contou piada de bêbado e fez, sem orientação do fotógrafo, cinqüenta poses ao lado do produto. Também está aprendendo a sapatear, porque quer estrelar um espetáculo "igualzinho aos da Shirley Temple".
(Texto retirado da Revista Veja)

domingo, 14 de dezembro de 2008

O criador e a criatura

"Comigo é complicado. Eu cismo, eu faço. Não queria vir não. Foi uma chateação! Para que ir a Brasília?"

Frase do arquiteto Oscar Niemeyer, publicada no jornal Correio Braziliense, 14.12.2008.

"Quem conhece Brasília, não esquece seus traços perfeitos e planejados. A cidade é única, matematicamente bonita. Cruza olhares e carros em suas largas ruas. Eu adoro Brasília, principalmente, quando vejo o Congresso Nacional e ao fundo a bandeira brasileira..."

Frase da jornalista Marina Amaral, publicada neste blog, 14.12.2008.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Girafa exibida


Neste fim de semana, o zoológico de Brasília comemorou 51 anos.

Mas a festa ficou por conta da girafa.

Quem não viu, vale a pena conferir o que é o carinho de uma girafa... Um telejornal local fez uma entrevista, ao vivo, no zoológico. O vídeo está no site do You Tube. O nome é Girafa exibida...



* Já falei com Marcelo Tas, o vídeo é digno do Top Five!!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Parece piada

O prefeito eleito do Recife, João da Costa (PT), está livre da cassação e da inelegibilidade por três anos a que havia sido condenado, em primeira instância, no dia 23 de setembro, por suposto abuso de poder político e econômico.

A decisão do juiz da 8ª Zona eleitoral, Nilson Nery, em resposta a ação movida pelo Ministério Público Estadual, foi reformada, em segunda instância, pelo pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, que inocentou o petista, por unanimidade, na noite de segunda-feira (24).

Os desembargadores acompanharam o voto da relatora Margarida Cantarelli, que transformou a penalidade em cobrança de multa. O valor proposto por Cantarelli - R$ 58.525,50 - gerou algumas discordâncias, mas prevaleceu.

Em uma sessão que durou quatro horas e meia, a relatora afirmou que o então candidato João da Costa beneficiou-se de propaganda eleitoral extemporânea, com o lançamento da revista do Orçamento Participativo, quando era secretário de Planejamento Participativo, em março. Não acatou, porém, a tese de que o fato caracterize abuso de poder econômico.

Para a desembargadora, a revista, cuja produção custou R$ 110 mil, trouxe propaganda subliminar em favor do então pré-candidato, sem, no entanto, ter tido o poder de influenciar a eleição de Costa, que venceu no primeiro turno, com 51% dos votos e mais de 200 mil votos de vantagem sobre o segundo colocado. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
*Matéria da Agência Estado, 25.11.08

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Então, é Natal


Esta época do ano é a melhor para refletir, principalmente, sobre os gastos do governo. Na capital do país, a decoração natalina vai custar cerca de sete milhões de reais. Só a árvore de Natal (de 61 metros de altura) custa mais de dois milhões de reais. Quem paga a conta? Nós! Pagadores de impostos. Mas, tudo bem! Natal é época de confraternização, festas e esquecimentos. Enquanto o governo planeja decorações “moderninhas”, que se quer atrai a atenção do brasiliense, tem gente passando fome, cidadão que não consegue retirar um remédio na farmácia do posto de saúde, gente morrendo dentro dos hospitais públicos porque não tem estrutura de atendimento, criança espancada pra todos os lados, mendigos espalhados na cidade loucos por dinheiro e por comida... Então, é Natal...
* Foto retirada do jornal Correio Braziliense - 25.11.08

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Seleção, mesmo!


Quem mora na capital do Brasil e tem vontade de ver “ao vivo” a seleção brasileira de futebol, vai ficar na vontade! Quinta-feira, a seleção brasileira enfrenta a de Portugal em um amistoso. O lugar escolhido é do povo, mas não para o povo. O ingresso mais barato custa R$ 80,00, a meia entrada. A organização disponibilizou mais cortesias do que ingressos para a venda. Depois de muita “porrada” da mídia, voltaram atrás... Agora serão 12 mil pagantes.

Por que tanta seleção? Será medo de expor os problemas de Brasília? Assim como no Rio de Janeiro e em São Paulo, nós, também, temos torcedores que vão aos estádios e provocam brigas homéricas. Temos torcedores mau-educados que atiram objetos no meio do campo. Temos torcedores que assaltam... É, temos os mesmos problemas que qualquer outra capital.

O jogo da seleção vai marcar a data de reinauguração do estádio Bezerrão, localizado no Gama, cidade satélite. O governo gastou cerca de R$ 50 milhões com a reforma. “A festa é do povo!” Afirmam autoridades do governo. Que povo é esse? Os seguranças do governador? Do presidente da República, que ainda não confirmou presença? Os vendedores dentro do estádio?


Se veremos um bom jogo, não sei... Mas que vimos bem o que é seleção... Não tenho dúvidas!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A irreverência pede passagem

O Ciclo de Conferências “A Imprensa discute a imprensa”, evento em comemoração aos 200 anos do Correio Braziliense e da Imprensa Nacional, terminou ontem em alto nível. O auditório da Imprensa Nacional estava repleto de estudantes, profissionais e curiosos para ver o último debate, que teve como principal ponto de discussão um novo formato de jornalismo, mais irreverente.
O repórter do Custe o Que Custar (CQC), da TV Bandeirantes, Rafael Cortez faz reportagens críticas e irreverentes com políticos, celebridades nacionais e internacionais no programa. Jornalista, ator e músico, ele sustentou que é possível conciliar o trabalho jornalístico com o humor sem banalizar a informação. Para o repórter, a principal incompreensão sobre o seu trabalho no programa é da própria categoria. No entanto, acredita que esse cenário está mudando aos poucos. “O nosso programa é jornalístico sim, pois é possível extrair fatos por meio da ferramenta humor. Às vezes, é necessário fazer jornalismo de uma forma mais descontraída. E tem que se fazer isso sem ser rotulado como humorista ou jornalista; tem que existir um meio-termo”, declarou.
Para o jornalista e coordenador do curso de comunicação social do Uniceub, Henrique Moreira, a discussão sobre esse novo formato é importante, principalmente porque atinge um público específico. “Essa proposta do CQC é uma coisa nova, que desconstrói o tradicional e informa também. Vimos que por meio do humor e da crítica eles atingem um público que normalmente não assiste a telejornal e que não tem outra fonte de informação crítica”, opinou Moreira.
Novo formato
Eros Bittencourt, 22 anos, estudante de artes cênicas, e a irmã Cláudia Bittencourt, 20, que está no primeiro semestre de jornalismo, concordam com Cortez. “Acho que o que ele faz é uma quebra de paradigmas. Ele mudou o estilo do jornalismo e não faz mais aquela coisa séria e estressante que aprendemos na faculdade”, disse Cláudia. “O formato do programa é crítico e essa é a diferença em relação aos outros veículos”, destacou Eros.
Já outra convidada do ciclo, a editora de Cultura do Correio Braziliense, Clara Arreguy, falou sobre a cobertura nas áreas de cultura e entretenimento feita no jornal. “É gostoso e prazeroso nosso trabalho, o que não o torna mais fácil. Ele requer de nós muita pesquisa, leitura e ler obriga a gente a pensar. Não pode ter preconceito ou se fechar no seu gosto pessoal. Tem que consumir um produto cultural, conhecer e mergulhar nisso, se não você não vai ter o que trazer para o leitor”, sentenciou.
Antes de iniciar a palestra, que também contou com a presença do apresentador do Programa Alternativo, do SBT, Eduardo Chauvet, e foi mediada pelo diretor-geral da Imprensa Nacional, Fernando Tolentino, os debatedores inauguraram a exposição com a cobertura jornalística sobre 1968.
*Matéria publicada no Jornal Correio Braziliense, editoria Brasil - 13.11.08

terça-feira, 11 de novembro de 2008

"Nunca na história desse país..."

Semana passada, o caríssimo presidente da República sancionou a lei nº 11.804, de 5 de novembro de 2008. "A lei que disciplina o direito de alimentos da mulher gestante, assegurando-lhe que parte das despesas desde a concepção até o parto seja custeada pelo futuro pai", disse o comunicado da Presidência da República. Até aí não vejo nenhum problema... O que me deixou “cutucada” é que a mãe poderá pedir na Justiça a ajuda financeira do futuro pai sem ter de comprovar a paternidade.

De acordo com o texto da lei, o juiz poderá determinar que o futuro papai seja responsabilizado pelo custeio das despesas com base, apenas, em “indícios” de paternidade, sem que seja necessário o exame de DNA. É, agora vai ser moda entre os homens (grandes empresários, senadores, atores e jogadores de futebol) a tal vasectomia... Só assim para não correr o risco de ser acusado de “futuro pai”.

