quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Big Data da inadimplência

Depois dos recentes recuos do governo, o de hoje foi bem visto! A suspensão nessa quarta-feira da presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, sobre os dados dos eleitores, que seriam entregues de “mão beijada” para a Serasa, foi aprovada! Que susto, achei que teríamos o “Big Data da Inadimplência”.

O sistema eleitoral no Brasil é um dos mais completos quanto às informações pessoais de um cidadão. E se você, caríssimo, está em dívida com a Justiça Eleitoral terá sérios problemas. Um simples exemplo, você não votou na última eleição e não regularizou a situação. Anota aí a dor de cabeça: não pode tirar carteira de identidade, nem passaporte, renovar matrícula em instituição de ensino oficial, abrir conta bancária, não pode participar de concurso público e não pode obter empréstimos em instituições governamentais...

E qual o interesse da Serasa nisso? Oh, deixa a ingenuidade fora desse papo. Nossos dados (sim, pessoais) valem ouro para “poderosas empresas digitais”. A Serasa é grande detentora de análise de crédito no Brasil. Então, não daria certo misturar “desobediência civil” com liberação de grana. Imaginem se inadimplência eleitoral virasse inadimplência comercial. Ah, não! Acabaria com a festa da classe C, D, E...

Calcula aí a diferença! Você não vota, nem justifica. Depois de 4 anos, resolve acertar sua “dívida” com a Justiça Eleitoral. Paga uma multa de R$ 3,00 e pronto! Nome limpo. Agora faça a conta “comercial”. Você pega um empréstimo, não paga e depois de 4 anos decide acertar o que deve. Acho bom ter um “bem” pra vender... A taxa média dos juros nesses empréstimos é de 6%, às vezes chega à 14%.

SPC! Só pra seu conhecimento, é uma burocracia tirar um nome da lista de devedores. Apesar da Serasa afirmar que os dados são públicos, saiba que é outra burocracia pesquisar se você tem alguma dívida que impeça alguma compra. A burocracia é sobrenome do cidadão, as empresas têm facilidade “pra te botar no SPC”. Tanto é que o número de indenizações por danos morais cresceram no Brasil. Entendeu a equação? E depois desse susto, você ainda vai reclamar que o Obama monitora a sua rede social?

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Quer pagar quanto?

Depois da gripe na semana passada, que muitos chamam de “gripe do PMDB”, a presidenta Dilma voltou com tudo à cena. O palco, no último dia do semestre, foi São Paulo. Dilma e prefeito da cidade, Fernando Haddad, anunciaram o PAC Paulista. Serão investidos R$ 8 bilhões na prefeitura para combater enchentes, para criar 15 mil unidades do Programa Minha Casa, Minha vida e para melhorar a mobilidade urbana (transporte).

A “nova” estratégia da presidenta para recuperar sua imagem, que desde junho viu sua popularidade cair mais da metade, principalmente, após as manifestações nacionais, parece ser “quer pagar quanto?”

Liberar R$ 8 bilhões para a maior zona eleitoral do Brasil, não é bondade, é politicagem mesmo. Por que não investir 8 bilhões de reais no norte brasileiro, onde pessoas e animais ainda morrem de fome? As obras do PAC nacional viraram motivo de “zombação”. Essas obras já tiveram seus calendários ajustados inúmeras vezes. O programa que tem validade até 2014, ou seja, menos de um ano, até hoje concluiu cerca de 56% do que está previsto. E sua vida melhorou? Ah tá...

A grana vai rolar solta! Lá no Congresso, senadores e deputados voltam do recesso animados com o anúncio da liberação, feito pela senhora presidenta, de R$ 2 bilhões para custear emendas parlamentares. Seria melhor dizer: tem grana no bolso para o início da pré-campanha política! "Libera geral".

