segunda-feira, 20 de julho de 2009

Retrocesso

Confesso que demorei a escrever sobre o tema porque ainda não tinha digerido mais um retrocesso dos nossos políticos... No dia 6 deste mês, todos os jornais locais divulgavam uma notícia... O título basicamente era: Flanelinha no DF vira profissão regularizada. Fiquei mais assustada ainda quando vi que o tema virou notícia nacional. Lá estavam os “flanelinhas de Brasília” no Jornal Nacional, O Globo, Estadão...

Flanelinha é o nome para lavador de carros, guardador de carros QUE se você não paga pelo “serviço” (óbvio imposto por ele), você tem o carro riscado, amassado, quebrado... Simples assim: em qualquer estacionamento público, ops, isso não existe mais em Brasília... em qualquer estacionamento tem, NO MÍNIMO, uns dez malinhas (ops, flanelinhas) para olhar o seu carro.

O governo, eficiente como sempre, em vez de dar um fim na história desses malinhas; regulariza a profissão e diz que está fazendo um favor para a sociedade! Levanta o dedo aí quem nunca teve problemas com esse tipo de profissional? Um secretário do DF disse: “eles vão ser cadastrados e quem tiver qualquer problema poderá denunciar na delegacia.” Então, meu caro secretário, deixa eu te contar... meu carro é todo riscado, não tenho mais limpador traseiro e quase todo mês tenho que repor as peças traseiras, porque não dou dinheiro pra flanelinha. O estacionamento DEVERIA ser público! Já fiz inúmeras reclamações nas delegacias da cidade. Alguém te ligou? Pois é, pra mim também não.

Decisão errada do governo! Já pagamos impostos suficientes. Em vez de regularizar a malandragem, o governo deveria PROIBIR esse tipo de atividade em ESTACIONAMENTOS PÚBLICOS... Cadê o direito de deixar seu carro sem ninguém ficar enchendo o saco pra lavar, pra cuidar? Cadê a segurança para inibir esses malinhas? Cadê o povo pra reclamar desses retrocessos? Ah, esqueci... estamos no Brasil!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Os três porquinhos (versão atualizada)


Em uma cidade planejada, viviam três porquinhos: Agaciel, Timothy e Edmar. Os três eram felizes e despreocupados. Tinham uma vida calma e segura. Na mesma cidade, vivia também um lobo-mau, chamando Imprensa. Os três porquinhos tinham algo em comum: cargos poderosos na cidade e imóveis luxuosos...

O porquinho Agaciel ganhou tanto dinheiro, que ficou com medo de revelar a quantia. Mas soube aproveitar bem. Entre as mordomias, ele comprou uma casa em um bairro nobre da cidade planejada. A pequena mansão foi avaliada em R$ 5 milhões. Com tantos zeros assim, impossível não despertar o lobo-mau. “Toc toc toc”. Era a Imprensa à porta do porquinho Agaciel. O porquinho ficou sem teto...

O porquinho Timothy gostava mesmo era do luxo e não media esforços para tê-lo. O porquinho foi audacioso, e como Agaciel, desviou recursos públicos para mobiliar e reformar sua casa. Timothy gastou cerca de R$ 470 mil... Comprou abridor de latas de R$ 190, saca-rola de R$ 859, lixeiras de mil reais e tinha até um escorredor de pratos de R$ 549. Imagina então os custos com eletrodomésticos... Casa moderna e atrativa para o lobo-mau Imprensa. Segundo porquinho sem teto...


Edmar era o porquinho mais corajoso dos três. Ele foi o único que teve coragem de falar para o lobo-mau que não tinha medo dele. Também foi o mais esperto: construiu sua casa bem distante da cidade planejada. A casa, ou castelo, tem mais de sete mil metros quadrados de área construída, oito torres, 36 suítes, 18 salas, piscina com cascata, fontes, espelhos d’água e 275 janelas. Estrutura forte demais para o lobo-mau, que até chegou perto da casa. Mas diferente dos outros porquinhos, Edmar não ficou sem teto e o lobo-mau teve que se calar diante dele!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Um adeus


Nessa terça-feira (7), o mundo parou para dizer “tchau” ao rei do pop: Michael Jackson. E nós, imprensa, também paramos e mostramos que estamos ficando bons em “coberturas especiais”. Diante do “espetáculo da morte”, assistimos a excelentes matérias, lemos completos históricos e até ouvimos curiosidades sobre a vida do pop “negro-branco”.