“Nunca na história desse país”, nós vimos tantas leis sancionadas. Por quê? Sinceramente, não sei. Mas vai ver que o presidente acha bonito conjugar o verbo sancionar... O pior disso tudo é ter que engolir textos inconstitucionais. Isso mesmo, nós aceitamos a lei nº 11.705, de 19 de junho de 2008... aquela que leva o nome de Lei Seca e te obriga a produzir provas contra si mesmo. Soprar o bafômetro o que é? Provas de que na sua corrente sangüínea circula alguns miligramas de álcool.

“Ok, ok, ok!” As leis melhoram a vida do brasileiro, que até emagreceu e perdeu a barriguinha. Com a lei seca, são poucos os que continuam bebendo. A burocracia acabou, a fila de espera para se fazer um exame de DNA vai diminuir, o SUS continua oferecendo a cirurgia de vasectomia. “Agora o país vai pra frente!”

Pode até ir! Mas, por favor, senhor presidente, não se esqueça de sancionar leis que punam as babás que espaçam crianças, idosos e continuam soltas. É o princípio da garantia fundamental? Se não há flagrante, não há prisão. Mas e as imagens que os pais ou familiares registram? É só o princípio da divulgação? Não se esqueça, senhor presidente, de mudar a lei dos crimes de pedofilia... Quantos pedófilos ainda estão soltos porque não houve o flagrante???? E os pais que espancam seus filhos e até jogam de janelas de suas casas? É, senhor presidente, vossa excelência, tem até 2010 para conjugar o verbo sancionar... “Eu sanciono”, nós nos calamos...

sábado, 8 de novembro de 2008

Cutucada da semana - Carona no avião

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Ceará arquivou a denúncia contra o governador Cid Gomes (PSB) por conta de uma carona dada por ele à sogra, Pauline Habib, e para esposas de dois secretários em uma viagem à Europa. Segundo o tribunal, o caso não causou prejuízos aos cofres públicos.

A polêmica viagem aconteceu em fevereiro deste ano, em um jatinho da empresa TAF, alugado pelo governo cearense. Na época, Cid Gomes chegou a pedir desculpas ao povo cearense pelo constrangimento criado após a repercussão negativa que o fato ganhou. Porém, ele não reconheceu ter errado. Disse apenas que devolveria o dinheiro se os órgãos de controle do Estado assim determinassem.

A decisão pelo arquivamento foi apertada: quatro votos a três, com o desempate dado pelo presidente do TCE, Pedro Timbó.

No entanto, o governador terá que prestar uma série de esclarecimentos sobre a viagem, tais como detalhes de uma passagem em avião de carreira, que havia sido comprada apesar do aluguel do jatinho, e suprimentos de fundo disponibilizados ao secretário do Turismo, Bismarck Maia (PSDB), um dos membros da comitiva oficial. O tucano deve dizer ao TCE que o suprimento de fundos nem chegou a ser utilizado e que a passagem foi usada por ele meses depois.

Matéria da Agência Estado, publicada no G1 (http://www.g1.com.br/ ),06.11.08

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Talvez

Obama é pop!
Será o Collor norte-americano?
A exposição e o apoio da mídia, pelo menos, são bem parecidos...
O desejo da mudança também (era)...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Clube da luluzinha


As três se reuniram para um happy hour. Nada de cerveja. Ainda não esqueceram a lei seca e o verão está chegando. A barriguinha precisa estar “sarada” para colocar aquele micro biquíni... Na mesa, o papo não poderia ser outro: homens, relacionamentos, carências, casamentos, sexo e tal...

Kakau: Sério, o Rogério está muito estranho. Acho que estamos enfrentando a primeira crise no casamento. Parece que ele surtou ou então a gente não se conhecia direito. Caramba, ele dá umas palas, acho até que às vezes me confunde com a mãe dele...

Nuna: Calma, miga! Todo homem tem um pouco disso. Eles sempre nos acham parecidas com a mãe. Vai cortando o mal pela raiz e todo casamento passa por momentos complicados, ainda mais vocês que estão indo para o segundo ano. Eu que queria estar casada, com a vidinha organizada...

Lilá: Vida organizada???? Os homens são super dependentes. Não quero me casar... Imagina, cuidar da casa, trabalhar e ainda cuidar deles, ahahahaha. Tô fora! Prefiro viver minhas aventuras. São mais emocionantes e mais calientes. Vou namorar eternamente... Claro, quero ter filhos, mas para isso só preciso de um esperma, que encontro nesses bancos de doadores, ahahahahaha.

Kakau: Você fala isso porque não se apaixonou de verdade. Ainda não encontrou sua cara metade, miga. É algo muito forte. Muitas vezes você cede para evitar uma briga, porque é muito mais gostoso ficar juntinhos. Tenho aprendido que relacionamento é um exercício de convivência diário...

Lilá: Tô fora! Têm exercícios mais interessantes. Ai, meninas, acho que hoje vocês estão muito “emotivas”...

Nuna: Ou é você que está de TPM e chateada porque o telefone não tocou? Fala sério! O que seria da nossa vida sem os homens???

Lilá: Teríamos outro bichinho de estimação, ahahahahahahahahah.

sábado, 1 de novembro de 2008

Cutucada da semana - Técnicos


Técnico da seleção brasileira?
"Dunga"...

Técnico da seleção argentina?
"Maradona"...

Outra piada...
"Não tem!"

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Frase

"O valor da vida humana está em si mesmo, não em estatísticas. Números são bastante relativos."

Dom Antonio Augusto Dias Duarte, membro da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, comentando a pesquisa feita pelo Ibope. Os dados da pesquisa revelam que 70,5% dos brasileiros concordam que cabe às gestantes decidirem se mantêm ou interrompem a gravidez de um feto anencéfalo.
*Frase publicada na matéria A opção é da mulher - editoria Brasil/Correio Braziliense, 28.10.08.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ambulantes



De repente, a capital do país viu uma explosão de Shoppings Populares - espaços que concentram os vendedores ambulantes. Quem ganha uma banca, geralmente, participa de um sorteio, entrega vários documentos e de ambulante passa a micro empresário. A proposta do Shopping Popular parece ser boa; mas não é isso que a mídia mostra. As matérias revelam a insatisfação dos “empresários”.

A principal reclamação é que o espaço não atrai o público, conseqüentemente, os novos empresários perdem vendas e não conseguem “bancar” o empréstimo que fizeram com o governo para comprar a banca. Além disso, os shoppings não têm muita estrutura. Por curiosidade, eu mesma visitei dois Shoppings Populares da cidade. “Sai correndo! Que susto!” Ainda falta muita coisa para chamar o espaço de shopping e os ambulantes de “empresários”...

Por um lado, o governo tenta resolver o problema de uns... mas e o “nosso” problema, quem soluciona? A publicidade do governo é “tiramos os ambulantes das ruas!” Mas dos sinais de trânsito, não vão tirar os ambulantes e os pedintes? Os sinais estão virando novos shoppings populares. É gente vendendo água, comida, caneta, chaveiro... tem lavador de vidros, tem pedinte, tem cachorro andando no meio dos carros, pessoas em cadeira de rodas, palhaços (sem nenhuma graça)... “tem de tudo”...

Só não tem segurança para quem deseja ficar com os vidros abertos... Com esse mar de gente que vem até o seu carro te oferecer algo, ou te pedir, ou te entregar um panfleto; você nunca sabe quando a sua bolsa vai rodar e virar mercadoria...
*Foto Juliana Correa (retirada do site do IESB - www.iesb.com.br/na_pratica)

sábado, 25 de outubro de 2008

Cutucada da semana - Médico falso

Para passar pela portaria da emergência do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), os pacientes enfrentam fila e burocracia. “Se não fizer a ficha, eles não deixam entrar. Tem que identificar primeiro”, conta a aposentada Joana França.
Mas um homem, preso em flagrante enquanto se passava por médico, não teve a mesma dificuldade. Era madrugada quando Jorge Luiz Batista aproveitou a chegada de uma ambulância e entrou por uma das portarias do hospital. Ele foi até a enfermaria do Centro Obstétrico, fez perguntas a uma paciente, apagou a luz e começou a acariciá-la. A paciente chamou uma enfermeira que passava no corredor.
O falso médico saiu correndo pelo hospital até ficar preso numa ala sem saída. Ele não usava crachá e tinha apenas um carimbo de ginecologista. Jorge Luiz Batista cumpria prisão domiciliar. Foi condenado por seis crimes, entre eles, dois estupros e um atentado violento ao pudor.
À tarde, um policial militar foi deslocado para a portaria por onde Jorge Luiz Entrou. Presença que o secretário de Saúde quer que seja constante. Numa reunião com todos os diretores de hospitais, Augusto Carvalho exigiu ainda que os funcionários sejam obrigados a usar crachá. Os diretores têm dez dias para apresentar um plano de segurança.
“Temos que reconhecer que temos hoje uma área devassável. O Hospital de Sobradinho, por exemplo, não tem nem cerca nas suas imediações. É preciso cercar o Hospital de Sobradinho. O Hospital de Base tem dez portas de acesso. Cada gestor é responsável por atualizar seu plano de segurança e reduzir as entradas”, afirma o secretário.
O secretário disse ainda que vai pôr câmeras de segurança e instalar identificação digital nos hospitais.
*Matéria veiculada no jornal DFTV, 21.10.08 - www.globo.com.br/dftv

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O feiticeiro e seu amargo feitiço

Tenho certeza de que ninguém nunca conheceu um cara tão chato e tão inconveniente como Gutão. Até seu nome combina com um dos adjetivos de definição: cuzão. Se você conhece alguém chato, mas chato mesmo, você multiplica por mil. Talvez, o número será próximo da “chatice” de Gutão. Na turma, ninguém agüentava o cara. Sabe aquele lance de passar vergonha com as bobagens e maluquices que seus amigos falam. Com o Gutão é assim! E o pior é que ele se sente o palhação, o que “num ta nem aí pra nada”, que adora deixar as pessoas sem graça, sem reação...

