quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A irreverência pede passagem

O Ciclo de Conferências “A Imprensa discute a imprensa”, evento em comemoração aos 200 anos do Correio Braziliense e da Imprensa Nacional, terminou ontem em alto nível. O auditório da Imprensa Nacional estava repleto de estudantes, profissionais e curiosos para ver o último debate, que teve como principal ponto de discussão um novo formato de jornalismo, mais irreverente.
O repórter do Custe o Que Custar (CQC), da TV Bandeirantes, Rafael Cortez faz reportagens críticas e irreverentes com políticos, celebridades nacionais e internacionais no programa. Jornalista, ator e músico, ele sustentou que é possível conciliar o trabalho jornalístico com o humor sem banalizar a informação. Para o repórter, a principal incompreensão sobre o seu trabalho no programa é da própria categoria. No entanto, acredita que esse cenário está mudando aos poucos. “O nosso programa é jornalístico sim, pois é possível extrair fatos por meio da ferramenta humor. Às vezes, é necessário fazer jornalismo de uma forma mais descontraída. E tem que se fazer isso sem ser rotulado como humorista ou jornalista; tem que existir um meio-termo”, declarou.
Para o jornalista e coordenador do curso de comunicação social do Uniceub, Henrique Moreira, a discussão sobre esse novo formato é importante, principalmente porque atinge um público específico. “Essa proposta do CQC é uma coisa nova, que desconstrói o tradicional e informa também. Vimos que por meio do humor e da crítica eles atingem um público que normalmente não assiste a telejornal e que não tem outra fonte de informação crítica”, opinou Moreira.
Novo formato
Eros Bittencourt, 22 anos, estudante de artes cênicas, e a irmã Cláudia Bittencourt, 20, que está no primeiro semestre de jornalismo, concordam com Cortez. “Acho que o que ele faz é uma quebra de paradigmas. Ele mudou o estilo do jornalismo e não faz mais aquela coisa séria e estressante que aprendemos na faculdade”, disse Cláudia. “O formato do programa é crítico e essa é a diferença em relação aos outros veículos”, destacou Eros.
Já outra convidada do ciclo, a editora de Cultura do Correio Braziliense, Clara Arreguy, falou sobre a cobertura nas áreas de cultura e entretenimento feita no jornal. “É gostoso e prazeroso nosso trabalho, o que não o torna mais fácil. Ele requer de nós muita pesquisa, leitura e ler obriga a gente a pensar. Não pode ter preconceito ou se fechar no seu gosto pessoal. Tem que consumir um produto cultural, conhecer e mergulhar nisso, se não você não vai ter o que trazer para o leitor”, sentenciou.
Antes de iniciar a palestra, que também contou com a presença do apresentador do Programa Alternativo, do SBT, Eduardo Chauvet, e foi mediada pelo diretor-geral da Imprensa Nacional, Fernando Tolentino, os debatedores inauguraram a exposição com a cobertura jornalística sobre 1968.
*Matéria publicada no Jornal Correio Braziliense, editoria Brasil - 13.11.08

5 comentários:

Marina Amaral disse...

Adoro, CQC!
Ainda serei a produtora desse programa!!

Boa quinta, cutucadores.

Carlos Maurício Ardissone disse...

Marina, acho o viés crítico e de denúncia deles excelente e acho que eles ainda têm o mérito de informar e não extrapolar a difícil barreira da falta de educação e desrespeito pelo entrevistado que o Pânico habitualmente não observa.

Gabriela Matarazzo disse...

Maaaaa seremos produtoras juntas então! Pq eu tbm sou viciada no CQC!
Bjossss

Rodrigo Otávio disse...

É Marina, a palestra sobre o jornalismo de entretenimento foi bem legal. O auditório estava lotado. A maioria dos espectadores era jovem. Grande parte estudantes de comunicação social. Todos estavam atentos. O tema interessava bastante. Este novo formato de jornalismo de entretenimento agrada e muito a geração descolada do século XXI. É a CUTUCADA perfeita, que todo cidadão, e mais ainda o cidadão jornalista, gostaria de dar. O assunto é bem legal. O programa CQC é a prova viva de que o formato dá certo. A produção deles deve ser muito foda. Acho os caras ousados, criativos e com uma pitada de humor na medida certa. A gente ri pacas e reflete sem fazer muito esforço. A informação é passada de forma bem tranqüila e inusitada. A gente fica ligado na ação e na reação do entrevisto e do entrevistador. Tudo isso sem nenhum apelo sexual ou com doses de sensacionalista por parte da equipe de humoristas. Tomara que esse formato de comunicação pegue.

Gabriela Matarazzo disse...

Querida, e me conta... o Rafa é um gato!? Queria casar com ele! hehehehe