segunda-feira, 22 de junho de 2009

Lei seca

No último sábado, a famosa Lei seca “comemorou” o primeiro aniversário. A imprensa fez questão de destacar os números que revelaram um resultado “positivo”. Foram divulgados dados do Ministério da Saúde, da Justiça, dos Departamentos de Trânsito, das polícias... Enfim, todos reforçando a importância da lei.

Algumas autoridades até afirmaram que a Lei seca mudou a vida do brasileiro. Hã? Quem quer combinar álcool com direção, não se sente intimidado pela lei. Basta lembrar dos últimos acontecimentos: um deputado alcoolizado foi responsável pela morte de dois adolescentes em um acidente de trânsito... Um subprocurador alcoolizado bateu no carro de uma pessoa e fugiu. Quando encontrado, foi parar na delegacia e ameaçou policial e quem mais passasse na frente dele... Um ex-delegado alcoolizado também provocou um acidente de trânsito... Pior foi o jovem que atropelou um adolescente de 16 anos que ia para escola em um sábado. O jovem motorista tinha bebido tanto que nem viu o que fez!

A Lei seca não proibe ninguém de beber. O texto da lei afirma que é proibido dirigir depois de ter ingerido bebida alcoólica... Mas como comprovar que a pessoa bebeu, se ela pode se recusar a fazer o teste do bafômetro? Em muitos casos, a impunidade só aumenta porque não há provas de que o motorista estava alcoolizado.

A conscientização sobre os perigos de dirigir embriagado foi uma saída para o resultado positivo, não a Lei. Porque se as leis tivessem o poder de mudar atitudes, o Congresso Nacional não seria o que é...

2 comentários:

Marina Amaral disse...

REVISTA ÉPOCA:

A Lei Seca está dando certo. Mas precisa melhorar

Após um ano em vigor, a Lei Seca teve alguns resultados expressivos que deixaram o trânsito mais seguro. Mas é importante reforçar e padronizar a fiscalização para evitar que ela caia no esquecimento, dizem especialistas

O doutor em Segurança no Trânsito David Duarte Lima, professor da Universidade de Brasília e presidente do Instituto Brasileiro de Segurança de Trânsito (IBST), afirma que é preciso, além de aumentar a fiscalização, especializá-la. "O Estado brasileiro ainda está despreparado para a aplicação da lei", disse Lima a ÉPOCA. "Não há treinamento para os policiais nem uma estratégia de fiscalização", afirmou. O professor da UnB diz que é preciso ainda criar uma padronização da fiscalização, para definir quanto tempo a pessoa pode ser retida para fazer o teste do bafômetro, se pode repeti-lo e o que fazer se deseja realizar o teste por meio da coleta de sangue.

Unknown disse...

É Marina, de fato lei não proíbe ninguém de cometer infrações. O último parágrafo do seu post exemplifica bem isso. Por que realmente os políticos deste país deveriam ser os primeiros a zelar pelo cumprimento da legislação, no entanto, são os primeiros a infrigí-la. É, fazer o que?