Gutão chega em uma loja e a vendedora, geralmente bonita e bem maquiada, pergunta: posso te ajudar? Sabe o que o cara, sempre, responde? “Pode, coça meu pau!” E cai na gargalhada. E você acha que ele fala baixo... Hum, conhece alto falante de feira (?), o nível da voz dele é bem parecido. Outro dia, Gutão estava no avião e de sacanagem, coisa que ele adora, apertou o botão para chamar a aeromoça... “Senhor, o que deseja?” É, isso mesmo... Gutão respondeu: um boquete, mas também pode ser um croquete...

As atendentes de telemarketing sofrem mais com o cara. Gutão passa a tarde, o dia, o fim de semana, ligando para as centrais e dando essas respostinhas sem graça, sem conteúdo, sem noção e totalmente inconvenientes. Nessas ligações, Gutão encontrou uma mulher mais esperta que as outras e isso despertou seu interesse. “A gata” não ficou sem graça e deu-lhe um “passa-fora”. Foi o suficiente para o cara começar a sentir o coração bater mais forte.

A gata e Gutão estavam saindo direto. Já tinham até transado. O romance não apagou a chatice do cara e ele continuava com essas brincadeiras idiotas. A gata entrou no clima. Preparou uma “estranha” noite de amor. Algemou Gutão e disse: “Peraí, vou ali na cozinha buscar uns brinquedinhos”. A gata voltou com uma colher de pau. “Em rima com seu nome, sabe onde vou meter essa colher? Isso, meu bem, é uma homenagem da minha irmã, que você perturbou inúmeras vezes na Central. A coitada até demissão pediu. Mas, claro, essa brincadeirinha não é nada pra você, tão acostumado com sacanagens...”
* Crônica baseada em fatos reais. Uma amiga contou algo parecido (ou pior)... "Essa é pra você, DSM."

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O perdão



“Eu consigo perdoar o Lindemberg. Consigo perdoá-lo de todo meu coração, mas que a Justiça seja feita. Quando eu vi que ela estava naquela janela, quando eu vi aqueles panos, eu pensei que a minha filha ia sair pela janela. Eu falei: ‘Vem filha, vem. A mãe está te esperando’. E ela falou assim: ‘Calma, mãe, calma’. A polícia não teve culpa de nada. Nada, nada, porque eles lutaram como eu lutei. Eles choraram comigo como eu chorei. Eu queria que tudo terminasse bem, mas já que terminou dessa maneira, eu estou muito agradecida a todos”, declarou a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, em entrevista à imprensa.

E nós, brasileiros, precisamos aprender a perdoar o amadorismo da polícia, já que não adianta cobrar (por justiça e resultados). O episódio do seqüestro em Santo André provou, mais uma vez, que nossos policiais ainda não estão capacitados para lidar com situações “de alta tensão”. Desta vez, o tiro que matou a jovem refém foi dado pelo seqüestrador; mas no caso da linha 174 (que já virou filme), no Rio de Janeiro, o tiro foi dado pela polícia... que matou a refém...

É, precisamos perdoar. O perdão é mais fácil e mais rápido do que esperar por justiça e por policiais que nos dêem segurança. A gente vai conjugando o verbo perdoar enquanto a violência não bate em nossas portas, enquanto não somos vítimas do amadorismo. “Senhor, perdoai-lhes! Eles não sabem (mesmo) o que fazem...”

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O espetáculo

Durante o fim de semana, o assunto não foi outro: o seqüestro das duas jovens em Santo André, São Paulo. Opiniões sobre o comportamento do jovem seqüestrador, da atuação da polícia e do fim trágico qualquer um tinha. Principalmente, nós, jornalistas. A história chamou a atenção dos brasileiros. Por que é notícia, como a crise econômica, ou por que o povo é simplesmente curioso, como isso tudo iria terminar? A segunda opção é a mais verdadeira.

E a mídia mais esperta. Esse tipo de “notícia” aumenta, dobra e triplica a audiência. Foi o que ocorreu na última sexta-feira com o Ibope de duas emissoras que transmitiam “ao vivo” a invasão da polícia no apartamento. Audiência! Essa é a fórmula da sobrevivência dos meios de comunicação.

Mas será que vale tudo para sobreviver? Parece que a resposta é sim! Nesse espetáculo de Santo André, vimos o seqüestrador dando entrevistas durante uma tarde inteira em um programa diário de uma emissora de televisão. Depois, dois telejornais veicularam trechos de uma entrevista com o “jovem confuso”.

Por que estamos dando espaço para “criminosos”? Posso invadir uma casa, colocar duas pessoas sob a mira de uma arma e ainda parar tudo e atender ao telefone (e dar uma entrevista)... Ou seqüestrar um ônibus, alucinar, matar e ainda virar personagem de um filme? Será que isso é imparcialidade – precisamos mostrar os dois lados, ou é apenas um bom espetáculo com os atores e o público?

Notícia ou espetáculo, a definição talvez não seja importante porque sempre terão inúmeras televisões ligadas para assistir. Mas o que importa é refletir quantos jovens “confusos” não são incentivados a praticar tal ato, às vezes, por alguns dias de fama já que a mídia oferece essa oportunidade...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Cotidiano


Bob largou o interior mineiro e foi tentar a vida na capital do país. Por lá, as coisas não eram tão simples; mas eram melhores. Comprou uma moto e começou a trabalhar entregando documentos. Um dia conseguiu ser contratado por uma empresa que estava crescendo. “O que cresce, sobe. Eu fui junto”, dizia ele ao pai, explicando as coisas boas que estavam acontecendo em sua vida na capital.

Alugou um apartamento, modo de dizer. Bob estava morando em um espaço de 32 metros quadrados no Centro de Atividades do Lago Norte, espaço nobre em Brasília. A primeira coisa que comprou foi uma cama, box; mas de solteiro... “Oh Bob, fala sério!” Brincavam os outros companheiros de trabalho. Em menos de quatro meses, o motoqueiro estava com o “apê” montadinho.

Mas em todo paraíso, além da Eva e do Adão, existe a serpente. E no caso de Bob, era sua vizinha. “Oh mulherzinha maluca!” No primeiro mês, Bob não estranhou as brigas da vizinha com o namorido, uma mistura de namorado com marido... No segundo, terceiro e quarto mês, ele pensou em se jogar da janela do segundo andar. As brigas eram freqüentes e quando os outros moradores, “estressadíssimos”, resolviam entrar na confusão, virava caso de polícia.

Quebra coisa, bate porta, gritos altíssimos e palavrões que Bob nunca tinha escutado. O mocinho do interior ficava de cabelo em pé. Mas nada deixou Bob tão confortado como a última discussão. Era quinta-feira e o namorido chegava do futebol. Mal entrou em casa e a sinfonia de gritos começou. “O debate” era sempre pela carência da vizinha que precisava ser elogiada, notada, amada, admirada e tantos outros “ada”...

- Eu não falei pra você vir jantar comigo?
- Amor, era dia de futebol e eu curto tomar umas com os manos?
- Você é um idiota, filha da puta, mascarado, sacana...
- Pára de falar assim, que coisa baixa. Que drama do caralho, oh...
- Você quer uma mulher que não fale, que não cobre, que não enche o saco? A solução é só uma: uma boneca inflável. Os buracos são os mesmos...

A porta bateu. Mais uma vez, a vizinha saiu de casa. Bob olhou para caixa que ainda não tinha aberto e pensou: "acho que fiz uma boa compra!"

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Consumismo

Diante da crise econômica, a nossa preocupação é a mesma. No final das contas, como isso tudo vai pesar no bolso? A resposta veio em um e-mail de um amigo jornalista: “Não se preocupe mais!” O e-mail trazia o texto abaixo:

O ano de 2009 vai ser do consumismo. A afirmação é de um renomado economista argentino, especializado em tendências de mercado.

Con su mismo carro.
Con su mismo salário.
Con su mismo imóvel.
Con su mismo vestuário.
Con su mismo par de sapatos.
E se Deus quiser...
Con su mismo “trabajo”.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Que tecla apertar?