E na Fazenda, não na do Mantega, na da Record, a briga rola solta por míseros R$ 2 milhões. Míseros porque perto da grana que rola na política brasileira, seria melhor guardar a bunda pra sentar no Congresso e não expor de graça na TV. A conta, amigo, seja da política, seja da TV, é você quem paga!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Tomô Doril, PT sumiu

Não teve remédio para segurar a enxaqueca do PT com as últimas pesquisas Datafolha divulgadas nesse fim de semana. No sábado (29), a pesquisa Datafolha informou que a popularidade da presidenta Dilma caiu 27%. A maior queda presidencial registrada nos últimos tempos. Ganha apenas o presidente Collor, quando confiscou a poupança dos brasileiros. Além de Dilma, Haddad, prefeito de SP, também esteve na imprensa. A pesquisa revelou que o número de entrevistados que consideravam o prefeito ruim ou péssimo subiu de 21% para 40%. Ih...

Na avaliação de alguns especialistas, esses números não estão associados apenas aos protestos das últimas semanas. Muitos políticos esquecem que o povo tem opinião, apesar de não ter educação! Até ficou bonito pra presidenta porque alguns reconheceram que ela ouviu a voz das ruas; mas não pegou bem essa demonstração de imediatismo político, onde a presidenta acabou “dando um tiro no pé”. Vários coleguinhas do governo ainda questionam essa tentativa de saída de mestre de Dilma. Esse tal plebiscito vai dar o que falar... “Já tá dando!”

Popularidade mesmo quem ganhou, nesse fim de semana, foi o Felipão. Brilhou a seleção brasileira, “o campeão voltou”! Mais de 70 mil torcedores lotaram o Maracanã no RJ. O hino brasileiro saiu forte da garganta do povo. Bonita a cena; pra mim, mais um protesto pacífico do povão. Sorte da Dilma, que desta vez, não inventou misturar política com futebol. Imaginem a vaia saindo da garganta de 70 mil?!?

Sumido também está o todo-poderoso Luiz Inácio Lula da Silva, eu gosto de chamar de Lulinha. Mais de 15 dias de manifestações e o silêncio de Lulinha impera. A Folha até que tentou “lançar chama” na semana passada, dizendo que Lula criticou atitudes de Dilma. “Barbeiragem”. Não sei se foi o que Lulinha disse sobre as saídas de Dilma ou se foi do jornal. Apesar de ter feito a reportagem em cima do relato de três interlocutores do ex-presidente, o jornal também divulgou que Lula negou as críticas à Dilma. Imagino que a próxima pesquisa Datafolha vai revelar o aumento no consumo de Doril, né?!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Alguém aperta a tecla SAP

A semana começou com pacotão que “parou” o Brasil. A presidenta anunciou 5 pactos em resposta à voz das ruas. Jornalistas, políticos, especialistas e até o povão ficou sem entender, ou entenderam muito mal, o que na prática aconteceria. Plebiscito? Constituinte? Royalties? Reforma Política? Crime Hediondo?

A imprensa até que tentou explicar esse carnaval. Antes mesmo de deixar o povão “entendido”, a presidenta desistiu da constituinte. A melhor “definição” para essa bagunça toda, escutei na rádio CBN no comentário de uma setorista de Brasília. “Dilma governa por marqueteiros e atropelou o Congresso quando não discutiu o assunto com os aliados”. E se tivesse discutido, lembraria que o deputado Henrique Fontana, do mesmo partido que a senhora Dilma, já pensou em uma proposta de reforma política que foi ignorada pelo governo e oposição. Se a coisa já estava feia no bonde dos governistas, imagem agora com esse desgaste de imagem da presidenta, com esse “despreparo”.

Bem... É até ruim falar em desgaste da imagem. A presidenta vem investindo bastante em seu visual. Hoje mesmo a Folha de São Paulo traz uma matéria de Fernanda Odila e Filipe Coutinho sobre os “investimentos” dela  para ficar bonitinha com maquiagem e cabelo. Para os pronunciamentos oficiais, Celso Kamura, cabeleireiro de Dilma, embolsa R$ 3.125,00. Oh locô, meu! No salão dele em São Paulo, um penteado custa R$ 330,00 e a maquiagem R$ 350,00. Certo está o “amigo” Tiririca, “pior que tá num fica”!
 