Desde o último dia 25, quando Jackson morreu, cada emissora foi atrás do inusitado... Foram produções maravilhosas. Uma mexida no arquivo “vivo-morto” de um rei. A entrada de uma equipe brasileira no Neverland foi o máximo. Matéria bem produzida, detalhada. O telespectador tinha a impressão de ser amigo íntimo de Michael.

Em dia de festa, porque acho que funeral de Jackson pode ser definido assim, não existem problemas. Concordo! Estava tudo lindo. Mas a curiosidade... pra essa não existe censura (por enquanto). O corpo do pop estava mesmo dentro do caixão? Então, por que o caixão fechado e coberto de flores. Se é despedida, a gente quer ter a última lembrança do rosto da pessoa amada...


Os fãs “amam” seus ídolos. Mas por que essas 18 mil pessoas não estavam na porta do Tribunal quando Jackson foi acusado de pedofilia? Trajetória polêmica, o rei do pop deixou... O cinquentão partiu e, talvez, nem imaginava que também seria polêmico no último dia de vida. Mas até na partida, ele acertou no tom. Os astros são assim... surgem, passam e deixam história para as próximas gerações!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Dois mil e dez

O próximo ano promete... Copa do Mundo e eleições. Os dois grandes eventos serão marcados por disputas. No futebol, o desafio será a vitória. Nas eleições, o desafio é do Tribunal Superior Eleitoral, que tenta “definir” as regras do uso da internet pelos candidatos.

Por enquanto o que temos é uma bíblia eleitoral, que não acompanha a modernização. Estamos no século da tecnologia. Mas nas últimas eleições (em 2008), nada de campanha na internet! Por que? E como tentar definir regras na internet, se ela própria não tem regras. É o espaço mais democrático que conheço... gratuito e sem punição. Basta lembrar dos casos de pedofilia, de racismo e rixas de gangue na rede.

Como “bons fiéis”, os políticos tentam interpretar e respeitar a bíblia eleitoral... Em vez de campanha, criam blog, twitter, orkut, e-mail... Nada de mais, não é? São apenas sites pessoais e uma forma de se aproximar do eleitor como um cidadão comum.

E agora TSE? É proibido ter um blog, onde o candidato não se apresenta como “tal”, mas sim como um cidadão que tem um espaço gratuito (na internet) para divulgar suas ideias? E o eleitor como vai agir? Está preparado para ser "bombardeado" com essas inovações em 2010?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Receita de Jornalista

Quitute Literário (ideal para ser saboreado em dias úteis, das 10 às 19 horas)

Ingredientes
3400 toques compostos por itens da língua portuguesa
1 pitada de criatividade
1 1/2 dose de bom senso
100% de conhecimento gramatical
1 lead fresco
1 título marcante
1 linha fina bem construída
2 ou 3 intertítulos curtos
3 aspas de impacto
1 furo
2 fontes
Gancho para dar liga
1 foto
1 foca para dar gosto

Modo de Preparo: Atenção ao deadline, pois a matéria pode ficar fria. Junte todos os ingredientes, misture tudo, separe o joio do trigo, seja imparcial, ouça sempre os dois lados e coloque tudo em papel manteiga. Tenha certeza de que o texto foi bem mastigado e o repasse para o editor dar uns palpites. Certifique-se de que você cumpriu seu papel: informar com idoneidade. Pronto! O próximo passo é emplacar sua matéria, para ter o prazer de abrir o jornal no dia seguinte e ver uma chamada logo na primeira página. Saboreie a leitura com café preto, logo pela manhã.

DICA: NÃO ACEITE JABÁ E NÃO USE NARIZ DE CERA.
Nota do autor: Este é o resultado sério de jornalistas que, como eu, somos todos cozinheiros.
** Recebi esse texto pelo e-mail. Não tem o autor... Mas vale a publicação! Muito bom!!