Espero não ser repetitiva, mas não dá para falar de outra coisa a não ser eleições. Foram matérias interessantes que li durante todo esse tempo e, ainda mais, com as revelações do primeiro turno... Você sabe que o novo vereador de Cruz das Almas, município da Bahia, vai ser um catador de papel? Isso mesmo, um catador de papel foi o candidato mais votado. Sabe que o município de Benedito Leite (MA) foi o único (ú-ni-co) a não realizar as eleições no dia 5 de outubro. Por quê? Porque lá é o povo quem manda. “Alguns rebeldes” incendiaram a ú-ni-ca seção eleitoral da cidade. Aí ficou complicado votar...

Mas complicado mesmo está a situação do eleitor brasileiro. Os primeiros obstáculos já foram superados. Escolher os candidatos e apertar a tecla verde - confirma! Em vários municípios foi confirmado o segundo turno, mas o povo está perdido. Não poderia ser diferente, as propagandas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não orientaram em nada... O básico não foi dito: o que levar no dia da votação, como justificar, quem não votou no primeiro turno deve votar no segundo? Quem não vai poder votar em nenhum dos dois, o que faz? Sapateia? Ou aperta a tecla vermelha – corrige?

Corrige o quê? As propagandas incompreensíveis do TSE ou falta de cuidado da mídia que está “pecando” em certas informações? Lúcia Hipólito, uma comentarista política, falou na semana passada na rádio CBN (
www.cbn.com.br) exatamente sobre esse tema: o eleitor não sabe o que fazer no segundo turno. Mas, será que ele soube no primeiro? A comentarista revelou que recebeu inúmeros e-mails com dúvidas sobre os procedimentos para o segundo turno. E pasmem! Ela recebeu e-mails, ou seja, pessoas que tem acesso (até demais) às informações.

É, pelo jeito, só apertando a tecla branca. Quem sabe assim essa história toda não se apaga e a gente consegue acordar desse “chato” pesadelo...

sábado, 11 de outubro de 2008

Cutucada da semana

Entra ano, sai ano, e o brasileiro ouve falar da lentidão da Justiça. O problema é de recursos? Falta organização? Falta gestão? Conheça um exemplo prático do embaraço que essa situação pode provocar: um homem morto foi julgado pela Justiça paulista.
Só em São Paulo, há 18 milhões de processos em andamento. A cada dia chegam mais. Mas, afinal, qual é o problema? Por que até um morto vai a julgamento?
Enquanto milhões de brasileiros aguardam ansiosos a uma decisão da Justiça, juízes em São Paulo e em Brasília se reuniram nos últimos meses para julgar um homem morto. Condenado por roubo e assassinato, Afonso Benedito, conhecido como o “maníaco de Higienópolis”, morreu em abril na penitenciária onde cumpria pena.
Em julho, teve um hábeas-corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça e, na semana passada, a pena revista por desembargadores paulistas. Ninguém sabia que o réu não estava vivo.
Em São Paulo, a ineficiência da Justiça é mais gritante. Sozinho, o estado concentra quase metade dos processos de todo o país. O pior é que ainda hoje o número de ações que aguardam julgamento cresce a cada dia. Uma decisão definitiva demora de 10 a 15 anos em São Paulo.
No primeiro semestre de 2008, o número de sentenças foi 45% menor do que o de novos processos. Já são 18 milhões na fila. O Tribunal de Justiça diz que precisa de dinheiro para aumentar a agilidade. Quer que os recursos arrecadados com os processos, que hoje vão para o Executivo, sejam destinados ao Judiciário, mas não tem idéia do tempo necessário para amenizar o problema. “Nós não temos essa informação. São diversos fatores. A complexidade que envolve administrar o Poder Judiciário no estado de São Paulo o diferencia de qualquer outro estado da federação”, disse José Maria Câmara Junior, assessor da presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Justiça é ineficiente porque é mal-administrada. “O Poder Judiciário tem sido administrado por um desembargador, que é bacharel em ciências jurídicas. Não é um administrador profissional. O Poder Judiciário, a meu ver, está sendo administrado por departamento, sem uma visão do todo”, avalia o vice-presidente da OAB-SP, Márcia Regina Machado. Maria Lúcia Pizzotti Mendes, juíza do setor de conciliação do Fórum Cível João Mendes, considerado o maior do mundo, defende uma mudança na lei para diminuir o número de recursos e acelerar as decisões. Ela diz que os advogados também são responsáveis pela demora. “Muitas vezes o advogado vê no processo uma forma de ganhar dinheiro pelo fato de o processo durar muito. Será que o processo tendo menos duração, o cliente não ficaria mais satisfeito e os honorários dele não se manteriam e ele receberia mais rápido?”, indaga a juíza Maria Lúcia Pizzotti Mendes.
Há quatro anos, Maria Lúcia importou dos Estados Unidos uma alternativa para desafogar o Judiciário. São reuniões de conciliação com a participação de um mediador que evitam que conflitos cheguem à Justiça. Foi assim que as famílias das vítimas da cratera do metrô em São Paulo fecharam acordos sobre as indenizações em apenas dez meses. “Feito o acordo com a participação do mediador, do concicilador, o juiz homologa aquele acordo e não tem mais recurso. Ganha-se tempo e ganha-se satisfação”, acrescentas a juíza Maria Lúcia Pizzotti Mendes.
Quem precisa do auxílio da Defensoria Pública, que oferece atendimento jurídico gratuito, entra em outra fila. São 400 defensores para 40 milhões de habitantes em todo o estado. Por ano, os defensores públicos propõem 50 mil ações e participam de 180 mil audiências cíveis e criminais. Isso dá mais de 400 audiências por promotor.

* Matéria veiculada no Bom Dia Brasil - 09.10.08www.globo.com.br/bomdiabrasil

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O caldeirão do Machado

Sabe O Grito, a obra-prima de Edvard Munch? É meio assim que a gente se sente, com aquela cara de “oh, horror!”, quando nossos comunicólogos prosseguem cometendo erros de português escalafobéticos, enquanto pilotam seus programas de rádio e televisão. Recentemente, um veteraníssimo âncora maculou seu espaço vespertino no rádio saindo-se com um “escrevido” em vez de “escrito”. Gulp!

Errar é humano, mas persistir no erro é ignorância mesmo, se não da língua, do viés educativo dos meios de comunicação. Ou será que jornalistas e apresentadores, e principalmente suas respectivas equipes, têm vergonha de admitir a mancada? É vergonha ou presunção? A espera por uma errata ou mea-culpa no ar é sempre vã. Por que não é o profissional de comunicação seu próprio ombudsman, em vez de apostar que o ouvinte passará batido pela agressão cometida ao vernáculo? Na-na-ni-na-não. Conosco não, violão.

Poucos dias depois, quando a orelha ainda se recuperava daquela pedrada, uma jovem titular de um programa cheio de atitude na tevê aberta mandou essa em plena hora do Angelus, ao se referir ao filme de Bruno Barreto, Ônibus 174: “O seqüestro foi ‘cobrido’ com exagero pelas tevês, blá-blá-blagh!” E foi em frente embolando as coisas. Onde estariam o diretor, o produtor, o continuísta, o maquiador? Será que ninguém dá um toque? Não cremos.

Sendo assim, não dá para ficar noticiando e debatendo a péssima qualidade do ensino no País, enquanto a tevê e o rádio brasileiros não assumirem os erros daqueles que são a sua voz. A mídia impressa há muito faz isso, com a diferença de que a esmagadora maioria dos erros é de conteúdo, o que mostra, estatisticamente, o zelo pela língua escrita. Então, por que não cuidar da língua falada?

Para não ficar malhando a classe, vamos até ao presidente do STF, Gilmar Mendes, que disse em entrevista no início da semana passada: “É necessário fazer um ‘corrigidozinho’ no documento”. É mole? Será um regionalismo? É de endoidecer, doutor, e de deixar a gente, num primeiro momento, sem saber quem está certo.

Last but not least, um eminente e simpático intelectual, economista, diplomata, ex-embaixador, ex-ministro, em meio à enxurrada de análises televisivas na Segunda-Feira Negra, disse sobre a acachapante e planetária crise econômica: “O importante é o ‘desfazimento’ do cenário de desconfiança”. O queixo caiu mais do que o índice Dow Jones.

E justo quando se anuncia mais uma reacomodação da língua portuguesa, já que não dá para chamar de reforma ortográfica as subtrações propostas pelos doutos lingüistas (vamos sentir saudade do trema?). Machado de Assis faz cem anos de ausência, com erros desse tipo varando o éter. Como foram captados en passant, dão uma média das formas não registradas.

Sendo o assunto recorrente (não por nosso desejo), podem pensar que estamos repetindo pauta, e ainda corremos o risco de nos acharem uns pentelhos puristas, em vez de ouvintes acidentais. Deixemos Camões descansar e desta vez peçamos a Machado, o Bruxo do Cosme Velho, que mexa em seu caldeirão uma providencial sopa de letrinhas como só ele sabe.


