sábado, 7 de agosto de 2010

Sem tempero

Pra quem viu o primeiro debate entre os candidatos à presidência do Brasil na televisão, esta expressão é unânime: “sem tempero”. Alguns vão tentar me convencer de que um candidato lunático animou a noite...

A emissora tentou ser imparcial, até que tinha regras para tal; mas a noite de debate ficou apenas com dois candidatos. O lunático reclamou, mas não adiantou. Ele inclusive reclamou bem antes, quando quase foi excluído de participar, vamos chamar assim, da “conversa entre amigos...”

O nervosismo dos candidatos foi notado até pelo bêbado (que assistia SP x Inter). O discurso pronto, ensaiado, já não agrada tanto. Tanto que a audiência foi pequena ... E o poder de síntese, nenhum deles mostrou que tem. Aliás, só um deles. O candidato que já tentou a vaga em outras eleições. Você ainda pode questionar, “mas eram só dois minutos para falar”.. Minha réplica: 30 segundos é tempo suficiente para dar uma informação!

Durante a “conversa entre amigos”, o twitter (microblog) “bombou”. Os internautas também não estavam satisfeitos com o que viam... Eram frases com piadinhas sobre o desempenho dos possíveis presidentes: “A Dilma está mais nervosa do que carne de terceira”, Ricardo Pipo – ator.

E isso é o pior... Na oportunidade de, de fato, debater; nós vimos discursos preparados, frases treinadas, estratégias (de tentativa) de controle e como sempre um “diferente”, no caso, o que assumiu o papel de lunático. E pra falar a verdade, eu tenho medo dessas diferenças... Da última vez, foi o metalúrgico, sindicalista que levou “a vaga”.

A menos de dois meses para eleição, para a escolha do “novo” presidente do país... Nossa comida continua sem tempero!

4 comentários:

lucas disse...

muito bom o texto, infelizmente não assisti todo o debate.

Marina Amaral disse...

Mesmo convencidos de que o debate da Band não prejudicará a liderança de sua candidata nas pesquisas, assessores de Dilma Rousseff esperam convencê-la a se preparar melhor para os próximos quatro encontros no primeiro turno. Embora seja a primeira a admitir sua falta de experiência em campanha, Dilma tem resistido a ensaiar boa parte das técnicas de treinamento de mídia, que envolvem o aprendizado para preparar e decorar frases prontas, responder a perguntas inesperadas, ensaiar gestos e movimentos diante das câmeras – tudo aquilo que lhe faltou na quinta-feira passada. Segura sobre sua capacidade para analisar problemas e participar de polêmicas em encontros fechados, a candidata não se conforma com a linguagem veloz e relativamente superficial dos debates, dizem os petistas.
** Paulo Moreira Leite - R.Época

fernando drudi disse...

Sintético, eloqüente e coerente, como sempre. Até para os leigos como eu. Só você pra me fazer interessar por política. Por alguns minutos... Beijos.

Carlos Maurício Ardissone disse...

Marina, os candidatos estão cada vez mais pasteurizados. Hoje em dia, não há mais fronteiras ideológicas claras, visões diferentes de Estadistas (boas ou ruins). Tudo se resume a "grupos de amigos por conveniência" que se disfarçam de pragmáticos bem intencionados apenas para enraizar-se na máquina pública. Excelente análise!