sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O feiticeiro e seu amargo feitiço

Tenho certeza de que ninguém nunca conheceu um cara tão chato e tão inconveniente como Gutão. Até seu nome combina com um dos adjetivos de definição: cuzão. Se você conhece alguém chato, mas chato mesmo, você multiplica por mil. Talvez, o número será próximo da “chatice” de Gutão. Na turma, ninguém agüentava o cara. Sabe aquele lance de passar vergonha com as bobagens e maluquices que seus amigos falam. Com o Gutão é assim! E o pior é que ele se sente o palhação, o que “num ta nem aí pra nada”, que adora deixar as pessoas sem graça, sem reação...

Gutão chega em uma loja e a vendedora, geralmente bonita e bem maquiada, pergunta: posso te ajudar? Sabe o que o cara, sempre, responde? “Pode, coça meu pau!” E cai na gargalhada. E você acha que ele fala baixo... Hum, conhece alto falante de feira (?), o nível da voz dele é bem parecido. Outro dia, Gutão estava no avião e de sacanagem, coisa que ele adora, apertou o botão para chamar a aeromoça... “Senhor, o que deseja?” É, isso mesmo... Gutão respondeu: um boquete, mas também pode ser um croquete...

As atendentes de telemarketing sofrem mais com o cara. Gutão passa a tarde, o dia, o fim de semana, ligando para as centrais e dando essas respostinhas sem graça, sem conteúdo, sem noção e totalmente inconvenientes. Nessas ligações, Gutão encontrou uma mulher mais esperta que as outras e isso despertou seu interesse. “A gata” não ficou sem graça e deu-lhe um “passa-fora”. Foi o suficiente para o cara começar a sentir o coração bater mais forte.

A gata e Gutão estavam saindo direto. Já tinham até transado. O romance não apagou a chatice do cara e ele continuava com essas brincadeiras idiotas. A gata entrou no clima. Preparou uma “estranha” noite de amor. Algemou Gutão e disse: “Peraí, vou ali na cozinha buscar uns brinquedinhos”. A gata voltou com uma colher de pau. “Em rima com seu nome, sabe onde vou meter essa colher? Isso, meu bem, é uma homenagem da minha irmã, que você perturbou inúmeras vezes na Central. A coitada até demissão pediu. Mas, claro, essa brincadeirinha não é nada pra você, tão acostumado com sacanagens...”
* Crônica baseada em fatos reais. Uma amiga contou algo parecido (ou pior)... "Essa é pra você, DSM."

4 comentários:

Carlos Maurício Ardissone disse...

Sobre os chatos, contemporaneamente conhecidos como "malas" ou "containers" -a depender do grau de chatice - sugiro a leitura do "Manual dos Chatos", de Guilherme de Figueiredo, irmão do ex-Presidente da República.

Felipe disse...

...

Absolutamente estarrecido.

Anônimo disse...

legal...leiturinha leve pra relaxar. jornalismo é tão chato...hahahhahaha

Anônimo disse...

Bem estilo Joselitando.. só falta esquecer um pouco o pudor.. hehe