*Cutucada escrita por Carlos Leonam e Ana Maria Badaró, da Carta Capital.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Canudinho


A lei seca já deu o que falar.
Vale tudo pra dar
o “jeitinho
brasileiro”
e não cair no
bafôme-
tro.
Semana passada li uma matéria que revelava que os jovens estão apostando em remédios usados para tratamento de alcoólatras. O objetivo. O mais simples possível: cortar o efeito do álcool.

Enquanto os jovens aprimoram suas idéias criativas, os fiscais de trânsito se divertem. Já viram tantas cenas que, às vezes, parece piada. É psicólogo que tenta usar dos truques da profissão para convencer os fiscais, é advogado dizendo que vai entrar com recurso no STF, é jornalista dizendo que vai fazer uma matéria mostrando o absurdo e abuso da fiscalização, é playboy tirando notas e notas de cem reais para “presentear” a família do fiscal... Ih, é coisa demais “rolando” nos bastidores das fiscalizações.

Se isso aconteceu de fato, eu não sei; mas que é, no mínimo, constrangedor...

Uma jovem estava em uma festa com amigos. Bebeu de tudo: vinho, teqüila, licor, cerveja, uísque e até coca-cola. Na hora de ir embora, a mesma confiança que todo bêbado tem. “Tô bem, nem tô bêbada. Só bebi um poquinho”...

Os cones da fiscalização ela não enxergou. O guarda, quase atropelou.

- A senhorita está com sintomas de embriaguez.
- Que isso, amigão. Tô com sono, só...
- Senhorita, por favor, quero que faça o teste do bafômetro!
- Ok. É de graça?
- Sim, por gentileza, desça do carro. Segure o canudinho e assopre...
- Assoprar? Acho que nunca fiz isso. O senhor não tem um canudinho pra chupar?

* Foto retirada do site http://www.fotopg.com.br/

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Papagaio de campanha

Santana acordou com uma bela ressaca. Saiu da cama, ainda descalça, de blusa e calcinha. Foi até a cozinha onde preparou a cafeteira. O cheiro do pó provocou arrepios. Estava com estômago “zoado” demais por causa das incontáveis “Cuba-libres” que tomou na noite anterior. A festa foi patrocinada por Bento 35, candidato a prefeito, com grandes chances de levar o trono.

Bento 35 fez uma campanha de deixar qualquer concorrente sem cabelo. O candidato se inspirou em algumas “lendas brasileiras”. Chegava na favela, onde Santana morava, jogando aviãozinho de dinheiro, igualzinho Sílvio Santos em seu programa semanal. Reunia as famílias da favela e apresentava um tanto de eletrodoméstico. “Quer pagar quanto?” E o povo levava DVD, televisão, ferro de passar, aparelho de som, tudo por menos de R$ 5,00. Nem nas casas “Bahia” se viu preço assim.

O homem parecia santo. Selecionou bem aqueles enfermos e pagou vários tratamentos médicos, deu remédio e salvação para muitos. Nem “padim Cícero” fez tantos milagres na favela quanto Bento 35. A criança não enxerga. “Bota óculos na cara do minino, gente!” O velho não anda. “Tá aqui sua bengala”. O homem estava confiante. E Santana feliz! Eram churrascos, jantares, bailes regados a Funk, showmícios. Showmício?! Mas isso não estava proibido? “A proibição é coisa do demú. A campanha é minha, faço como quiser”. Nem a tropa federal conseguiu dar limites à Bento 35.

Santana deu o primeiro gole no café, estava sentada na porta de sua casa. O sol era forte e, no fim do morro, alguns “muluques” jogavam bola. Olhou para camiseta e lembrou de Bento 35. “Graças a esse político filha da puta, consegui minha televisão e meu DVD. Tenho cesta básica que dá até pro fim do ano. Os remédios que ganhei vou vender fora do morro, já é uma grana extra...”

Às 16h, Santana chegou na zona eleitoral. A fila era pequena, apenas a “burocracia” impedia que o voto fosse mais rápido. Quando chegou a vez de Santana, calmamente, ela digitou os números de Aurélio que, nas pesquisas eleitorais, estava em segundo lugar. Foi pra casa e ligou a televisão, que ganhou de Bento 35. Lá pelas sete da noite, as emissoras começaram a divulgar os resultados preliminares. Aurélio estava na frente. Santana botou a roupa mais chique que tinha no guarda-roupa e foi para o barracão, onde os eleitores de Aurélio aguardavam “a sentença”.

“Venci! Porque o povo descobriu o meu valor, o povo viu que vou dar o melhor de mim e mudar a realidade. Essa gente precisa da diferença e ela sou eu...” Emocionado, Aurélio ainda tentava alongar a fala, ainda mais porque estava sendo entrevistado por um repórter de uma emissora de peso. Atrás dele e quase apoiando a cabeça em seu ombro estava Santana. Papagaio de pirata e... de campanha!

sábado, 4 de outubro de 2008

Cutucada da semana



Presidente Luiz Inácio Lula da Silva "cutucando" a seleção masculina de futebol.



*Frase retirada do site G1, matéria "Lula recebe medalhistas olímpicos de Pequim" - 1°.10.08.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Ditados populares


A dois dias das eleições municipais, vale reler o artigo do sociólogo e Presidente do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, publicado no jornal Correio Braziliense, 25/09/08:

A uma semana das eleições, ninguém se arrisca a fazer prognósticos definitivos. Até quem se sentia livre para externar julgamentos categóricos sobre quem ia ganhar fica agora mais cauteloso.

Não é para menos. Nos últimos anos, especialmente em eleições municipais, o que parecia certo se revelou, muitas vezes, duvidoso. Vitórias de véspera se tornaram decepções e quem tinha ido dormir derrotado, acordou feliz.


São eleições mais voláteis, em que ondas de mudança podem aparecer a qualquer hora. É difícil antecipar quando vão ocorrer e que rumo vão tomar. Mas podem vir e vêm, mesmo quando menos as esperamos.

Algumas das eleições deste ano são, no entanto, previsíveis. Seus contornos básicos estão traçados faz tempo. A elas, alguns ditados da sabedoria popular parecem cair como uma luva.

“Pau que nasce torto, nunca se endireita.”
Existe algo mais adequado para descrever o que está se passando em São Paulo, na briga Alckmin vs. Kassab? É uma dessas coisas que todo mundo sabia que ia acontecer e que ia dar errado. Pois deu. Era evitável? Sim e não. Se Alckmin optasse por se suicidar politicamente, sucumbindo ao que queria Serra, poderia ter fugido ao confronto e nunca mais seria nada, além de acólito do atual governador. Se não, se quisesse ser mais que isso, tinha que se rebelar contra o papel de coadjuvante que Serra tinha reservado para ele. Qualquer que seja o resultado da eleição paulista, só de uma coisa estamos certos: os dois maiores líderes do PSDB no estado precisam voltar para o primeiro ano da escolinha da política.
“O peixe morre pela boca.”
Se o deputado ACM Neto pudesse embarcar em uma máquina do tempo, é 100% certo para qual data voltaria: o dia em que subiu à tribuna da Câmara para dizer que ia “dar um soco” em Lula. Raramente uma só frase teve o impacto que essa está tendo em uma eleição importante como a de Salvador. Transformou um favorito em um candidato comum, que luta agora para chegar ao segundo turno, no qual terá que se ver, outra vez, com ela. Já pediu desculpas (patéticas), mas o estrago foi feito.
“Quem tem padrinho, não morre pagão.”
Com sua peculiar franqueza, foi Marcio Lacerda quem relembrou esse ditado, um pouco esquecido, da tradição mineira. É bom para descrever o que aconteceu com sua candidatura, que tem tudo para se sair vencedora no primeiro turno em Belo Horizonte. Mas serve para vários outros favoritos. Eduardo Paes, no Rio, e João da Costa, em Recife, não são, também, casos de quem tem bons padrinhos?
Mais vale um pássaro na mão que dois voando.”
É o campeão deste ano. Admitindo que um ou outro resultado possa nos surpreender, os grandes vitoriosos são os prefeitos. Em alguns casos, vinham tão bem que os eleitores nem se perguntaram se outro candidato poderia ser melhor, como em Curitiba, Cuiabá, Campo Grande, Porto Velho, Goiânia, João Pessoa, Maceió e Vitória. Em Porto Alegre, temos uma situação exemplar. Perante duas (boas) opções de mudança, os eleitores mostram-se propensos a ficar com a que já têm em mãos.
“Galinha velha é que dá bom caldo.”
Brasil afora, muitas lideranças tradicionais estão mostrando que os eleitores, em sua maioria jovens, continuam a respeitá-las. Quem apostou que tinham passado de moda, se enganou. João Castelo, o último representante de algo que a maioria dos eleitores nem sabe mais o que foram, os “governadores biônicos”, é disso o maior exemplo. Tem tudo para ser prefeito de São Luis. E Íris Resende, que, aos 75, disputa sua nona eleição, com larga frente?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O acento sai e a crise fica

Diante da crise econômica que o mundo enfrenta, o Brasil “para” e admira a “ideia” do acordo assinado, nesta semana, que unifica a ortografia em oito países que falam a Língua Portuguesa. Fique “tranquilo”, segundo o presidente da República, nosso país é blindado e nada sofrerá com a crise econômica. Então, teremos tempo de pensar na crise lingüística. Certo?

