sexta-feira, 6 de março de 2009

A próxima vítima


Se você me perguntar “como foi a semana?” Eu vou responder: violenta. Desde domingo que estamos sendo bombardeados com notícias na mídia sobre sequestros relâmpago, assaltos e assassinatos. Só na capital do País, foram oito sequestros relâmpago noticiados na semana. Sem contar aqueles que as vítimas não têm coragem de denunciar. No Rio de Janeiro, um casal também foi vítima de sequestro e o pior foi testemunha da maldade dos bandidos. Depois de ser jogado da encosta da Avenida Niemeyer, o casal ainda teve forças para dar entrevistas à imprensa e contar os momentos de terror.

Nós assistimos a tudo e ficamos, no mínimo, impressionados. Passamos a semana inteira olhando para todos os lados antes de entrar no carro, estacionamos em lugares mais claros, seguros. Trancamos a casa e voltamos para verificar se está trancada mesmo... E por aí vai... Somos contagiados pelo medo, pela insegurança - sentimentos que a mídia passa ao veicular (publicar) matérias sobre violência. A mídia está no seu papel, noticiar o fato; mas será que a cobertura que é feita hoje é de alerta ou de dramatização?

Pergunto isso, porque na maioria das matérias (que li e vi essa semana) sobre violência a vítima era o destaque da notícia. Por que não o secretário de Segurança? O governador? A polícia? Autoridades que possam falar que ações farão para combater à violência. Por que explorar ao máximo o momento de sofrimento do outro? Nós, telespectadores, ficamos atentos e sentimos até compaixão da vítima. Mas se o seu irmão, o seu pai, a sua mãe, a sua namorada, um amigo, fosse a próxima vítima. Você gostaria de ver, na mídia, o drama ou as ações para proteção e segurança da vítima e da sociedade?

* Ilustração - fotosearch.com.br


Um comentário:

Rodrigo Otávio disse...

É Marina, vítimas já somos. O fato de andar com a cabeça girando 360º todos os dias já mostra um pouco do medo que temos. Somos violentados quando desviam o dinheiro da segurança pública, da educação que talvez salvaria o jovem infrator. O político, em seu papel de autoridade, perdeu a credibilidade diante da sociedade. Dessa forma, a imprensa usa o drama das pessoas. Pois é o drama da vida real que nos faz sentir medo. E esse medo nos faz parar em frente a televisão e ver os casos que aconteceram e tentar evitar que sejamos as próximas vítimas. Infelizmente o Estado não nos garante proteção. Pelo contrário, este Estado faz a sociedade ser vítima da própria sociedade. Que a sorte esteja conosco então! Amém!