sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Cotidiano


Bob largou o interior mineiro e foi tentar a vida na capital do país. Por lá, as coisas não eram tão simples; mas eram melhores. Comprou uma moto e começou a trabalhar entregando documentos. Um dia conseguiu ser contratado por uma empresa que estava crescendo. “O que cresce, sobe. Eu fui junto”, dizia ele ao pai, explicando as coisas boas que estavam acontecendo em sua vida na capital.

Alugou um apartamento, modo de dizer. Bob estava morando em um espaço de 32 metros quadrados no Centro de Atividades do Lago Norte, espaço nobre em Brasília. A primeira coisa que comprou foi uma cama, box; mas de solteiro... “Oh Bob, fala sério!” Brincavam os outros companheiros de trabalho. Em menos de quatro meses, o motoqueiro estava com o “apê” montadinho.

Mas em todo paraíso, além da Eva e do Adão, existe a serpente. E no caso de Bob, era sua vizinha. “Oh mulherzinha maluca!” No primeiro mês, Bob não estranhou as brigas da vizinha com o namorido, uma mistura de namorado com marido... No segundo, terceiro e quarto mês, ele pensou em se jogar da janela do segundo andar. As brigas eram freqüentes e quando os outros moradores, “estressadíssimos”, resolviam entrar na confusão, virava caso de polícia.

Quebra coisa, bate porta, gritos altíssimos e palavrões que Bob nunca tinha escutado. O mocinho do interior ficava de cabelo em pé. Mas nada deixou Bob tão confortado como a última discussão. Era quinta-feira e o namorido chegava do futebol. Mal entrou em casa e a sinfonia de gritos começou. “O debate” era sempre pela carência da vizinha que precisava ser elogiada, notada, amada, admirada e tantos outros “ada”...

- Eu não falei pra você vir jantar comigo?
- Amor, era dia de futebol e eu curto tomar umas com os manos?
- Você é um idiota, filha da puta, mascarado, sacana...
- Pára de falar assim, que coisa baixa. Que drama do caralho, oh...
- Você quer uma mulher que não fale, que não cobre, que não enche o saco? A solução é só uma: uma boneca inflável. Os buracos são os mesmos...

A porta bateu. Mais uma vez, a vizinha saiu de casa. Bob olhou para caixa que ainda não tinha aberto e pensou: "acho que fiz uma boa compra!"

8 comentários:

Felipe disse...

Garota-enxaqueca total. Por isso eu ainda vou demorar muito pra juntar meus trapos com alguém. Tem que ter muito saco pra agüentar cobrança e pentelhaçção assim.

beijocas

Leandro Andrade disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
muja!
finalmente entrei aki!
uhuuuuuuuu

bjos

Anônimo disse...

essas bonecas são tão caras...

Marina Amaral disse...

Demiu,
Caras? É porque você ainda não começou a pagar meu salão...

I love you, baby!!

Carlos Maurício Ardissone disse...

Bonecas infláveis, esta foi ótima..rs. Algumas mulheres não entendem como liberdade é bom, e como a "pelada" é sagrada! Sobre este team do futebol, o Cilada do Bruno Mazzeo vai tratar hoje 9Multishow, às 21h45)

Carlos Maurício Ardissone disse...

Foi mal pelo erros de digitação..he..he

Gabriela Matarazzo disse...

hahhahahahaha adorei!!!!
Mulher não entende que homem gosta de ter seus momentos sagrados, mas os homens tbm não entende que gostamos de companhia, elogios e carinho o tempo todo!
O texto é mto bom, Ma! Adorei!
Bjossss

Anônimo disse...

Quando comecei a ler, me identifiquei com a parte de tentar a vida na capital do país. Depois, com o aluguel de um ap de 32m no Lago Norte, achei que era coincidência demais. Mas ler sobre a "guerra" dos vizinhos, quase me deu a certeza que o post era baseado na minha vida!!!
Mas aí veio o final da piada e... ufa! Dessa vez não era comigo, graças a Deus! kkkkkkkk

Beijo.
P.S. Estreando no Cutucando!!!