Enquanto as bolsas despencam, nós, brasileiros, acabamos de ampliar o alfabeto, que passa a contar com mais três letrinhas: k, w, y. Para o presidente da República, isso realmente deve ser um lucro. Mais uma coisa que cresce no Brasil, além de sua popularidade...

Os acionistas do mundo inteiro não sabem se tiram ou deixam o dinheiro investido. Na nova ortografia, a regra é mais simples: tira tudo. Tira trema, tira acento, tira hífen... vai tirando até ficar da forma que o povo gosta, simples e sem complicações.

A novidade entra em vigor no próximo ano, mas os países terão até 2012 para se adaptar. Isso que é prazo bom! Já pensou fazer um empréstimo e pagar a primeira parcela depois de quatro anos? Nesse período de transição, ficam valendo tanto a ortografia atual quanto as novas regras. Assim, concursos e vestibulares deverão aceitar as duas formas de escrita — a atual e a nova. Viu aí a crise. E a criança que está sendo alfabetizada? Ela aprende as duas formas, mas depois só vai usar a nova ortografia?

É... desse jeito dá pra dizer que seremos “bilíngue”, não é mesmo? Sinceramente, sinto “enjoo” de ver esse “voos” do Brasil.

* O título foi uma inspiração do meu amigo de trabalho, Rodrigo Otávio.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Chove chuva...




As primeiras chuvas começaram a cair na capital do País. Silvia saiu às oito da noite da redação e olhou para o céu, negro e chamativo. As ruas estavam alagadas. Levou mais de quarenta minutos para chegar em casa. Tentou ligar a luz... Casa escura, água fria e chuva lá fora. O silêncio caiu bem, tinha tempo que não sabia o que era isso. Água gelada? Só no calor para matar a sede, mas naquela noite o banho foi assim... Acendeu velas aromatizadas e abriu um bom vinho. A bebida na taça formava uma imagem destorcida. O vermelho se misturava com o laranja do fogo.

Silvia foi para janela e ficou olhando os pingos grossos que caiam. Uns sobre os telhados, uns na grama, outros nem chegavam ao chão. E outros refrescavam seus braços encostados na janela. Ao longe, o barulho da buzina fez Silvia lembrar que, a cada chuva, Brasília pára. O trânsito fica caótico. Aumentam os acidentes, batidas bobas por causa daqueles que insistem em andar colados na traseira. Outras mais graves. Grave mesmo é a situação dos que moram em invasões na capital. Os barracos são arrastados pela chuva. Famílias perdem tudo, roupa, comidas, móveis e perdem a dignidade.

O governo sabe que as famílias estão lá. Por que esperar a chuva? Talvez, porque isso é notícia e notícia chama imprensa e imprensa é publicidade gratuita e espaço pra fazer “politicagem”. As famílias desabrigadas e molhadas tentam recuperar o que sobrou do que um dia chamaram de casa. O governo como consolo diz: eles serão levados para os abrigos da cidade.


Silvia deu um intenso gole no vinho. Admirou sua casa. Se sentiu em uma fortaleza. Colocou o pijama e foi dormir. Na madrugada, os gráficos rodavam o jornal. A foto da manchete: uma criança descalça, com a chupeta na boca, olhando para o brinquedo coberto de lama. “Chove chuva, chove sem parar...”

* Foto retirada do site www.fotosearch.com.br

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Os esquecidos

30 de março acordamos com a notícia nos jornais de que uma menina de cinco anos havia caído de um prédio em São Paulo na noite anterior. O caso mais tarde ia se transformar e revelar as cenas de um crime que chocou a sociedade. O pai e a madrasta de Isabella Nardoni são os principais suspeitos em jogar a menina pela janela do sexto andar. Durante semanas, a mídia só soube falar desse crime. Foram entrevistas “exclusivas” com a mãe de Isabella e com os principais suspeitos. Isso me fez lembrar do filme “Assassinos por natureza”, onde criminosos viram celebridade.

Depois da máxima exploração, seis meses se passaram e quem sabe o que aconteceu com o casal suspeito? E com o avô paterno que também estava sendo acusado de ter modificado o local do crime? Parece que no Brasil as coisas têm prazo de validade. Casos como o de Isabella são esquecidos, mas isso não muda a realidade do país. O problema é quando a mídia revela esquemas como o do Mensalão e tudo acaba no esquecimento. A notícia também tem prazo de validade.

Alguém aí lembra dos policiais que se envolveram com a morte de três jovens no Morro da Providência, no Rio de Janeiro? Foi capa de vários jornais, inclusive dos internacionais. O papel da mídia é esse mesmo: noticiar... Cabe a sociedade cobrar as respostas. Ainda não dá para esperar um Brasil diferente. Por quê? “Prefiro não comentar”.

A memória é tão curta que o atual governador do Distrito Federal foi um dos senadores que estavam envolvidos na confusão da votação que cassou o ex-senador Luiz Estevão. Entre lágrimas, ao renunciar, ele disse: "Não é o fim, mas um novo começo". (Aspas retiradas da matéria “Arruda renuncia ao mandato de senador” – Folha de São Paulo, 24 de maio de 2001).

Realmente, foi um novo começo. De senador a governador. Quantos mais serão e deverão ser esquecidos?

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O senador e a síndrome de Wally










Quem não se lembra do Wally...
cara bacana, personagem central de uma série infantil criada pelo ilustrador britânico Martin Handford. Wally usava uma camisa listrada em vermelho e branco e um gorro – também vermelho e branco. Magrinho, ele sempre aparecia com uma bengala e óculos. Wally vivia muitas aventuras e eu, particularmente, adorava caçar o cara.

Wally é bem mais antigo que o último presidente do Senado. A diferença é que a gente não se lembra das aventuras do senador. Em setembro do ano passado, ou seja, exatamente um ano atrás, o presidente do Senado ficou livre de ter seus direitos políticos cassados. Você lembra o porquê? É... hum... é... hum... Porque se meteu em uma aventura onde suas despesas pessoais foram pagas por um lobista. Despesa pessoal, tipo, pensão alimentícia para uma filha que teve fora do casamento, com uma jornalista. Eita aventura! Nem Wally eu vi numa dessa...




O cara de vermelho e branco continua nos livros. E o senador no Senado. Um passarinho "falou" que o ex-presidente do Senado está se preparando para mais uma aventura: as eleições de 2010. Parece que o “homem” vai “sair” a governador “de Alagoas”. E será que vai usar blusa vermelha? Enquanto as eleições não chegam, o senador vai vivendo a síndrome de Wally. Só acha quem procura!

sábado, 27 de setembro de 2008

Cutucada da semana

Uma mulher traída conseguiu na Justiça de Goiânia o direito de receber da amante do seu ex-marido uma indenização de pouco mais de R$ 31 mil por danos morais. A decisão é da primeira instância e a amante, portanto, ainda pode recorrer.

A professora Fátima Cristina Oliveira acreditava numa união de 21 anos, e seu marido, segundo ela, era “acima de qualquer suspeita”. “Era uma pessoa caseira. Era sete da noite e ele já estava em casa”, recorda.

Um telefonema, porém, mudou a vida da professora. Ela descobriu que estava sendo traída e a notícia chegou pela própria amante. Fátima entrou em depressão, e, desorientada, ficou sem o emprego. Quando tudo parecia perdido, ela decidiu reagir.
A professora entrou na Justiça contra amante, alegando danos morais. Primeiro, ela tentou salvar o casamento, mas preferiu o divórcio depois que percebeu que o marido pagava as despesas do advogado da amante.

Sem condições emocionais de continuar morando em Goiânia, Fátima recomeçou a vida em outro lugar, a 200 km de distância: foi para Brasília, onde morou antes do casamento. Arrumou um novo emprego e até voltou a estudar, enquanto aguardava uma decisão sobre o processo na Justiça de Goiânia.

75 salários mínimos
Na sentença, o juiz condenou a amante a pagar indenização de 75 salários mínimos, ou seja, R$ 31.125,00. Ele justificou a decisão com base nas ameaças que a amante teria feito contra a professora e no sofrimento pelo qual Fátima havia passado. A amante, que trabalha como vendedora, não foi encontrada em casa para falar sobre o assunto.

Alerta
O advogado da professora acredita que a decisão do juiz abre precedente jurídico para outros casos. “A decisão basta para realmente quebrar barreiras”, disse Éder Francelino Araújo. Ele também alerta aqueles que andam traindo os parceiros. “Amantes que se cuidem!”, afirmou.
Matéria retirada do G1, com informações do Jornal da Globo - 24.09.08

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Ado, a, ado

Ado, a, ado, tá todo mundo arrepiado.
É melhor ficar calado.
Ado, a, ado, presidente grampeado.
Foi o primeiro cutucado.
Ado, a, ado, quem mais vai ser enquadrado?
Não seja retardado.

