quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O perdão



“Eu consigo perdoar o Lindemberg. Consigo perdoá-lo de todo meu coração, mas que a Justiça seja feita. Quando eu vi que ela estava naquela janela, quando eu vi aqueles panos, eu pensei que a minha filha ia sair pela janela. Eu falei: ‘Vem filha, vem. A mãe está te esperando’. E ela falou assim: ‘Calma, mãe, calma’. A polícia não teve culpa de nada. Nada, nada, porque eles lutaram como eu lutei. Eles choraram comigo como eu chorei. Eu queria que tudo terminasse bem, mas já que terminou dessa maneira, eu estou muito agradecida a todos”, declarou a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, em entrevista à imprensa.

E nós, brasileiros, precisamos aprender a perdoar o amadorismo da polícia, já que não adianta cobrar (por justiça e resultados). O episódio do seqüestro em Santo André provou, mais uma vez, que nossos policiais ainda não estão capacitados para lidar com situações “de alta tensão”. Desta vez, o tiro que matou a jovem refém foi dado pelo seqüestrador; mas no caso da linha 174 (que já virou filme), no Rio de Janeiro, o tiro foi dado pela polícia... que matou a refém...

É, precisamos perdoar. O perdão é mais fácil e mais rápido do que esperar por justiça e por policiais que nos dêem segurança. A gente vai conjugando o verbo perdoar enquanto a violência não bate em nossas portas, enquanto não somos vítimas do amadorismo. “Senhor, perdoai-lhes! Eles não sabem (mesmo) o que fazem...”

2 comentários:

Marina Amaral disse...

PS:

De todas as entrevistas que li e vi com especialistas, esse foi o PRIMEIRO caso registrado no BRASIL (e provavelmente no MUNDO) em que um refém volta ao CATIVEIRO!!

Mas, até isso a gente perdoa...

Carlos Maurício Ardissone disse...

Marina
A página de Opinião do O Globo (www.oglobo.com/opiniao) tem um artigo muito interessante de um promotor de justiça sobre a ação da polícia. O Élio Gáspari escreveu hoje na versão impressa, também na página de Opinião, algo semelhante não só sobre o despreparo, mas também sobre o erro de conceito no modus operandi da polícia.