segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ambulantes



De repente, a capital do país viu uma explosão de Shoppings Populares - espaços que concentram os vendedores ambulantes. Quem ganha uma banca, geralmente, participa de um sorteio, entrega vários documentos e de ambulante passa a micro empresário. A proposta do Shopping Popular parece ser boa; mas não é isso que a mídia mostra. As matérias revelam a insatisfação dos “empresários”.

A principal reclamação é que o espaço não atrai o público, conseqüentemente, os novos empresários perdem vendas e não conseguem “bancar” o empréstimo que fizeram com o governo para comprar a banca. Além disso, os shoppings não têm muita estrutura. Por curiosidade, eu mesma visitei dois Shoppings Populares da cidade. “Sai correndo! Que susto!” Ainda falta muita coisa para chamar o espaço de shopping e os ambulantes de “empresários”...

Por um lado, o governo tenta resolver o problema de uns... mas e o “nosso” problema, quem soluciona? A publicidade do governo é “tiramos os ambulantes das ruas!” Mas dos sinais de trânsito, não vão tirar os ambulantes e os pedintes? Os sinais estão virando novos shoppings populares. É gente vendendo água, comida, caneta, chaveiro... tem lavador de vidros, tem pedinte, tem cachorro andando no meio dos carros, pessoas em cadeira de rodas, palhaços (sem nenhuma graça)... “tem de tudo”...

Só não tem segurança para quem deseja ficar com os vidros abertos... Com esse mar de gente que vem até o seu carro te oferecer algo, ou te pedir, ou te entregar um panfleto; você nunca sabe quando a sua bolsa vai rodar e virar mercadoria...
*Foto Juliana Correa (retirada do site do IESB - www.iesb.com.br/na_pratica)

3 comentários:

Felipe disse...

Acho um exagero descabido achar que um pobre ambulante de sinal de trânsito vai afanar a bolsa de quem tá no carro. Isso aqui (ainda) não é Rio de Janeiro.

A encheção de saco é a abordagem em si, mas não tem nada de inseguro, pelo amor de Deus, parar em sinal de trânsito à luz do dia. Não concordo não. Acho que o caminho é outro.

Sobre os shoppings populares, eu lembro desse de Ceilândia há tempos. É uma tentativa válida e acho que deve haver uma radicalização sim. Ambulante chegou, tomou conta de um melhor espaço (assim como era a Feira do Paraguai no estacionamento do Mané Garrincha, há tempos), não paga imposto, lucra horrores e depois não quer largar o osso. O governo traz uma alternativa que não é a ideal pela localização, mas os "reizinhos" não querem ceder nem abrir mão do ganha-pão informal e irregular. Ou seja: querem sempre se dar bem. A mudança tem que ser forçada. Se todo mundo for pro shopping popular, as pessoas vão se acostumar a ir pra lá. Assim como ninguém vai mais no Mané Garrincha para ir à feira, mas sim à Feira dos Importados no SIA.

Beijos

Carlos Maurício Ardissone disse...

Creio que a solução tem que ser alcançada em parte pelo poder de coação do Estado, obrigando as pessoas a se legalizar e a só comercializar onde for permitido. Contudo, a longo prazo, tais medidas, sem quaisquer outras, se revelarão sem efeito porque o número de ambulantes tende a aumentar cada vez mais. É preciso investimentos paralelos em infra-estrutura logística e urbana e uma estrutura tributária sadia que permita a arrecadação, mas que também faça a atividade comercial prosperar. Por outro lado, entidades de capacitação, como o SEBRAE, poderiam fazer parte deste projeto - não sei se fazem.

Anônimo disse...

eu odeio esses malditos palhaços e malabaristas de semáforo. quero matar todos eles.