Ado, a, ado, tem mais segredo pra ser revelado!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ficção ou realidade?

Um amigo de Florianópolis me enviou o vídeo. Alguns vão rir, outros vão chorar...








quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A condenação

Silêncio no corredor do hospital. O único barulho era do bip do rádio da repórter que aguardava em frente ao quarto 69. Dentro do quarto, estava ele – João de Santo Cristo, baleado. O primeiro tiro acertou o joelho. Ele agüentou a dor. O segundo foi no ombro. Também foi possível superar o sangue escorrendo. Mas o terceiro acertou o saco escrotal de João de Santo Cristo, que na hora desmaiou. Estava acordando agora, às 8h30. Sua boca estava seca e a dor ainda o incomodava.

Do lado de fora, a repórter continuava escutando o editor. “Você vai entrar ao vivo no segundo bloco. Vê se consegue falar logo com ele. Eu preciso das informações para fechar o link”. Ao lado dela, o advogado de João de Santo Cristo. Ambos esperavam o encontro com o homem baleado. Uma terceira pessoa chegou. Dr. Wilson. O médico que iria cuidar e examinar João de Santo Cristo. Ele entrou. Examinou, conversou e em palavras complexas disse “você ficou brocha”.

O advogado entrou depois do Dr. Wilson. João de Santo Cristo estava sem cor. O que acabou de escutar doeu tão profundamente quanto o tiro no saco. Sem prolongar o assunto e sem dar chances para o que João de Santo Cristo dizia, o advogado resumiu: se você falar que é culpado, a pena pode ser menor. Por fim, a repórter entrou. João de Cristo estava transparente. Já nem sabia mais o que dizer. Brocha e condenado por algo que jurava não ter feito. Mesmo assim, respirou fundo e contou o que lembrava da noite anterior.

12h50. Jornal no ar. “Boa tarde, Maia. João de Santo Cristo deu entrada de madrugada em um hospital da cidade. Ele está baleado e sob escolta de um policial. João de Santo Cristo atirou contra uma amiga e o ex-namorado dela ontem à noite. Os três estavam em uma casa no Guará. Os vizinhos escutaram os tiros e chamaram a polícia. Quando o socorro chegou na casa, encontraram Lúcia morta. Voltamos ao estúdio!”


Dois meses depois... A repórter estava de novo em frente ao quarto 69. O advogado procurava uma casa no Riacho Fundo. Lá deveria morar um cliente que o devia R$ 69. E João de Santo Cristo estava fazendo um 69 com sua namorada. A condenação de nenhum deles, do médico, do advogado e da repórter, não foi verdadeira. Brocha ele não ficou. Culpado ele não foi. Muito menos atirou contra Lúcia. Naquela noite, João de Santo Cristo conversava com Lúcia quando o ex-namorado dela chegou atirando. Ele tentou segurar o braço dele. João de Santo Cristo nem teve tempo de perceber que o primeiro tiro pegou no pescoço da amiga. Os outros três, ele preferia não lembrar.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Café com papel


Sentamos. “Por favor, uma jarra de limonada suíça e um sanduíche de carne assada”. Parece que falamos a palavrinha mágica. Eles surgiram. Entre uma frase e outra, papéis “brotavam” em nossa mesa. A garçonete voltou com a jarra. Mexe daqui, limpa dali... “ainda tem um espacinho”... E quando veio o sanduíche, pedimos: uma nova mesa, por favor. Em Brasília, bares, restaurantes e até sinais de trânsito foram invadidos pelos “entregadores de panfletos”. Será que a publicidade vale? E pra onde vai tanto papel?

Tenho uma amiga que coleciona panfletos. É a única pessoa que vejo guardar os papéis. De resto, a maioria dá uma olhadinha e deixa lá mesmo... Já contei 80 panfletos em uma noite. Cada “panfleteiro”, geralmente, tem duas divulgações e entrega um, dois, três e até quatro para cada pessoa sentada à mesa. Multiplica aí... uma mesa com seis pessoas, cada uma recebe, a cada três minutos, no mínimo, dois panfletos. Depois de quatro horas, quantos panfletos vão estar na mesa?

Você já perdeu a conta? Mas não dá para perder a noção do desperdício. É muita tinta, é muito papel. Tem alguém que paga, e pode pagar por isso, mas quem paga o preço pelos papéis que, na maioria das vezes, viram lixo no chão somos nós. E o pior é que muitos motoristas jogam pela janela do carro o montão de papel que receberam no sinal... Nos bares, o lixo some rapidinho. Tem empregado pra limpar. Nas ruas, demora um pouquinho mais. O SLU (Serviço de Limpeza Urbana) tem escala de limpeza...

Outro dia conversei com uma diretora de uma associação de catadores do Riacho Fundo (cidade satélite de Brasília). Ela me falou da importância do papel para o processo de reciclagem, mas também revelou que os donos de bares e restaurantes não permitem que os catadores circulem pelas mesas e peguem os panfletos. Questionei qual era a diferença, porque a gente vê: vendedores de panos de prato e chicletes, os entregadores, os pedintes... Por que não os catadores? Não tivemos resposta. Na verdade, tive um esclarecimento de um amigo gerente de um bar famoso de Brasília: não permitimos que a pessoa “meta” a mão na mesa dos clientes.

Então, seu cafezinho vai ser com açúcar ou com panfleto?

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ser telespectador

Que tipo de telespectador você é? Eu descobri que sou chata. Chata mesmo, converso com a televisão o tempo inteiro, questiono tudo e ainda aproveito a era da internet para me comunicar com todos os produtores e responsáveis pelos programas que vejo. Dias atrás, um programa semanal começou a exibir uma série de reportagens sobre jovens problemáticos nos Estados Unidos, Canadá e outros lugares. Pensei: temos poucos problemas no Brasil que precisamos importar os de fora! Imagina, nem temos jovens viciados aqui, jovens que matam, que roubam... sem falar dos jovens de classe média que botam fogo em índio porque acham que é mendigo, ou aqueles que espancam uma empregada doméstica porque ela se parece com uma prostituta.

Talvez seja mais interessante para uma emissora mostrar a situação de fora. A série de reportagem comprada pode ser mais barata do que produzir algo aqui no Brasil. Quanto custaria colocar um jornalista, um psicólogo, uma autoridade, um especialista e filmadoras ligadas o dia inteiro dentro da casa de uma família de classe média em Brasília, que tem um filho viciado, que já espancou a família inteira e vendeu tudo da casa por causa do crack?

No programa semanal, o jovem problemático dá audiência. Primeiro, porque está em uma emissora "de peso" e segundo porque pode parecer algo distante. Imagina se na minha família isso acontece? Talvez na sua não, mas o vizinho que mora ao seu lado tem um filho assim ou em uma situação pior.


Ainda não descobri qual é a real preocupação das emissoras ao exibir esse tipo de notícia. Mas, muitas vezes, parece estar só na audiência. E a sua preocupação qual é? Eu continuo falando com a televisão e mandando e-mails sempre... quase nunca tenho respostas, mas responder aos telespectadores talvez não seja a preocupação...

sábado, 20 de setembro de 2008

Cutucada da semana



"O Brasil já estaria de quatro em outra situação..."

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, se referindo à postura da economia brasileira na crise internacional.

* Foto retirada do Banco de Imagens da Agência Brasil (www.agenciabrasil.gov.br)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Mudanças

E tudo mudou...
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por e-mail
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato, Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
De tudo.
Inclusive de notar essas diferenças.


** Recebi um e-mail com esse texto, que está assinado como de Luís Fernando Veríssimo...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Tradicional com molho de tomate




Depois de um dia de trabalho, eles resolveram jantar. Já passavam das dez da noite. O lugar estava vazio. A lei seca realmente afastou o povo.

Dino: Por favor, três guaranás!

Garçom: Ué, doutor. Pode tomar um "chopis". Num tem um amigo da vez na mesa?

Dino: Amigo da vez eu vou precisar pra amanhã! Traga os guaranás.

Silvia: O que pegou?

Dino: Me pediram pra fazer um levantamento sobre as CPIs. Acho que vai rolar uma matéria especial. Cara, nesse país já rolou CPI de tudo (risos).

Quintas: Caralho! Não tem coisa pior que esses levantamentos... A gente é obrigado a lembra de tanta merda. Hoje, eu só saberia falar da CPI dos Cemitérios...

Silvia: Nem me fale dessa. Cobri toda. Reuniões e reuniões. Visitas a todos os cemitérios do DF. Denúncias. Pra chegar no final e ver o que a gente tá vendo.

Dino: Mas não é só a dos Cemitérios que vai se enterrando. A CPI dos grampos também. Já misturaram tanto os assuntos que até nossos colegas estão trocando as bolas. CPI dos grampos é uma coisa. Operação Satiagraha é outra. Beleza que o Dantas foi grampeado, mas com esse tumulto de grampos ilegais, o cara ainda pode sair impune. Se a gente confunde, imagina o povo...