A voz da rua clamou por mudanças. Aos poucos, elas estão chegando. “Baibai” PEC 37. Tarifa zero que antes era impossível já ganha novas versões. A Câmara aprovou royalties para Educação e Saúde. O ministro da Saúde anunciou ontem a abertura de 35 mil vagas para médicos atuarem no SUS. Mas, senhor Padilha, vai ter material, leito, equipamentos para esses profissionais trabalharem direitinho? De tudo que está sendo dito nesses últimos dias só falta mesmo é apertar a tecla SAP.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Quando gigantes acordam

O gigante acordou e foi pra rua! E incomodou muita gente... Não, não estou falando das pessoas que reclamaram do trânsito fechado na principal avenida do país – Av. Paulista, nem daquelas que tiveram suas lojas depredadas e saqueadas. Estou falando daquela gente que brinca de governar o país. Nos últimos dias, só queria ser uma mosquinha para presenciar cada reunião não revelada, sequer divulgada.

Lula e Dilma embarcaram para SP para “resolver” a situação na capital. Estranho, achei que o prefeito dava conta de fazer isso sozinho. E Lula?!? Qual é mesmo o cargo dele no governo atual? Depois desse encontro, esquecido pela imprensa, o prefeito e o governador de SP anunciaram a revogação do aumento da tarifa do transporte público.

Eu gritaria “dois gigantes acordaram”. Talvez, se eu fosse apenas uma telespectadora, nem iria reparar nas mudanças editorias e na cobertura jornalística de uma das maiores emissoras do Brasil. Teve gente que achou que ficaria sem a novela "das oito". O gigante tentou olhar para outro lado. Quis continuar com o discurso que a paixão do brasileiro é o futebol. Lá se foi o brilho da Copa das Confederações. Pôxa, bem agora que a seleção do Felipão estava se dando bem.

Outro gigante tentou ficar calado. Não deu certo! Um pronunciamento, que eu chamaria de última hora, foi feito. Os marqueteiros e os redatores políticos já foram melhores com os discursos, heim? Falou, falou, falou... Prometeu, prometeu e prometeu. Resolveu? O último fim de semana foi marcado por novas manifestações em todo o país. Vai ser difícil fazer o gigante dormir de novo...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

QI – Quem indica

Nessa terça-feira (6), aconteceu a sabatina da nova ministra do STF, Rosa Weber. Pra quem não se lembra é assim que funciona: para ocupar uma cadeira de ministro do STF, o “candidato” precisa ser indicado pelo presidente da República e ser aprovado pelo Senado Federal. Só depois disso, ele pode ocupar a cadeira. E pra sentar nela, um outro ministro tem que sair. E só sai depois que se aposenta, aposentadoria compulsória, quando completa 70 anos. Mas, continua com o salário de ministro; porque o cargo é vitalício...

Refrescada a memória, vamos ao que interessa. Acompanhei as três últimas sabatinas, a da atual ministra Rosa foi pela imprensa (mas acompanhei). Em todas, ficou muito claro o motivo das indicações: politicagem (ok, isso não é novidade). Um dos novatos, que foi indicado ainda pelo presidente Lula, tem a seguinte trajetória profissional: foi professor de Direito Constitucional e Direito da Família, foi assessor parlamentar, foi advogado do PT, por indicação foi advogado-geral da União e agora é ministro do STF. Fácil assim!

Apesar de Rosa Weber ser juíza de carreira e das Associações considerarem positiva a indicação dela para a vaga no Supremo, a nova ministra só atuou na área trabalhista. “Lulinha” e “Dilminha” justificam essas indicações assim: são cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada. Mas é a experiência? A vivência na área? Não precisa?

Ah, entendi. Advogado só é advogado se passar no exame da OAB (decisão do STF), jornalista não precisa de diploma para exercer a profissão (decisão do STF) e ministro do STF, que vai atuar na mais alta corte do país, só precisa ter um QI – quem indica...