Quintas: O povo não tem memória e nem o costume de pesquisar no google (risos)... Caralho! Me lembrei da CPI do Apagão Aéreo. Deram uma apagada geral. Quem foi indiciado?

Silvia: Num lembro. Mas no próximo acidente aéreo, o assunto volta. E a que pé está a CPI da Pedofilia?

Quintas: Caralho, gente. Vai dando uma depressão de pensar em tantas CPIs... Ou a depressão é porque a gente sabe que vai acabar em...

Garçom: Com licença! O pedido?

Dino: Pizza tradicional com molho de tomate!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O inverso

Quando criança, a “tia” da escola era uma pessoa querida e admirada. Alguém que sabia de vários assuntos, que contava tantas histórias legais. Ela me ensinava a ler, me ensinava os nomes dos planetas... Ainda me lembro: “Minha velha traga meu jantar, sopa, uva, nozes e pão”. Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urânio, Netuno e Plutão... A “tia” mostrava as gravuras e eu e meus amiguinhos de classe berrávamos: boi, b-o-i; gato, g-a-t-o; casa, c-a-s-a; zebra, z-e-b-r-a.

Deu zebra! Parece que as crianças de hoje não têm a mesma sorte que antes. Semana passada li uma matéria no Correio Braziliense (Professores terão 14º, editoria Cidades, 12/09/08). O governador do Distrito Federal pretende sancionar a lei que dará um “incentivo extra no fim do ano aos professores, se as escolas em que trabalham alcançarem metas de melhoria na qualidade da educação”.

Incentivar os profissionais é uma iniciativa que dá resultados. O 14º salário já existe na maioria das empresas privadas, mas incentivar para cumprir o dever... isso é inverso. O professor tem a obrigação de ensinar, de ser um facilitador da educação. Se ele não cumpre esse papel, tem algo errado. Imagina, vamos oferecer o 14º para que os engenheiros construam prédios que não caiam. Queremos construções seguras. Mas isso já não é a obrigação do engenheiro?

Na classe, a “tia” também educava. Quando a gente errava alguma palavra ou letra, nós tínhamos que pagar uma prenda... “Não sabe, não sabe, vai ter que aprender...”

** Conheça as “metas de melhoria na qualidade da educação” que a escola deve cumprir:
(texto retirado da matéria Professores terão 14º - Correio, Cidades.)
- Diminuição dos índices de repetência em 20%, a partir do ano letivo de 2008;
- Elevação do desempenho individual da escola, medido a partir do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2005;
- Redução em 20% no percentual dos alunos defasados em idade x série, a partir dos dados do Censo Escolar de 2006;
- Aumento do índice de aprovação em 20% a partir do ano letivo de 2008;
- Diminuição da evasão escolar em 20% ao ano a partir do ano letivo de 2008.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Terça-feira tenho compromisso







As noites de terças-feiras são sagradas pra mim. Não perco uma edição do Profissão Repórter. A paixão pelo programa começou quando vi que era mais um projeto de Caco Barcellos, que eu considero ser um dos grandes jornalistas investigativos do Brasil. O primeiro contato com o trabalho do jornalista foi por meio de seu livro Rota 66. Impossível não se apaixonar. Depois de um tempo, lá estava Barcellos no Fantástico com o quadro Profissão Repórter, que agora é semanal e colírio para os meus olhos e de muitos jornalistas que ainda acreditam na profissão.

Para um repórter não tem coisa melhor do que poder destrinchar o fato, apurar, fazer associações, investigações, pensar no texto, abusar das palavras e das idéias. A equipe do Profissão Repórter me emocionou várias vezes, mas este ano, ela bateu recorde com o programa sobre transplantes, “À espera de um coração”. Quem não viu, vale a pena. Os arquivos estão no site (www.globo.com.br/profissaoreporter). A edição do texto e das imagens foi perfeita. Nas cenas, a narração de quem espera por um milagre. Ele acontece. E bate e jorra o primeiro jato de sangue. Impressionante poder ver aquelas imagens.

Alguns amigos jornalistas dizem que o programa é uma ilusão. Eu não concordo. A equipe do Profissão Repórter faz um trabalho que valoriza o jornalismo. Claro, é um trabalho diferenciado da realidade da massa “jornalística”. Pra mim, ilusão é ter quer ler ou ver notícias “editadas” de acordo com a "linha empresarial"...

“Sofro muito, choro e tento esconder das câmeras”, Caco Barcellos, apresentador do Profissão Repórter, confessando no Marília Gabriela Entrevista (do GNT) que se sensibiliza com várias reportagens que exibe no programa.

** Foto retirada do site www.profissaoreporter.globolog.com.br

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sem condição

Fiquei uma semana sem carro em Brasília. Algum mutante resolveu levar a lateral do “marimóvel”. Tudo bem, cenas do cotidiano. Fui deixar o carro na oficina. Em frente à loja tem várias paradas de ônibus. Fui até uma pegar o “busão”. Sem condições! Depender do transporte público em Brasília ainda é uma missão desafiadora. Fiquei quarenta minutos na parada até descobri que o ônibus que eu tinha que pegar só passava no ponto da frente. Atravessei a rua. Depois, esperei mais trinta minutos pelo ônibus. Quando achei que a saga estava no fim, soube que o ônibus não ia parar onde eu queria. Resultado: tive que entrar em dois “busão” pra chegar em meu destino final.

Nas paradas, não existe informação de que ônibus você pode pegar nem de que ônibus pára ali. Nos “busão”, o percurso também não aparece. Imagina um turista aqui, gente? Talvez, ele fique bem perdidinho... Eu que moro na cidade fiquei!

Quantas vezes eu mesma já produzi matérias sobre a falta de ônibus e o caos que é o transporte em Brasília. A impressa mostra o problema diariamente, mas o que muda? Por enquanto, pouca coisa. A população continua convivendo com ônibus sucateados, atrasos e falta de paradas decentes. É porque tem ponto de ônibus que nem “teto” tem. Você fica lá debaixo de sol, de chuva... E fica, no mínimo, trinta minutos.

Depois de uma semana, estava com o marimóvel. Mas não me esqueci dos brasilienses que precisam de um “busão” para chegar ao trabalho, para levar um filho ao médico, para ter um dia de lazer no parque da cidade. É preciso tentar mudar a realidade enquanto dá tempo. Amanhã, talvez, você fique sem sua diarista. O ônibus não passou. E você perdeu a reunião...

sábado, 13 de setembro de 2008

Cutucada da semana

Lula pede que julgamentos do STF não sejam transmitidos ao vivo

Da Redação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que a TV Justiça edite os julgamentos e veicule apenas os trechos considerados mais importantes. Lula avalia que a TV virou “um elemento a mais” nos julgamentos, transformando-os em espetáculo.

Segundo o presidente, os ministros aproveitam a transmissão ao vivo para fazerem “discursos inflamados”. Além disso, a TV estimula os ministros a falarem mais sobre os processos e fazerem mais críticas ao governo.

A TV Justiça está no ar desde agosto de 2002 e transmite, ao vivo, a íntegra dos julgamentos realizados no STF às quartas e quintas-feiras. Apesar das críticas do presidente, não há sinais de que a programação será alterada. O ministro Gilmar Mendes é favorável às transmissões sem edição.
(*) Com informações do O Estado de S. Paulo.

Édison Mendes de Almeida [09/09/2008 - 00:16]
Mas Presidente! A TV não é "um elemento a mais"! Não!São milhares, milhões de cidadãos, telespectadores da administração e dos administradores do Brasil!Aliás, com o tremendo avanço da tecnologia da informação e das redes de dados, o senhor deveria providenciar a instalação de câmeras em todos os gabinetes públicos do país (a começar pelo seu, claro, para dar o bom exemplo). Conectadas à internet elas permitiriam aos quase 200 milhões de cidadãos brasileiros acompanhar ao vivo e a cores, e aplaudir, e se emocionar, e alçar vivas aos heróicos esforços, aos imensos sacrifícios, à lisura e à seriedade com que são tratados os interesses mais caros à vida e ao futuro deste povo varonil, que Portugal pariu!Já pensou? 400 milhões de “olhos olhando” para o senhor, 24 horas por dia? E 200 milhões de vozes ecoando e fazendo tremer a América aos gritos de “Olha o Lula lá! Olha o Lula lá! Fazendo tudo o que prometeu para nós”!Vai ser uma festa e tanto! E o marketing, então!?Pense nisso!

** Texto e comentário retirados do site http://www.comuniquese.com.br/, dia 08/09/08 - Editoria Primeiro Caderno

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Seja um idiota




A semana acabou. E as cutucadas apenas começaram. Essa é de Arnaldo Jabor...

A idiotice é vital para a felicidade.
Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.

No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?hahahahahahahahaha!

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.

Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir... Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora? A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!



** Texto retirado do site: http://www.pensador.info/autor/Arnaldo_Jabor/

** Foto Banco de Imagens - http://www.fotosearch.com.br/